Para Vítor Pereira, união entre teoria e prática é “segredo” para o sucesso de treinadores portugueses - Gazeta Esportiva
Para Vítor Pereira, união entre teoria e prática é “segredo” para o sucesso de treinadores portugueses

Para Vítor Pereira, união entre teoria e prática é “segredo” para o sucesso de treinadores portugueses

Gazeta Esportiva

Por Marina Bufon

08/09/2022 às 06:00

São Paulo, SP

Abel Ferreira, Jorge Jesus, Vítor Pereira, Luís Castro, José Mourinho, André Villas-Boas, Leonardo Jardim, Carlos Queiroz... A quantidade de técnicos portugueses trabalhando ou que já trabalharam mundo afora é gigantesca.

No Brasil, o sotaque do Velho Continente está em um momento de ascensão em coletivas, entrevistas e à beira do gramado. Para Vítor Pereira, do Corinthians, o segredo do sucesso dos treinadores portugueses, que culminou com esta internacionalização do profissional, está na união entre teoria e prática.

“Portugal deu um salto qualitativo. Quando eu estava na faculdade, tive a sorte de apanhar o Vitor Frade, com uma visão de treino e jogo, à frente do seu tempo, o tal ‘Da Vinci’ da vida, que consegue vislumbrar o futuro. Para mim, era impossível ser treinador em Portugal. Como jogador, joguei na terceira divisão, e quem era treinador em Portugal? Eram ex-jogadores, que tinham feito uma carreira na primeira liga portuguesa”, iniciou VP.

“Isso não quer dizer que muitos desses treinadores não tenham qualidade, porque têm e continuam a ter. Eu comecei a estudar também. Carlos Queiroz, que não tinha jogado em lugar nenhum, um teórico sem prática, foi campeão do mundo duas vezes no sub-20. Isso foi o despertar em Portugal para a teoria. Os presidentes em Portugal começaram a olhar para quem tinha a teoria de uma forma diferente”, complementou.




Vítor Pereira esteve ao lado do compatriota Luís Castro, técnico do Botafogo, em um painel do Brasil Futebol Expo, evento organizado pela CBF, na última segunda-feira, justamente sobre o tema "estrangeiros no futebol brasileiro”. Ele seguiu sua linha de raciocínio e citou Mourinho, hoje técnico da Roma.

“O Mourinho, que também não foi grande jogador, aparece com aquela qualidade toda, vindo da faculdade, começaram a olhar para o treino e para o jogo, com esse olhar de faculdade, e começaram a apostar neles. Começou-se a associar a teoria (com o sucesso)”, pontuou.

VP também contou sua experiência pessoal, de ter parado de jogar bola aos cerca de 30 anos e, “sem nada para fazer em casa”, começou a desenvolver seu próprio método.

VEJA MAIS:
Corinthians diminui valor de ingressos em três setores da Arena para a Copa do Brasil
VP critica imprensa e diz se pautar pela verdade no Corinthians: “Olhar para a realidade”
Vítor Pereira explica como falta de afetividade o afeta na carreira de técnico
Técnico desconversa sobre futuro do Corinthians e atualiza situação da família
VP dispara sobre jogadores de “nariz empinado”: “Ele ou eu”

“Eu deixei de jogar, fiquei quatro meses em casa, não conseguia dormir, porque minha cabeça está sempre criando. O futebol me dá isso, se me tirarem isso, me matam. Fiz um dossiê de exercícios, um modelo de jogo que queria para todos os momentos, contra-ataque, um dossiê que eu nunca abri para trabalhar. O que aconteceu? Aquilo se transportou para uma instância superior, experimentei no treino, porque, uma teoria sem prática, um conhecimento sem ação, tem que ser um saber com um saber fazer. Criar do ponto de vista teórico e, no campo, fazer acontecer e, claro, corrigir”, finalizou.

Vítor Pereira teve uma carreira modesta como jogador, tendo jogado na base do Sporting de Espinho, com passagens por outros clubes menores, como Avanca, Oliveirense e Esmoriz.

Já nos estudos, formou-se em educação física e, depois, já começou a trabalhar como assistente. Ele já passou por Porto (base e principal), Olympiacos, Fenerbahçe, Shanghai SIPG, entre outros times. No Corinthians, são mais de seis meses de trabalho, com a terceira colocação do Campeonato Brasileiro e disputando a semifinal da Copa do Brasil.

Conteúdo Patrocinado