Copete quer voos maiores, promete dancinha e explica acidente: "Passei um creme e voltei a jantar" - Gazeta Esportiva
Copete quer voos maiores, promete dancinha e explica acidente: "Passei um creme e voltei a jantar"

Copete quer voos maiores, promete dancinha e explica acidente: "Passei um creme e voltei a jantar"

Gazeta Esportiva

Por Vitor Anjos

15/07/2017 às 10:30

Santos, SP

Em junho de 2016, Jonathan Copete abandonou o semifinalista da Libertadores Atlético Nacional para se apresentar no Santos. Pouco tempo depois, o time colombiano conquistou o torneio continental e o atacante acabou ficando de fora da festa. Mesmo assim, ele não se arrepende nem um pouco da decisão que tomou.

Afinal, um ano após chegar no Peixe, Copete já caiu nas graças da torcida, virou titular absoluto do time comandado por Levir Culpi e assumiu o posto de maior artilheiro gringo da história do clube, com 20 gols marcados. Porém, mesmo com a fase iluminada, o colombiano acredita que ainda pode fazer muito mais pelo alvinegro.

"Hoje estamos em uma posição muito boa, mas acho que ainda não cheguei no meu melhor momento aqui no Santos. Seguramente posso mostrar um pouco mais do que isso. Conseguir essa marca (artilharia estrangeira) é muito boa para mim, mas não vim aqui só para conquistar isso, mas sim para buscar títulos. Espero seguir o bom trabalho para alcançar coisas maiores. Tive que abrir mão de jogar a Libertadores ano passado, mas não me arrependo. Também me sinto campeão daquela edição e estou trabalhando para conquistar uma Libertadores aqui no Peixe", explicou o atacante em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.

Após 'largar' Libertadores em 2016, Copete assumiu artilharia gringa e caiu nas graças dos santistas (Foto: Fernando Dantas: Gazeta Press)


Carismático, o colombiano já era bem querido pelos santistas desde a última temporada. Porém, após marcar o primeiro gol de seu hat-trick contra o São Paulo, no último domingo, pelo Brasileirão, e exibir várias queimaduras no abdômen, Copete passou a ser idolatrado mais ainda pela torcida.

O acidente aconteceu na segunda-feira da semana passada, um dia antes do Santos embarcar para Curitiba, onde entraria em campo diante do Atlético-PR, pela Libertadores. Enquanto fazia um ceviche de camarão, prato da culinária peruana bastante consumido na Colômbia que normalmente é servido cru, mas também existe em versão quente em alguns lugares, a panela de pressão explodiu e deixou as marcas no corpo do jogador.

Porém, mesmo com os grandes machucados, Copete não entrou em desespero, simplesmente terminou o jantar e ficou calado quando se reapresentou no dia seguinte ao Peixe.

"Nós não deixamos de comer por conta do acidente. Não fui ao hospital. Fiquei queimado, mas só passei um creme na hora e terminei a janta com meus amigos e família. Ficamos bem tranquilos. Comemos com gosto, ficamos à vontade e terminamos de fazer as coisas. Vou continuar a fazer jantares com amigos em casa. No outro dia vim treinar normalmente. Tinha um pouco de medo deles me tirarem da equipe por conta disso. Eu sempre quero jogar e dar a vida pelo Santos, que é o time que me trouxe aqui e que tenho uma gratidão muito grande", ressaltou o colombiano.

Colombiano virou símbolo de raça no Santos ao jogar queimado e ainda marcar três gols contra o São Paulo (Foto: Ivan Storti/ Santos FC)


Após a noite de gala no clássico contra o São Paulo, Copete precisou cumprir suspensão automática por ter levado o terceiro cartão amarelo e não atuou na vitória santista sobre o Atlético-MG, em Belo Horizonte. Porém, o atacante tem presença confirmada para o duelo diante do Vasco, neste domingo, às 16h (de Brasília), no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, e já fez uma promessa.

Mesmo com a saída de Rodrigão, seu principal parceiro de dança, para o Bahia, o colombiano afirmou que irá fazer uma 'salsa tranquila' se marcar um gol contra o Cruz-Maltino.

"Ano passado nós jogamos contra o Vasco no Rio, pela Copa do Brasil, eu fiz um gol e acabei dançando uma 'champeta', um ritmo colombiano bem legal. Espero poder fazer outro no domingo e comemorar fazendo uma salsa como a gente gosta. Tem o Lucas Lima que gosta de dançar bastante. Também tem Vladimir Hernández. Vamos pensar em alguma coreografia para dançar depois de um gol importante", concluiu Copete, aos risos.

Sem Rodrigão, Lucas Lima deve ser o novo companheiro de danças do colombiano (Foto: Ivan Storti/SFC)


Leia a entrevista na íntegra:

Gazeta Esportiva: Essa é a melhor fase da sua carreira? Já viveu algum momento melhor que esse como jogador?

Copete: "Sempre trabalhei para ficar bem e ajudar o time. Hoje estamos em uma posição muito boa, mas acho que ainda não cheguei no meu melhor momento aqui no Santos. Seguramente posso mostrar um pouco mais do que isso. Vou seguir trabalhando e acreditando para dar tudo certo e que eu consiga trazer coisas boas para o clube".

Gazeta Esportiva: Você esperava esse sucesso tão rápido no Santos?

Copete: "Eu cheguei com a pretensão muito forte de fazer um grande trabalho aqui e estou conseguindo, como já fiz em outros clubes que passei. O desempenho no Santos não é uma exceção para mim. Cheguei e sempre me mostrei muito grato com a oportunidade. Estou muito feliz de estar por aqui".

Gazeta Esportiva: Ano passado você estava próximo de disputar a final da Libertadores e largou tudo isso para vir ao Santos. O que te motivou a fazer isso? Se arrepende de não ter ficado para a conquista da Liberta?

Copete: "Não, não. A possibilidade de estar em lugares privilegiados sempre vai acabar dando certo, e eu estou em um lugar muito privilegiado que é o Santos. Tive que abrir mão de jogar a Libertadores com o Atlético Nacional, mas não me arrependo. Também me sinto campeão daquela edição e estou trabalhando para conquistar uma Libertadores aqui no Peixe".

Gazeta Esportiva: Depois do jogo contra o São Paulo, vários torcedores fizeram montagens com você no lugar do Pelé nas redes sociais. Como tem sido lidar com esse carinho da torcida a ponto de ser comparado ao Rei do Futebol? 

Copete: "Acompanho bastante o Instagram e vi a repercussão que foi após eu tirar a camisa e mostrar minhas feridas contra o São Paulo. Foi um momento de emoção, de descontrole mesmo. Isso é bem engraçado (ser comparado ao Pelé). Fico muito agradecido pelas pessoas estarem gostando de mim, mas o Pelé é simplesmente o maior jogador da história do futebol".



Gazeta Esportiva: Você conhece o colombiano Maurício Molina? Ele jogou aqui no Santos entre 2008 e 2009 e acabou caindo nas graças da torcida após jogar sangrando em um duelo contra o Cúcuta, na Libertadores. Ter jogado queimado vai fazer você ganhar a idolatria dos torcedores assim como o Molina?

Copete: "Conheço sim, já joguei várias vezes contra ele lá na Colômbia, é um jogador de muita qualidade. Acho que nós dois só queríamos ajudar o Santos. Não quero perder nunca, vou deixar sangue e pele dentro do campo para defender o time. Temos que valorizar mais o que os jogadores fazem em campo. Não fiz isso para agradar os torcedores e me igualar a qualquer atleta, foi só porque sou jogador profissional e quero o melhor para o Santos".

Gazeta Esportiva: Agora queria falar sobre o seu acidente doméstico. Como foi isso, o que você estava cozinhando na hora que a panela explodiu?

Copete: "Estava cozinhando um ceviche de camarão para amigos e familiares em casa. Usei a panela de pressão para cozinhar alguns camarões e ela acabou explodindo, pegou no meu abdômen, braços e até um pouco da boca. Porém, nós não deixamos de comer por conta disso".

Gazeta Esportiva: Mas então você nem chegou a ir para o hospital após sofrer as queimaduras?

Copete: "Não fui ao hospital (risos). Fiquei queimado, mas só passei um creme na hora e terminei a janta com meus amigos. Ficamos bem tranquilos. Comemos com gosto, ficamos à vontade, terminamos de fazer as coisas. Vou continuar a fazer jantares com amigos em casa. No outro dia vim treinar normalmente e depois viajamos para o jogo em Curitiba".

Gazeta Esportiva: Porque você não contou para a comissão técnica que estava queimado? Tinha medo de não jogar?

Copete: "Na hora eu achei que não havia muita importância falar isso. Porém, também tinha um pouco de medo deles me tirarem da equipe. Eu sempre quero jogar e dar a vida pelo Santos, que é o time que me trouxe aqui e que tenho uma gratidão muito grande".

Gazeta Esportiva: Voltando a falar sobre as questões dentro de campo, você tem alguma preferência entre atuar pelo lado esquerdo ou direito do ataque?

Copete: "Sempre falei que minha preferência é pela esquerda, mas quero ajudar de qualquer jeito. Onde me colocarem eu vou fazer o melhor possível para o time seguir vencendo e subindo na temporada".

Gazeta Esportiva: E como foi essa experiência de atuar na lateral-esquerda com o Dorival? Você já tinha jogado nessa posição alguma vez na carreira? Acredita que tem condições de jogar por ali ou prefere ficar no ataque?

Copete: "Eu já havia atuado como lateral em outros clubes antes do Santos, sempre que alguém da posição se lesionava, os treinadores me chamavam. Eu gosto mais de jogar no ataque, mas também tenho essa facilidade de atuar como defensor e isso é muito importante no futebol atual".

Gazeta Esportiva: Desde a saída do Dorival Júnior o Santos deu uma engrenada no ano e vem de três vitórias seguidas. Mudou muita coisa no time com essa troca de treinadores? O Levir está fazendo um trabalho melhor que o Dorival?

Copete: "Acredito que estamos trabalhando muito bem, embalados. O grupo está bem entrosado. Estamos tendo uma maior movimentação dentro do campo no últimos jogos, coisa que não tínhamos tanto com o Dorival. Mas o futebol é momento. Estamos aproveitando as oportunidades que não aproveitamos anteriormente e isso está fazendo a diferença".

Gazeta Esportiva: O Levir falou na última semana que vai proibir os cultos religiosos na concentração. Você tem alguma religião? Qual a sua opinião sobre isso?

Copete: "Acho que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Nós gostamos de ouvir as coisas de Deus, é um momento muito bonito para nós, mas o trabalho não pode ser deixado de lado. Podemos acreditar em Deus, mas dentro do campo temos que fazer o nosso trabalho direito. É seguir trabalhando dentro do gramado e assim Deus vai seguir nos guiando para o caminho certo".

Gazeta Esportiva: Em pouco menos de um ano no Santos você já alcançou o posto de maior artilheiro estrangeiro da história do clube. Tem noção do tamanho desse feito? Esperava alcançar isso tão rapidamente?

Copete: "Não tinha noção disso. Quando cheguei no Santos eu falei que não era goleador, mas que gostava de ajudar o time no ataque e também na defesa, voltando para marcar. Conseguir essa marca é muito boa para mim, mas não vim aqui só para conquistar isso, mas sim para buscar títulos. Espero seguir o bom trabalho para alcançar coisas maiores".

Gazeta Esportiva: E no último jogo você pediu uma 'salsa tranquila' após os três gols. Se marcar no próximo domingo podemos esperar você dançando uma salsa?

Copete: "Pode ser, pode ser (risos). Ano passado nós jogamos contra o Vasco no Rio, pela Copa do Brasil, eu fiz um gol e acabei dançando uma 'champeta', um ritmo colombiano bem legal. Espero poder fazer outro no domingo e comemorar fazendo uma salsa como a gente gosta".

Gazeta Esportiva: E no ano passado seu companheiro de dança em São Januário foi o Rodrigão. O atacante, porém, foi emprestado ao Bahia. E agora, que pode te acompanhar nas dancinhas após os gols?

Copete: "Tem o Lucas Lima aí que gosta de dançar bastante. Também tem Vladimir Hernández. Vamos pensar em alguma coreografia para dançar depois de um gol importante".

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