Copinha: A importância financeira da competição para os clubes brasileiros - Gazeta Esportiva - Muito além dos 90 minutos
Copinha: A importância financeira da competição para os grandes clubes brasileiros

Copinha: A importância financeira da competição para os grandes clubes brasileiros

Gazeta Esportiva

Por Redação

31/01/2023 às 13:15 • Atualizado: 02/02/2023 às 08:27

São Paulo, SP

Conhecida como a grande vitrine do futebol brasileiro, a Copa São Paulo de Futebol Jr., ou Copinha, marca o início do calendário nacional. Enquanto os clubes profissionais movimentam o mercado fazendo contratações e treinos de pré-temporada, os jogadores das categorias de base têm a chance de mostrar para o Brasil e Mundo que são capazes de grandes feitos no esporte, agregando valores aos seus clubes e carreira.

Celeiro de grandes atletas, o Brasil se acostumou a exportar talentos para o futebol europeu, gerando uma corrida dos grandes clubes para contratar jovens jogadores, mesmo eles ainda estando ainda em formação. O Real Madrid, por exemplo, se tornou um grande comprador, o último caso foi em dezembro de 2022, quando o time anunciou um acordo para tirar o prodígio Endrick do Palmeiras, pela impressionante cifra de 60 milhões de euros. Outros exemplos são os jogadores Rodrygo, Vinicius Júnior e Reinier, vendidos por €UR 45 milhões, €UR 38 milhões e €UR30 milhões, respectivamente, para o clube merengue.

Algo mais do que terem sidos vendidos ao maior clube do mundo ainda muito cedo, esses 4 jogadores possuem algo mais em comum: todos brilharam na Copinha, fizeram seu nome no profissional e foram brilhar na Europa, gerando uma ótima receita para seus clubes fundadores, dando um respiro na saúde financeira.

Investimento na base hoje, retorno financeiro amanhã


De acordo com o estudo mais recente sobre o futebol brasileiro elaborado pela XP Investimentos em conjunto com a consultoria especializada Convocados, calcula-se hoje que cerca de 15% das receitas dos clubes de Série A em 2021 tenham sido originadas da transferência de jogadores oriundos das categorias de base. O relatório mais recente da FIFA sobre transferências internacionais de 2021 aponta que o Brasil é o país que mais teve representantes no quesito de transferências internacionais, com 1.749 jogadores, quase o dobro que o segundo colocado, a Argentina, que teve 896 jogadores negociados internacionalmente no mesmo período.



Fonte: FIFA Global Transfer Report

Os três clubes brasileiros que mais investiram nas categorias de base em um consolidado dos últimos 5 anos foram Flamengo, São Paulo e Grêmio. Embora às vezes a correlação entre investimento na base e receita com vendas de jogadores não seja perfeita por conta do resultado se mostrar apenas no longo prazo, nesse caso específico se mostra bem relevante – 2 dos 3 times que figuram no pódio de investimento nas categorias de base também aparecem como 1º (São Paulo) e 3º (Flamengo) na lista dos clubes que mais venderam atletas nos últimos dez anos em estudo feito pela FIFA em agosto de 2021.

“O gráfico abaixo é muito interessante não apenas pelos números dos últimos cinco anos, mas também pela análise dos clubes que mais incrementaram o investimento em jovens jogadores. Embora o Red Bull Bragantino continue sendo um dos clubes da Série A que mais gasta em jogadores profissionais (cerca de R$ 178 milhões em 2021) é o primeiro na lista dos que mais tiveram incremento em relação ao ano anterior – o que reforça a ideia de que para um clube prosperar, tanto economicamente quanto financeiramente, deve-se haver um equilíbrio na hora de alocar capital”, comenta Pedro Paiva, consultor de projetos da Outfield.



Fonte: Relatório “Convocados” da XPI e Convocados.net

Como exemplos recentes de jogadores da base que trouxeram retorno financeiro para seus clubes, temos uma boa gama de jogadores das mais diferentes posições. Antony, por exemplo, foi vendido pelo São Paulo para o Ajax da Holanda em 2020 por cerca de 15,75 milhões de euros, mas não parou de dar dinheiro para o clube paulista, mesmo após sua saída. Na última janela de transferências do verão europeu, o Manchester United, da Inglaterra, acertou a contratação do ponta-direita que integrou o plantel do Brasil na Copa do Mundo de 2022 por cerca de 100 milhões de euros. Como o São Paulo tinha garantido em contrato 20% do valor de uma futura venda, embolsou mais cerca de 96 milhões de reais com a negociação para os Red Devils.

“A beleza da Copa São Paulo de Futebol Jr, que teve sua final nesta quarta-feira, dia 25 de janeiro de 2023, está justamente nessa aceitação da mudança do futebol e perspectiva para o futuro. Enquanto craques como Cristiano Ronaldo e Lionel Messi estão perto de se aposentar, temos a oportunidade de ver em primeira mão, em nosso próprio país, o nascimento das novas estrelas do futuro – e isso é um privilégio para poucos”, finaliza Pedro Paiva, consultor de projetos da Outfield.

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