Thiago Braz já se prepara para vaias quando for à França - Gazeta Esportiva
Thiago Braz já se prepara para vaias quando for à França

Thiago Braz já se prepara para vaias quando for à França

Gazeta Esportiva

Por André Sender

26/08/2016 às 09:00

São Paulo, SP

Thiago Braz acredita que pode ser vaiado quando for competir na França de Lavillenie (Foto: Johannes Eisele/AFP)
Thiago Braz acredita que pode ser vaiado quando for competir na França de Lavillenie (Foto: Johannes Eisele/AFP)


As vaias da torcida brasileira ao francês Renaud Lavillenie ajudaram Thiago Braz a conquistar a medalha de ouro olímpica no salto com vara. Apesar das reclamações do adversário sobre a atitude, o atleta paulista se prepara para receber o mesmo tratamento do público quando for competir na casa do rival.

Lavillenie foi vaiado na parte final da prova do salto com vara quando começou a disputar diretamente com Thiago Braz o lugar mais alto do pódio. Após ficar com a prata, reclamou do ocorrido e disse ter se sentido como o norte-americano negro Jesse Owens durante as Olimpíadas de 1936 na Alemanha nazista. Na cerimônia de pódio, no dia seguinte, foi novamente vaiado e não escondeu seu descontentamento.

"Vamos ver nos próximos anos como vai ser o público na França. Espero que não seja igual, mas se for para lá tenho que estar preparado para isso", disse o brasileiro. "É uma coisa que prejudica. Se você leva um susto, não sabia que ia enfrentar aquilo, acaba despreparado e atrapalha a concentração e psicologicamente também”, avaliou.

Visivelmente desconfortável com o ocorrido, Lavillenie foi confortado após a cerimônia de pódio por Sergey Bubka, ouro do salto com vara em Seul 1988 e ainda dono do recorde mundial da prova ao ar livre. Pupilo do treinador de Thiago Braz, o ucraniano Vitaly Petrov, ele se sentou para conversar com os dois atletas e tentou aplacar o descontentamento do francês.

Apesar da conversa com Bubka, Lavillenie ainda não superou as vaias recebidas na última semana no Engenhão. Em entrevista nesta quarta-feira, ele voltou a reclamar do comportamento do público brasileiro e disse que até o jamaicano Usain Bolt sofreria com a torcida se tivesse um adversário nacional durante nos Jogos.

“Ele estava superchateado porque a torcida vaiou, mas a gente sentou, conversou e ele se acalmou. Eu disse que gostava muito dele, ele é uma pessoa superbacana, foi uma oportunidade para a gente se abraçar, conversar. Ele perguntou quando a gente ia se ver de novo, ficou resolvido aquele dia. O Sergey estava lá e aconselhou bastante”, disse o brasileiro.

Thiago Braz conseguiu o ouro do salto com vara saltando 6,03m na final da prova no Engenhão. Apesar de ter atingido a melhor marca de sua carreira, o atleta de Marília reconhece que a torcida teve peso decisivo na disputa com o francês, que já saltou 6,16m em ginásio fechado.

“O reconhecimento na rua está vindo. E para todo o mundo eu falo que não fui só eu que venci. Foram todos os brasileiros que estavam assistindo, acompanhando e torcendo”, afirmou.

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