Análise: Palmeiras conquista ponto importante contra o Galo. Mas jogo fica em 2º plano por polêmicas - Gazeta Esportiva
Análise: Palmeiras conquista ponto importante contra o Galo. Mas jogo fica em 2º plano por polêmicas

Análise: Palmeiras conquista ponto importante contra o Galo. Mas jogo fica em 2º plano por polêmicas

Gazeta Esportiva

Por Redação

29/05/2023 às 05:00

São Paulo, SP

Por Felipe Leite

Nunca que conquistar um ponto no Mineirão, em um jogo difícil contra o Atlético-MG — ainda mais em um campeonato que premia a regularidade, como o Brasileirão —, pode ser considerado um resultado ruim. O Palmeiras, portanto, tem que sair satisfeito de Minas Gerais.

Mas fica difícil pontuar qualquer coisa do jogo com o número de polêmicas que nele ocorreram. A primeira, claro, após o lindo gol de Rony.

O camisa 10 aproveitou bate-cabeça entre Nathan Silva e Jemerson, leu melhor o quique da bola e se adiantou com relação aos defensores. Depois de dar ligeiro toque de cabeça, o 'Rústico' emendou uma linda bicicleta, encobrindo Everson: 1 a 0.

No entanto, o juiz da partida, Bráulio da Silva Machado, recebeu ajuda do VAR para anular o lance — o atacante do Verdão estava ligeiramente à frente da marcação no início da jogada, após passe de Raphael Veiga. O problema foi o ângulo da câmera utilizada pelo árbitro de vídeo para determinar a irregularidade.

Com o replay do lance na diagonal, a imagem usada pelo Premiere — a única disponibilizada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) durante a transmissão — mostrou-se inconclusiva. O lance, claro, despertou a ira de palmeirenses nas redes sociais. A palavra 'roubo' figurou nos termos mais populares do Twitter após o gol anulado do 'Rústico'.




No segundo tempo, nova polêmica. Dessa vez, 'em favor' do Galo: após cobrança de escanteio, Hulk aproveitou o rebote e, dentro da área, encheu o pé. A bola explodiu no braço de Marcos Rocha — e os jogadores do time da casa pediram, incessantemente, a marcação da penalidade.

Braúlio da Silva Machado, entretanto, não assinalou o pênalti. Sequer consultou o VAR — o que também gerou reclamações intensas dos atleticanos.

A cereja do bolo das polêmicas, entretanto, aconteceu após a partida. O técnico Abel Ferreira tomou o celular de um produtor que filmava uma discussão entre Anderson Barros e Ronei Cândido Alves, um dos assistentes da equipe de arbitragem.

Na zona mista do Mineirão, o produtor Pedro Spinelli, da TV Globo, filmava uma acalorada conversa entre o dirigente do Verdão e o assistente. Abel Ferreira se aproximou para conversar com o quarto árbitro — segundo o próprio português, para elogiá-lo por sua conduta durante a partida — e presenciou a discussão.

Ao notar a gravação do ocorrido, Abel se dirigiu até o jornalista e tirou o celular de suas mãos. Tal ato foi filmado por outro jornalista, da Rádio Itatiaia. Assim que percebe que está sendo filmado, o treinador do Alviverde desiste de deletar a filmagem de Pedro Spinelli e passa a discutir com o representante da imprensa mineira.

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Conduzido por um segurança do clube aos vestiários, Abel brada ao jornalista da Itatiaia. "O futebol brasileiro está assim por vossa culpa, por vossa responsabilidade", repetiu várias vezes.

Vale lembrar: as filmagens aconteceram em uma área em que a presença de jornalistas credenciados é permitida pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

A postura de Abel foi completamente errada. Não há justificativa. Claro, pode-se entender o lado do vencedor português e evitar uma sensação de criminalização — mas isso não pode servir de base para tirar das mãos de um profissional da imprensa o seu instrumento de trabalho, em seu espaço de trabalho.

O tema, desnecessariamente, deve ganhar o noticiário alviverde para a semana. E não há tempestade em copo d'água: a confusão vai repercutir como merece ser repercutida.

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