Mina e Vitor Hugo: zagueiros brincalhões garantiram melhor defesa ao Verdão - Gazeta Esportiva
José Victor Ligero
São Paulo
11/28/2016 08:31:28
 

“É só chegar lá e sentar a madeira (risos). Não tem problema, não”. A frase é de autoria de Vitor Hugo e resume bem a personalidade do zagueiro, companheiro do também irreverente Yerry Mina na defesa do Palmeiras. Brincalhões, os dois deram segurança e alegrias ao torcedor palestrino durante a campanha do título brasileiro, que não era conquistado pelo clube há 22 anos e foi confirmado neste domingo, contra a Chapecoense.

Na mesma entrevista em que brincou sobre os métodos com os quais marcaria o atacante Jonathan Calleri no clássico diante do São Paulo, em maio, Vitor Hugo ainda explicou o ritual acrobático nas comemorações de seus gols. “Eu tenho isso como um talismã meu, que se eu fizer uma cambalhota vou ter uma boa sequência”, contou.

Os semblantes leves e as brincadeiras dos jovens zagueiros ajudaram a deixar o clima mais tranquilo para que o pressionado elenco alviverde alcançasse o eneacampeonato para a agremiação de Palestra Itália.

“Tem sempre que ter uns para descontrair o grupo. Em qualquer time de futebol tem. Isso faz bem principalmente pro vestiário”, afirma Antônio Carlos Zago, bicampeão brasileiro com o Verdão em 1993 e 1994, conhecido por ter sido um defensor de aspecto mais sisudo, o famoso “zagueiro-zagueiro”.

Se a pose fora das quatro linhas é de descontração, dentro de campo a dupla titular da zaga palmeirense trabalha com seriedade. Com 22 e 25 anos, respectivamente, o colombiano e o paranaense de Guaraci ajudaram o Verdão a ter a melhor defesa desta edição do campeonato: 32 gols sofridos, mesma marca do Atlético-PR.

Além de se mostrarem seguros atrás, Mina e Vitor Hugo têm sido bastante úteis no esquema ofensivo do técnico Cuca. Juntos, os zagueiros somam nove tentos no Brasileirão, sendo quatro anotados pelo colombiano, que estreou com a camisa alviverde na vitória por 3 a 1 sobre o Sport, no Recife, pela 13ª rodada, no dia 4 de julho.

Mas Mina já havia conquistado os companheiros antes daquele jogo. Ainda no vestiário da Ilha do Retiro, o jogador de 1,95m deu seu cartão de visitas ao reproduzir um ritmo latino, a cumbia. Ele encantou Gabriel Jesus ao esbanjar gingado na dança, com a qual comemora seus gols. (Veja o vídeo abaixo).

“Se o Palmeiras vive um bom momento, isso se deve também à dupla de zaga que tem hoje”, ressalta Zago, atual técnico do Juventude. “O Mina eu não conhecia, é um jogador que impressionou pelos gols que ele faz e também por ser um bom zagueiro. Esse jeito mais descontraído não prejudica em nada dentro de campo”, acrescentou.

Somente o carisma de Mina, entretanto, não seria o suficiente para que ele caísse nas graças da torcida. Também ajuda o fato de ter feito gols em três clássicos, marcando inclusive em Itaquera, casa do rival Corinthians.

“O Mina eu vejo como um zagueiro mais voluntarioso, talvez o Vitor Hugo seja o Antônio Carlos e o Mina é o Cléber daquela época (1993 e 1994). E, por isso, são jogadores que se completam também”, concluiu Zago.



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