Bolívia suspende diretores da aviação para investigar acidente com a Chape - Gazeta Esportiva
Bolívia suspende diretores da aviação para investigar acidente com a Chape

Bolívia suspende diretores da aviação para investigar acidente com a Chape

Gazeta Esportiva

Por Redação

01/12/2016 às 18:32 • Atualizado: 15/12/2016 às 13:12

São Paulo, SP

Roberto D'Machi, a relative of Nilson Junior Folle, one of the players of Brazilian football team Chapecoense Real killed in a plane crash in the Colombian mountains, mourns next to his coffin at the San Vicente mortuary in Medellin on December 1, 2016. The pilot of a charter plane carrying the Brazilian football team Chapecoense Real radioed frantically that he was out of fuel minutes before slamming into a hillside near Medellin with 77 people on board, an audio recording showed. / AFP PHOTO / Luis ACOSTA
Plano de voo do avião que transportava a Chapecoense apresentava irregularidades (Foto: Luis Acosta/AFP)


O Ministério de Obras Públicas da Bolívia comunicou nesta quinta-feira a suspensão dos diretores da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares da Navegação Aérea (Aasana) e da Direção Geral da Aeronáutica Civil (Dgac). Segundo o jornal El Deber, as medidas foram tomadas em resposta ao acidente aéreo que matou 71 pessoas na terça-feira, entre elas jogadores e a comissão técnica da Chapecoense.

O afastamento das chefias dos órgãos governamentais foi adotado para que se realize uma investigação exaustiva do acidente aéreo sem que haja a contaminação de provas.

Não há um indicativo sobre a abertura de eventuais processos penais contra estes diretores. Também será investigada a empresa Lamia, que nesta terça-feira teve suspensa a autorização para operar voos pela aeronáutica boliviana.

"Não é o primeiro voo internacional realizado. Existem requisitos que devem ser cumpridos pela empresa para os voos serem autorizados. Isso é o que estamos investigando. Se houve uma infração, ou se burlaram as regras, veremos nos resultados [das investigações]", afirmou Milton Claros, responsável por afastar os diretores.




Também nesta quinta-feira, o jornal El Deber reportou que o plano de voo do avião contratado pela Chapecoense estava irregular desde antes da decolagem. O piloto Miguel Quiroga, morto no acidente, informou que a aeronave levaria 4 horas e 22 minutos para fazer o trajeto entre Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia - onde o avião parou para abastecer -, e a cidade de Medellín. A autonomia do avião era justamente de 4 horas e 22 minutos.

Um especialista em aviação ouvido pelo jornal disse que a lei boliviana exige que um avião deve ter combustível para chegar ao seu destino final, mudar a rota para um aeroporto alternativo e voar por pelo menos 45 minutos. A Aasana questionou o plano de voo apresentado pelo piloto, mas um funcionário da Lamia convenceu o órgão que a empresa agia conforme a lei.

A funcionária da Aasana que alertou para a irregularidade não tinha poder para impedir a aeronave de decolar. Ela foi afastada do cargo, segundo informou o Jornal Hoje, da TV Globo. Ainda de acordo com o Jornal Hoje, não havia no plano de voo nenhuma menção ao reabastecimento em uma segunda cidade. Especulava-se anteriormente que o piloto havia ignorado uma parada técnica na capital colombiana de Bogotá.

As investigações apontam que o avião da Chapecoense caiu após ficar sem combustível e sofrer uma pane elétrica. Como não houve explosão, as autoridades conseguiram recuperar todos os corpos e realizar o reconhecimento de forma célere.

Os corpos passam por um processo de embalsamento em uma funerária de Medellín e devem chegar a Chapecó na madrugada de sábado. O velório coletivo será realizado no gramado da Arena Condá e terá início às 8 horas (de Brasília) de sábado.


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