Análise: Vítor Pereira tentou ser o melhor em campo na derrota do Corinthians - Gazeta Esportiva
Análise: Vítor Pereira tentou ser o melhor em campo na derrota do Corinthians

Análise: Vítor Pereira tentou ser o melhor em campo na derrota do Corinthians

Gazeta Esportiva

Por Redação

06/03/2022 às 07:00

São Paulo, SP

*Por Marina Bufon

Não sei se Vítor Pereira é religioso, mas acho que o português ainda nem tinha terminado suas orações iniciais quando Jonathan Calleri abriu o placar no Morumbi. 52 segundos e a estratégia que ele tinha montado durante a semana desmontou.

Poderia ter sido assim completamente, mas não foi. Com tão pouco tempo para treinar seu elenco - honestamente, ele nem deve lembrar o nome de todos os jogadores -, demonstrou que coloca em prática o que fala.

É só rebobinar a fita e relembrar o que vimos e ouvimos sobre ele até agora, inclusive e principalmente em sua apresentação, na última sexta-feira, no CT Dr. Joaquim Grava.

O time teve mais posse de bola (69%, mas não aproveitado); Cássio esteve mais adiantado, assim como os defensores; houve uma tendência a ter mais jogadores na área adversária para abrir possibilidades para o gol; jogo mais vertical (isso se levarmos em conta o primeiro tempo)…




Mas, o principal, Vítor Pereira demonstrou conhecimento - e vontade - de empatar e/ou virar o jogo. É só prestar atenção na mobilidade do quinteto, por exemplo, nas possibilidades criadas ali, mesmo que alguns deles não estivessem em seu melhor dia, como Renato Augusto, fortemente marcado.

As substituições também mostraram isso - e, de novo, é preciso destacar o pouco tempo de trabalho. O treinador colocou Bruno Melo, Cantillo e Jô nos lugares de Piton, Du Queiroz (que estavam mal) e Giuliano, respectivamente. Depois, trocou Fagner por Gustavo Silva.

A intenção, segundo ele, não foi mudar o esquema para três zagueiros, mas dar mais liberdade para que os jogadores nas pontas (Willian e Mosquito) chegassem ao ataque. A ideia foi boa, apesar de a execução não ter sido das melhores (o São Paulo quase ampliou).

Porém, isso é normal. É impossível assimilar tanta coisa em uma semana, mesmo que o torcedor estivesse esperando uma vitória. É preciso tempo, como pediu Renato Augusto após sair do campo e o próprio treinador.

Vítor Pereira, então, fez um bom primeiro jogo, mas, a meu ver, os jogadores jamais poderiam ter iniciado tão desatentos, ainda mais em dia de clássico e da estreia do novo técnico. Lembrando que comportamento parecido aconteceu no Majestoso de outubro passado - novo 1 a 0, com gol de Calleri no início do jogo.

A intensidade tão esperada pelo torcedor morreu após o intervalo, isso também precisa ser investigado, assim como os chutes a gol. Parece ser crime arriscar. Isso, claro, levando em consideração o trabalho do adversário, que conseguiu anular o que poderia lhe causar problemas.

O bom é que o Corinthians está classificado para as quartas de final do Paulista. É possível trabalhar para conseguir adaptar o elenco às ideias do treinador com mais tranquilidade. Ponte Preta, Palmeiras e Novorizontino são os próximos compromissos da primeira fase do Estadual.

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