Tiago Nunes admite erro fatal de Fagner, lamenta estádio vazio e diz que não vai desistir - Gazeta Esportiva
Tiago Nunes admite erro fatal de Fagner, lamenta estádio vazio e diz que não vai desistir

Tiago Nunes admite erro fatal de Fagner, lamenta estádio vazio e diz que não vai desistir

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

10/09/2020 às 23:25

São Paulo, SP

Tiago Nunes admitiu que a decisão de Fagner em colocar o braço na bola de maneira deliberada durante o clássico contra o Palmeiras foi uma atitude que comprometeu todo o planejamento do Corinthians para o confronto. Em entrevista coletiva após a derrota para o arquirrival dentro da Neo Química Arena, o técnico falou sobre a decisão do lateral direito.
“Sem dúvida alguma que é um lance determinante para o andamento da partida, porque ao mesmo tempo que tem a expulsão, também sofremos o gol. Se houvesse só a expulsão de um 0 a 0, talvez, isso pudesse ser contornado. Foi um equívoco do Fagner, porque mesmo que a bola fosse ao gol, você não pode colocar, porque sabe que é passível de expulsar. E correr com um a menos, num jogo tão difícil, num clássico, o Palmeiras com uma grande equipe, é muito complicado”.

“Tentamos ainda manter dois atacantes mais adiantados para, no mínimo, sonhar com o empate, mas o segundo gol foi determinante para o placar final e para as ambições para o resto da partida”.




Falta da torcida
O técnico corintiano também lamentou o fato de não poder contar com a torcida nas cadeiras. Ciente da limitação técnica do elenco que comanda, Tiago Nunes sente que poderia ter um ganho com a Fiel dentro do estádio.

“Realmente, a gente, tendo a torcida que tem, é de conhecimento geral que a torcida do Corinthians transforma o ambiente. Faz muita falta. A torcida do Corinthians transforma uma equipe mediana numa grande equipe, mantém o nível de concentração dos atletas. Eu só vi dois estádios com esse poder, de mesmo em momentos ruins, continuar apoiando, que é aqui e na Bombonera, com o Boca Juniors. É uma falta gigantesca. Em vários jogos, a torcida do Corinthians ajuda, no empurrão, no grito, a fazer o resultado que precisa”.

“Temos sofrido muito em questões comportamentais, concentração, erros em tomadas de decisão e às vezes até erro básico de correr no tempo certo, de acreditar mais, coisas que estão deixando nossos adversários muito confortáveis”.

Pressão no cargo
Ciente da pressão que está sofrendo para deixar o cargo por causa dos resultados ruins, Tiago Nunes deixou claro que não pensar em sair e aproveitou para reiterar a confiança na direção alvinegra, que tem bancado o treinador.
"Eu sou um profissional que não tenho por hábito desistir. Estou me esforçando ao máximo para conquistar a confiança de todos. Confio no que a direção falou. Mas, não quer dizer que não possa existir uma mudança. Temos que focar no próximo jogo. Vou olhar para as soluções caseiras para encontrar melhora comportamental para representar a camisa do Corinthians".

“Essa pergunta tem de ser direcionada à direção do clube. A gente, desde que chegou aqui, tem trabalhado bastante, criado meios de mudar uma estrutura instalada há muito tempo, apostando muito numa base de jogadores que não eram aproveitados, a gente sabia também e com o passar do tempo percebemos que não teríamos grandes investimentos em atletas, mas a questão da permanência ou não tem de ser direcionada à direção do clube”.



Protesto da torcida
Após o revés para o Palmeiras, Tiago Nunes foi um dos citados pelos torcedores que foram à Neo Química Arena protestar no acesso dos ônibus.

“Não tenho como condicionar torcida a nada. Eles têm a capacidade de pensar por si só. Tenho que tentar seguir fazendo meu trabalho. Não posso exigir confiança em mim ou em cima da equipe neste momento. Ainda mais depois de perder clássico em casa, mesmo com um a menos. Só com vitórias vou corresponder expectativa do torcedor. É seguir trabalhando”.

“Vejo com naturalidade. Torcedor está no seu direito. Se for de maneira democrática. Vimos no Figueirense, com violência não se constrói nada. Gritos, chamadas, cobranças... É natural. Temos que absorver”.

Estratégia para o clássico
Diferente dos últimos jogos, o Corinthians encarou o Palmeiras no 4-1-4-1. Tiago Nunes explicou o que pretendia com a estratégia que acabou não tendo o resultado esperado.

"A ideia principal era ter jogadores de passe, Cantillo e Ramiro, saindo de trás chegando nas entre-linhas, com mais agudos como Mosquito e Otero, com Jô e laterais chegando. E equilibrando o meio-campo. Time mais agressivo no meio sem perder a contundência".

Otero vira exemplo
As poucas oportunidades do Corinthians no Derby saíram dos pés de Rómulo Otero. E Tiago Nunes usou o venezuelano para cobrar os outros jogadores do setor ofensivo do Corinthians.
“É muito pouco, o Otero tem esse atributo da bola parada, do chute fora da área, e é um repertório muito pequeno para um clube do tamanho do Corinthians, a gente precisa que os jogadores, individualmente, tenham essa proatividade, essa capacidade individual que o Otero teve hoje de chamar a responsabilidade, de conseguir desequilibrar o adversário muitas vezes. Então, hoje a gente sofre nesse sentido, jogadores mais contundentes no ataque, que tenham a capacidade de resolver questões do jogo, quando estão no um contra um, dois contra dois, para causar esse desequilíbrio. Não só as organizações são capazes disso, até porque o propósito é que você consiga colocar jogadores de desequilíbrio em condição de igualdade com o adversário, de tentar essa busca da jogada individual, e a gente não está levando vantagem, os adversários normalmente têm conseguido neutralizar os nossos jogadores de ataque. Precisamos ter mais qualidade individual para conseguir criar mais desequilíbrios e machucar o adversário.”

Negociação por Wellington
Daqui para frente, o Corinthians não deve ter grandes reforços. Tiago Nunes admitiu que o Athletico Paranaense ofereceu a troca por Wellington, mas também negou qualquer chance de acordo e se mostrou focado em encontrar soluções internas.

"Sobre o mercado, o Athletico ofereceu. Não pensamos que poderia acontecer. Opções são escasas. Poucos querem negociar jogadores de alto nível. Internacional, o mercado só abre em outubro. Vamos buscar soluções dentro do próprio clube. Para tirar Corinthians desse momento e criar estabilidade”.

E agora?
Na próxima rodada, o Corinthians encara o Fluminense, domingo, no Maracanã.



 

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