São Paulo dá vexame, perde para bolivianos e enfurece a torcida - Gazeta Esportiva
São Paulo dá vexame, perde para bolivianos e enfurece a torcida

São Paulo dá vexame, perde para bolivianos e enfurece a torcida

Gazeta Esportiva

Por Edoardo Ghirotto

17/02/2016 às 21:26 • Atualizado: 18/02/2016 às 00:07

São Paulo, SP

Matías Alonso, de cabeça, fez o gol que garantiu a vitória do The Strongest sobre o São Paulo (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
Alonso, de cabeça, fez o gol que garantiu a vitória do The Strongest sobre o São Paulo (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


O São Paulo foi uma decepção completa nessa quarta-feira. Passes errados em sequência e finalizações sem qualquer eficiência foram determinantes para a equipe perder por 1 a 0 para o The Strongest, no Pacaembu, na abertura do Grupo A da Copa Libertadores. Hostilizado pela torcida, o time acumulou a primeira derrota como mandante para um time boliviano em sua história. Já o Strongest, que não vencia um jogo como visitante no torneio continental há quase 34 anos, somou os três primeiros pontos e largou na frente dos rivais da chave.

Assim como nos jogos contra o César Vallejo, na pré-Libertadores, o São Paulo soube criar oportunidades e chegar ao ataque no primeiro tempo. Faltou à equipe maior eficiência para concluir as chances a ponto de ameaçar o goleiro Vaca. Para o segundo tempo, Bauza tentou revolucionar o jogo do Tricolor e tirou Hudson para a entrada de Calleri. O esquema ofensivo não surtiu o efeito esperado e Alonso, aos 17 minutos, anotou o gol da vitória do Strongest.

Além de ter de engolir a derrota na Libertadores, a torcida do São Paulo deixa o Pacaembu ainda mais irritada com a insistência de Bauza em colocar Centurión no time titular. O atacante errou na maioria das vezes em que foi acionado à frente e, ao ser substituído por Rogério, ouviu sonoras vaias dos tricolores. Quem também decepcionou foi o meia Michel Bastos, duramente xingado após as falhas cometidas na lateral esquerda do campo. "Ei, Michel, vai tomar no c...", gritaram os torcedores.

O próximo compromisso do São Paulo pode ser considerado o jogo mais difícil da equipe na fase de grupos da Libertadores. O clube viajará para Buenos Aires, onde enfrentará o River Plate, em 10 de março, no Monumental de Núñez. No dia anterior, o Strongest terá pela frente Trujillanos-VEN, na altitude de La Paz.



O Jogo - Foi preciso um minuto de jogo para que a torcida do São Paulo se levantasse das arquibancadas. Após recuo errado da zaga para o goleiro Vaca, em lance semelhante ao protagonizado por Lucão no primeiro gol do Corinthians no Majestoso de domingo, Ganso tentou o chute e acertou as pernas do arqueiro boliviano. Cinco minutos depois, o Tricolor errou na saída de bola e Alonso, após belo drible em Rodrigo Caio, acertou a trave direita de Denis.

Nervoso, o São Paulo abusava das faltas e já tinha Alan Kardec e Rodrigo Caio amarelados com sete minutos de partida. Com a bola no pé, no entanto, o Tricolor era muito superior ao rival boliviano. Tanto que uma série de cruzamentos feita pelo time entre os 17 e 19 minutos deixou a defesa do Strongest em pânico. Vaca, experiente goleiro com passagens pela seleção do país andino, foi o responsável por afastar o perigo em todas as oportunidades.

Aos 27 minutos, Ganso apareceu pela primeira vez no jogo e teve uma finalização de fora da área defendida por Vaca. Aos 30, o meia subiu sozinho após cobrança de escanteio da esquerda e testou para longe do gol. No lance seguinte, o Tricolor pressionou a saída de bola do Strongest e forçou o erro de passe de Vaca. A bola caiu nos pés de Centurión, mas o argentino não soube conduzi-la e desperdiçou o lance. A trapalhada desencadeou os primeiros pedidos pela entrada de Rogério no Pacaembu.

A melhor chance do São Paulo na etapa inicial ocorreu aos 37 minutos, após Vaca não alcançar um cruzamento e Alan Kardec acertar a trave com um carrinho. O árbitro, no entanto, viu toque de mão do centroavante e marcou falta. Já o Strongest esboçou uma pressão nos minutos finais do primeiro tempo, mas não levou perigo ao goleiro Denis nas investidas.



A falta de eficiência ofensiva levou Bauza a radicalizar no segundo tempo. O argentino sacou o volante Hudson para a entrada de Calleri, mas a formação agressiva parava nos seguidos erros de Centurión e Michel Bastos nas duas laterais do campo. Com 17 minutos jogados e nenhuma chance criada, o São Paulo foi castigado e sofreu o gol após bola cruzada na área por Chumacero. O boliviano alçou com precisão para Alonso cabecear dentro da meta de Denis.

O São Paulo chegou ao ataque pela primeira vez aos 21 minutos, após Ganso lançar na esquerda e Michel Bastos mandar o tiro por cima do gol. Em seguida, Centurión deixou o campo sob vaias para a entrada do talismã Rogério. Além do argentino, Bauza sacou o centroavante Alan Kardec e optou pela entrada de Kieza.

Para frustração do treinador, as alterações não produziram nenhum resultado concreto. O Tricolor cansou de cruzar bolas fáceis de serem cortadas, errou passes no meio-campo e quase não finalizou ao gol de Vaca. Para piorar, os bolivianos catimbaram a cada falta marcada pelo árbitro e souberam aproveitar a apatia brasileira para sair do Pacaembu com a vitória.

Aos são-paulinos sobraram as críticas. "Não tem respeito com a camisa tricolor, filho da p..." e "não é mole não, estou cansado de time amarelão" foram os cantos entoados pelas arquibancadas antes do apito final. Os xingamentos foram sentidos pelo time. E aos 41 minutos, no último lance do jogo, Kieza recebeu quase na marca do pênalti e bateu de forma displicente, sem qualquer ameaça para Vaca.

Michel Bastos, jogador do São Paulo FC durante partida contra The Strongest, válida pela Primeira Fase de Grupo da Copa Libertadores de 2016, na capital paulista. 17/02/2016, Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press
Michel Bastos e Centurión foram muito hostilizados pelos torcedores no segundo tempo (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 0 X 1 THE STRONGEST-BOL

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 17 de fevereiro de 2016, quarta-feira
Horário: 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Mario Díaz de Vivar (Fifa-PAR)
Auxiliares: Carlos Cáceres e Milciades Saldívar (ambos Fifa-PAR)
Público: 27.168
Renda: R$ 1.596.990,00
Cartões amarelos: Alan Kardec, Rodrigo Caio, Calleri (São Paulo); Veizaga, Ramallo, Maldonado (The Strongest)

GOLS:
THE STRONGEST: Alonso, aos 17 minutos do segundo tempo

SÃO PAULO: Denis; Bruno, Rodrigo Caio, Lucão e Mena; Hudson (Calleri), Thiago Mendes, Centurión (Rogério), Paulo Henrique Ganso e Michel Bastos; Alan Kardec (Kieza)
Técnico: Edgardo Bauza

THE STRONGEST: Vaca; Pereyra, Maldonado e Marteli; Chumacero, Castro (Bejarano), Veizaga, Cristaldo e Pablo Escobar; Ramallo (Torres) e Alonso (Neumann)
Técnico: Mauricio Soria

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