Após cumprir dez meses em cárcere privado, o paratleta, acusado de assassinar a namorada Reeva Steenkamp, deveria ter sido liberado na última sexta-feira para cumprir o restante da pena na luxuosa mansão de seu tio. Porém, o campeão paralímpico teve sua condicional revogada após a análise de um recurso apresentado por uma associação de mulheres da África do Sul, que defendia que sua soltura configuraria um "insulto a todas as mulheres".
Pistorius foi condenado a cinco anos de prisão por hominídio culposo (quando não há intenção de matar) por ter baleado Reeva em sua residência no início de 2013. Os advogados alegam que o campeão olímpico confundiu a modelo com um assaltante, versão aceita pela juíza Thokozile Masipa. Como a lei local permite que o detento bem comportado fique em prisão domiciliar após cumprir um sexto da pena, Pistorius pretendia passar os próximos anos confinado na luxuosa mansão de seu tio, mas teve o plano adiado. Três juízes participarão da comissão, que pode levar até quatro meses para chegar à decisão definitiva.
A inocência de Pistorius, contudo, será posta à prova novamente. Recentemente, os promotores do caso apelaram da decisão de Masipa e pediram a condenação por homicídio doloso, alegando que o sul-africano disparou quatro tiros e tinha, sim, a intenção de matar, fosse Reeva ou um invasor. Os documentos serão revistos pelo Conselho de Revisão de Liberdade Condicional e pela Supervisão Correcional e julgados em novembro. Caso seja condenado, Pistorius ficará preso por, no mínimo, 15 anos.
