Mattos justifica por que Palmeiras comprou Carlos Eduardo e não Bruno Henrique - Gazeta Esportiva
Mattos justifica por que Palmeiras comprou Carlos Eduardo e não Bruno Henrique

Mattos justifica por que Palmeiras comprou Carlos Eduardo e não Bruno Henrique

Gazeta Esportiva

Por Redação

15/04/2020 às 15:58 • Atualizado: 15/04/2020 às 16:02

São Paulo, SP

Na virada de 2018 para 2019, enquanto o Palmeiras pagava US$ 6,5 milhões (R$ 25,2 milhões na data) pela contratação de Carlos Eduardo do Pyramids, o Flamengo tirava Bruno Henrique do Santos por R$ 23 milhões. Criticado pela escolha feita na época, o então diretor de futebol do Alviverde Alexandre Mattos se defendeu e deu novos detalhes da história.

"O Bruno Henrique vinha de um ano de oscilação no Santos em 2018. O Palmeiras jogou com o Santos no final de 2018, ganhou por 3 a 2 e o Bruno Henrique foi reserva. Então, por mérito dele, ele virou o Bruno Henrique agora. Lá atrás ninguém questionava, não tinha pedido na internet para contratar ele. E ele não fazia parte dos pedidos técnicos da nossa comissão. A nossa comissão colocou duas, três situações, uma delas era o Carlos Eduardo, mas não colocou o Bruno Henrique", contou Mattos, hoje diretor do Atlético-MG, aos canais Fox Sports nesta quarta-feira.




"Mas acho uma maldade, uma sacanagem, hoje, falar que pagou a mesma coisa do Bruno Henrique. Não. Então vamos falar que o São Paulo comprou o Pablo por mais dinheiro que o Bruno Henrique, que o Corinthians paga mais salário para o Vagner Love e para o Boselli que (o Flamengo para) o Bruno Henrique. O Palmeiras acabou de comprar o Rony, todo mundo aplaudiu, se o Rony não der certo aí vão crucificar todo mundo lá dentro? Não, não é assim", seguiu o dirigente, que trabalhou no Palmeiras de 2015 a 2019.

Bruno Henrique se tornou um dos destaques do futebol brasileiro após chegar ao Flamengo (Foto: Alexandre Vidal/Palmeiras)


"O Bruno Henrique naquele momento era uma situação que ninguém esperava. E um detalhe, teve uma reunião de presidentes onde o Maurício (Galiotte) me ligou e falou que o presidente do Santos (José Carlos Peres) está chateado com o Flamengo e não quer vender o Bruno Henrique para o Flamengo, e perguntou se a gente queria", contou.

"Falei que claro que queríamos, perguntei quanto ele queria, eram 10 milhões de euros mais o Raphael Veiga. Eu disse 'presidente, eu não acho que isso está certo', o presidente disse 'também não'. Uma semana depois ele vendeu por cinco para o Flamengo. Uma semana depois. Porque nenhum rival quer vender para rival não", justificou Mattos.

Bruno Henrique e Carlos Eduardo seguiram para ter histórias completamente opostas em seus novos times. Enquanto o atacante do Flamengo foi um dos destaques da temporada 2019, com 35 gols em 62 jogos, e chegou à Seleção Brasileira; o reforço palmeirense nunca se firmou como titular, marcou apenas uma vez em 19 partidas, e acabou emprestado ao Athletico-PR em 2020.

"O Fluminense, quando o Flamengo foi no Pedro, o vice-presidente me ligou, Celso Barros, e falou 'Alexandre, nós não queremos vender o Pedro para o Brasil, mas se ele não for para fora, nós não queremos vender ele para o Flamengo. Você compra ele de mim?' Falei 'compro, mas nós não temos dinheiro'. Eram 12 milhões de euros. Ele falou 'paga do jeito que você quiser, mas para o Flamengo ele não vai'. Aconteceu a mesma coisa", relembrou o dirigente.

Carlos Eduardo nunca conseguiu se firmar no Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)


Mattos elencou as três opções avaliadas pelo Palmeiras na época: Carlos Eduardo, que estava no Pyramids do Egito; Keno, que havia sido vendido pelo Verdão anteriormente ao mesmo clube egípcio; e Rony, que na época tinha um imbróglio com o time japonês Albirex Niigata.

"Agora (o Bruno Henrique) não era o jogador que estava na relação da nossa comissão técnica e análise. Não era. Era o Carlos Eduardo. O Rony; uma semana depois de vender o Keno nós contratamos o Rony, ele fez exame médico, contrato no Palmeiras, mas nosso departamento jurídico achou muito perigoso por causa da situação no Japão e vetaram a contratação. Nós tentamos fazer um acordo com os japoneses e o empresário do Rony não quis, disse que não daria dinheiro. Aí o Rony se perdeu. A verdade é essa", relembrou.

"Também tentamos repatriar o Keno, infelizmente era muita grana, muita grana, não foi possível. E o Carlos Eduardo era aprovado pela comissão técnica, pela análise de desempenho, e foi aprovado pelo diretor financeiro e o presidente do clube. E nós adquirimos o Carlos Eduardo, sem problema nenhum, como adquirimos outros que deram certo", concluiu o dirigente.

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