A relação com a Torcida Independente, maior organizada do Tricolor, não parece estar tão estável como garantiu Leco em entrevista à Folha de S.Paulo ainda em janeiro. Após o vexame na estreia da Libertadores, na última quarta, alguns torcedores se reuniram para protestar na saída do Pacaembu contra jogadores como Michel Bastos e Centurión.
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Os protestos após a derrota para os bolivianos do Strongest, entretanto, não se esgotaram nos portões do estádio. Pelas redes sociais, sobretudo pelo Twitter, a Torcida Independente veio à forra contra Michel Bastos, a quem chamou de laranja podre, e ainda cobrou a volta de Milton Cruz à comissão técnica principal.
Com críticas ao técnico Edgardo Bauza, que tem sido caracterizado como defensivo, a torcida justificou o porquê apoia o retorno de Milton Cruz. “O fato de apoiar Milton Cruz parte da seguinte razão: ele conhece as qualidades e deficiências dos atletas. Tem que estar ao lado do Bauza”, escreveu.
Dois volante contra o temido time boliviano?jogando em casa com Pacaembú lotado...Num time raçudo argentino funciona .. Aqui no Brasil não!!
— TORCIDA INDEPENDENTE (@T_Independente) 18 fevereiro 2016
Responsável por “tampar o buraco” após a saída de Juan Carlos Osorio, conduzindo o time durante a reta final do Brasileiro e, inclusive, classificando-o à Libertadores, Milton Cruz, então interino, mudou de função e passou a ser analista de desempenho da base, em Cotia (SP).
Descrente com relação ao time, a Independente teceu duras críticas a Michel Bastos, meia da equipe que tem carregado a faixa de capitão no primeiro ano sem Rogério Ceni. Segundo a organizada, o camisa 7 tem contribuído para um ambiente conturbado internamente por conta de algumas exigências desmedidas.
“Nunca será um ídolo. Nunca será um mito. Nunca será um líder. Laranja podre. Faz intriga aí dentro do vestiário, mercenário”, disse a torcida em meio a uma enxurrada de postagens em crítica ao atual momento do clube.
Além do elenco, outro alvo de crítica foi a diretoria tricolor. O diretor de futebol Gustavo Vieira de Oliveira foi mencionado diretamente em uma postagem e cobrado pelo faturamento nos bastidores. “Gustavo ganha salário de R$ 120 mil e mais uma comissão de 3% na venda de qualquer jogador que ele trouxer... Vergonha. Devolvam o nosso São Paulo”, reclamou.
Aquele papo de time Grande na cai Não existe mais Diretoria corrupta Chinelinhos no CT Time sem comando É de se preocupar Já!
— TORCIDA INDEPENDENTE (@T_Independente) 18 fevereiro 2016
Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, também foi lembrado. Depois de admitir à Folha, em janeiro, que contribui com as duas maiores organizadas do São Paulo – Independente e Dragões da Real – no que diz respeito aos gastos com Carnaval e com ingressos, o presidente foi criticado por manter ativos os mesmos dirigentes da gestão de Carlos Miguel Aidar.
“Cem dias que o Leco assumiu o SPFC (São Paulo Futebol Clube). Não aceita auditoria no clube. Manteve os mesmos diretores ladrões da era Aidar. Continuísmo”, escreveu o perfil da torcida.
Em contato telefônico com a Gazeta Esportiva, Leco se mostrou ríspido ao despachar rapidamente a ligação. O presidente preferiu não fazer declarações e recomendou à reportagem o contato com a assessoria de imprensa.
“É a terceira vez que me ligam desde que desci... Agora eu não posso falar. Estou no avião a caminho do Rio de Janeiro. Não tenho nada para falar. Procure a minha assessoria”, falou o mandatário tricolor.
Nem Lugano passou impune aos olhos da Independente. Em meio a chuva de críticas, a torcida justificou o porquê não compareceu ao desembarque do uruguaio no aeroporto em Guarulhos (SP), que ficou com o saguão tomado por torcedores – mas não da Torcida Independente.
“Agora, nação soberana, vocês entenderão o motivo que não fomos receber o nosso ídolo Lugano. Ataíde e Gustavo trouxeram ele para baixar a poeira”, escreveu.
*Especial para Gazeta Esportiva