Lembrado como galã, Medina inspira banheiro temático e fascina alunos - Gazeta Esportiva
Helder Júnior e Bruno Ceccon
São Sebastião (SP)
12/22/2014 00:19:13
 

Leda Santos, diretora da escola Professora Edileusa Brasil Soares de Souza, guarda com orgulho o histórico de Gabriel Medina. O primeiro campeão mundial de surfe do Brasil, lembrado como galã no seu antigo colégio municipal, causa fascinação nos atuais alunos.

Uma instalação com três pranchas de surfe no banheiro masculino da escola homenageia o estudante ilustre, que já chamava a atenção há algum tempo. Adriana Moreira era dois anos mais velha do que Gabriel, mas lembra bem do garoto que costumava arrancar suspiros pelos corredores do colégio.

“O Gabriel sempre foi muito bonito, então atraía as meninas. Ele tinha as suas ficantes, mas não era aquele garoto galinha. Era mais reservado, tranquilo, na dele mesmo. Estava sempre envolvido nos esportes”, explica Adriana, 22 anos, que atualmente trabalha na secretaria da escola municipal.

Além de ter estudado no mesmo colégio de Gabriel Medina, ela foi funcionária do restaurante de Charles Serrano, padrasto do garoto, localizado na orla da praia de Maresias. Dessa forma, conheceu toda a família e, enquanto trabalhava, teve a chance de acompanhar o início do jovem no surfe.

“O Gabriel ficava surfando em frente ao restaurante e já fazia umas manobras muito legais. A gente sabia que ele tinha talento para o surfe, mas não esperava que chegasse tão longe. É motivo de grande orgulho vê-lo como ídolo da nação brasileira”, diz Adriana.

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Lembrado por ex-colegas Fagner e Adriana, Medina visitou antiga escola e ganhou homenagem em banheiro (Fotos: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Fagner Cruz, também 22, hoje inspetor de alunos do colégio municipal, era um dos amigos mais próximos de Gabriel nos tempos de escola. Em uma viagem recente a São Paulo, ao ver o rosto do antigo colega em anúncios publicitários na Avenida Paulista, ficou emocionado.

“Éramos do mesmo ano e surfávamos juntos. Saíamos da escola e íamos direto para a praia. Naquela época, já conseguíamos perceber que o Gabriel era diferente”, conta Fagner, que também é professor de música. “Se não tinha onda, ficávamos na piscina da minha casa ou na da dele”, completa.

Durante a visita da Gazeta Esportiva ao colégio, Fagner exibiu uma antiga foto de Gabriel Medina, ganhador de um campeonato de surfe promovido pela escola, e mostrou imagens de uma recente visita do amigo ao local, no começo de novembro.

“Pensei que os alunos derrubariam a escola. Nossa quadra ficou pequena para recebê-lo. As meninas começaram a gritar. Jesus… A gente tinha combinado meia hora de visita, mas ele não ligou de ficar mais tempo. Conversou com todo o mundo, tirou fotos, foi supersimpático”, sorri a diretora Leda Santos.

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Ganhador de torneio de surfe organizado pela escola, Gabriel Medina tem seu histórico guardado como relíquia (Fotos: Reprodução)

Gabriel Medina visitou a antiga escola quando esteve em Maresias para participar da etapa local do WQS. Durante o campeonato, realizado entre os dias 3 e 9 de novembro, as salas do colégio Edileusa Brasil Soares de Souza ficaram vazias.

“Eu, como diretora, não gosto de dizer, mas os alunos matam aula para surfar. Na semana de disputa do campeonato, minha escola ficou às moscas. Quando cheguei, perguntei: ‘Cadê a turma?’. As professoras falaram: ‘Ah, Dona Leda, enquanto o Medina estiver aqui, vai ser falta para todo o mundo’”, relata a diretora.

Felipe Medina, irmão mais novo de Gabriel, também estudou na Edileusa Brasil Soares de Souza e ainda frequenta a quadra da instituição para jogar futebol, uma vez que não gosta de surfar. Após o sucesso do aluno ilustre, no entanto, a modalidade ganha cada vez mais adeptos.

“Quando eu estudava, já tinha uma galerinha que surfava, mas não tanto quanto agora. Atualmente, a maioria pratica. Acho que triplicou a quantidade. O trabalho do Gabriel acabou incentivando a molecadinha. Ele é admirado no Brasil inteiro, mas aqui na escola é diferente”, atesta a ex-colega Adriana.



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