Cleiton Xavier: único remanescente de 2009 exorciza fantasmas com título - Gazeta Esportiva
Edoardo Ghirotto
São Paulo
11/28/2016 08:33:42
 

A conquista do Campeonato Brasileiro encerrou para o Palmeiras um jejum de 22 anos sem títulos da competição. Para o meia Cleiton Xavier, o feito serviu para exorcizar os fantasmas do passado. O jogador era o único remanescente do time que chegou próximo ao troféu em 2009, mas fracassou nas rodadas finais do torneio que acabou nas mãos do Flamengo.

Cleiton Xavier era um dos principais nomes da equipe dirigida por Muricy Ramalho no Brasileiro de sete anos atrás. Ao lado de nomes como Diego Souza e Vagner Love, o meia ajudou o Palmeiras a ficar 17 rodadas consecutivas na primeira colocação. Uma sequência ruim, no entanto, fez o Verdão perder a liderança na 34ª partida disputada. Com dificuldades para se estabilizar novamente, o clube acabou a temporada fora até da zona de classificação para a Libertadores.

O meia fez ao longo da temporada diversas comparações entre os times de 2009 e 2016. Em todas elas, Cleiton Xavier fazia questão de ressaltar que o atual elenco era mais numeroso do que aquele montado há sete anos.

O atleta acreditava que a falta de opções para Muricy fez o nível do futebol palmeirense cair na reta final daquele campeonato. Nesta temporada, Cuca utilizou 33 jogadores na campanha que culminou no título brasileiro.

“Talvez as peças que nós temos hoje sejam a diferença daquele grupo para esse. O elenco é a grande diferença. Estamos fortes e temos qualidade. Talvez faltou um grupo um pouco mais cheio naquela época que deixamos escapar o título”, disse o meia, em entrevista concedida em julho.

ESPORTES - FUTEBOL - CAMPEONTAO BRASILEIRO SERIE A - PALMEIRAS X ATLETICO MG - Cleiton Xavier e Vagner Love comemorando o terceiro gol palmeirense durante jogo valido pela 37 rodada do Campeonato Brasileiro - Estádio Palestra Italia - São Paulo - 29/11/2009 - Foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press
Ao lado de Diego Souza e Vagner Love, Cleiton Xavier fracassou no Brasileiro de 2009 (Foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)

Livre de lesões, Cleiton Xavier foi um coringa na campanha do Palmeiras

Ao ser apresentado como jogador do Palmeiras no ano passado – após três meses de treinos na Academia de Futebol -, Cleiton Xavier garantiu ao torcedor que superaria o trauma de 2009. “Vamos lutar por coisas melhores”.

O Palmeiras, de fato, recuperou sua relevância no cenário nacional. Foi vice-campeão do Paulista e faturou o troféu da Copa do Brasil em 2015. Neste ano, o time sobrou no Brasileiro e assegurou o título neste domingo, contra a Chapecoense, com uma rodada de antecedência.

Mas a estrada trilhada por Cleiton Xavier foi sinuosa. Ele sofreu no início do ano com lesões e só recuperou as condições física e técnica no Brasileirão. Não teve, no entanto, a vaga de titular garantida. O meia passava por análises especiais do departamento de fisiologia e por diversas vezes iniciou os jogos no banco de reservas.

Recorde a entrevista à Gazeta Esportiva em que Cleiton Xavier disse cogitar a aposentadoria no Palmeiras

Também pesou contra o meia a mudança de estratégia adotada pelo técnico Cuca no decorrer do campeonato. Inicialmente, o treinador utilizava Cleiton Xavier como titular nos jogos disputados no Palestra Itália, enquanto Thiago Santos assumia a posição nas partidas fora de casa. Aos poucos a tática ficou ‘manjada’ pelos adversários, o que levou o comandante a testar formações que raramente incluíam o camisa 10 entre os onze jogadores iniciais.

Mesmo sem ter o protagonismo de antigamente, Cleiton Xavier esteve em 30 partidas do Palmeiras no Brasileiro e marcou quatro gols, incluindo aqueles que garantiram as vitórias por 1 a 0 contra o Corinthians (7ª rodada) e diante do Inter (34ª rodada). O “reserva de luxo” também foi o segundo garçom palmeirense na competição, com seis passes para gols – quatro a menos do que o líder Dudu.

Sem vaidades, Cleiton Xavier disse no início de novembro que estava satisfeito com a condição de 12º jogador. “Não tem nenhuma disputa. Todo mundo está focado e ciente de que o Cuca faz o melhor para o time. O time não tem só 11 titulares”, afirmou.

“O mais importante de tudo é se sentir importante para a equipe. É assim que me sinto, independentemente de jogar dez, 15 ou 45 minutos. Sei da minha importância. O Cuca tem confiança em mim. Ele conversou comigo, pediu para me preparar. E não é só comigo. Todos que estão aqui sentem o mesmo”, acrescentou.

Com contrato até 2018, Cleiton Xavier está no planejamento do clube e deve ser aproveitado durante a disputa da Libertadores da próxima temporada. O título continental será a nova obsessão do jogador de 33 anos.



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