'Paz para todos', pede delegação da Ucrânia na vila paralímpica de Pequim - Gazeta Esportiva
'Paz para todos', pede delegação da Ucrânia na vila paralímpica de Pequim

'Paz para todos', pede delegação da Ucrânia na vila paralímpica de Pequim

Gazeta Esportiva

Por AFP

10/03/2022 às 17:32

São Paulo, SP

Com os punhos levantados e um minuto de silêncio para seus soldados, atletas ucranianos protestaram nesta quinta-feira (10) contra a invasão russa na vila paralímpica de Pequim.

Uma faixa com a frase "Paz para todos" escrito nas cores nacionais amarela e azul foi exibida à frente das 46 bandeiras das nações participantes dos Jogos Paralímpicos de Pequim.

E junto dela, com os punhos levantados, cerca de trinta atletas e membros da delegação ucraniana, incluindo várias mulheres usando uma coroa com girassóis.

(Foto: MOHD RASFAN / AFP)


A delegação ucraniana aproveitou uma pausa nos treinos e provas para organizar uma cerimônia em homenagem aos seus compatriotas alvejados no país, aos quais foi respeitado um minuto de silêncio.

Com medalhas penduradas no pescoço e lágrimas nos olhos, o campeão Grygorii Vovchynskyi condenou os ataques aéreos russos a um hospital infantil na cidade sitiada de Mariupol (sudeste da Ucrânia) no dia anterior.

Três pessoas, incluindo uma criança, foram mortas pela ação, segundo a prefeitura. "Eles estão bombardeando nossos filhos e nossas mulheres, não posso acreditar", lamentou, pedindo que isso "pare agora".

Seu técnico, Andriy Nesterenko, natural de Kharkov (leste), anunciou que ele e outros membros da equipe não poderão voltar para suas casas, pois uma parte da cidade foi destruída.

"Devemos parar a guerra", gritou ele, sem hesitar em chamar o exército e os soldados russos de "animais".



"História extraordinária"


A delegação ucraniana, composta por cerca de vinte atletas, desembarcou na China dois dias antes da abertura dos Jogos Paralímpicos, após uma longa viagem pela Europa.

Seus atletas multiplicaram as mensagens e compartilharam sua preocupação com a imprensa internacional.

"Estamos aqui para lutar pela Ucrânia, com a Ucrânia e em nome da Ucrânia", declarou na terça-feira Iryna Bui.

Sua compatriota Anastasiia Laletina, 19, não participou da prova depois de saber que seu pai, um militar, "foi feito prisioneiro por russos", disse a porta-voz da delegação Nataliia Harach.

Nesta quinta-feira, o presidente do Comitê Paralímpico Ucraniano, Valeriy Sushkevych, pediu ao mundo que não dê as costas ao seu país.

Terceiro no quadro de medalhas (19), com seis ouros, a Ucrânia recebeu os aplausos do presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons.

"Sua jornada até aqui é uma das histórias mais extraordinárias do esporte", disse ele à AFP nesta quinta-feira.

"O fato de eles competirem aqui e permanecerem focados na competição, sabendo o que está acontecendo em seu país, é incrível."


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