Fofão detalha motivos para saída de atletas da Superliga e traça comparativo com liga turca - Gazeta Esportiva
Fofão detalha motivos para saída de atletas da Superliga e traça comparativo com liga turca

Fofão detalha motivos para saída de atletas da Superliga e traça comparativo com liga turca

Gazeta Esportiva

Por João Pedro Haiter

08/02/2024 às 08:00

São Paulo, SP

O cenário do voleibol brasileiro sofreu mudanças nos últimos anos. Antes com uma das ligas nacionais mais fortes do mundo, é cada vez mais natural e constante o movimento de saída de grandes atletas do Brasil para o exterior. E por diferentes motivos, como nível de competitividade, questão financeira e oportunidade de crescimento, tanto pessoal como profissional.

Multicampeã com a Seleção Brasileira, a ex-levantadora Fofão, que acumula passagens por equipes da Europa, concedeu entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva e detalhou as principais motivações que levam uma jogadora a viver do esporte em outro país, movimento que enfraquece o vôlei a nível nacional.

"Acho que tem um lado financeiro também [para a crescente saída de atletas para o exterior], que é uma coisa que pesa muito. O atleta sai porque recebeu uma proposta que realmente vale a pena sair do Brasil. Às vezes, tem o interesse de ir para um outro país, a vontade de jogar fora do país. Ou não encontram uma equipe aqui que acaba dando condições de jogar uma Superliga. Enfim, são várias situações que pode acontecer também. Lógico que nunca é bom para nós, porque quanto mais atleta saem, mais a Superliga vai perdendo. Mas, eu acho que o principal seria o lado financeiro, ganhar em dólar ou euro, se a gente colocar no papel, muitas vezes vale mais a pena", analisou.

"Temos que pensar também que, em uma Superliga, são três ou quatro equipes que têm condições financeiras de pagar bem e, às vezes, esses quatro times já estão com o seu grupo formado. Então, a atleta recebe uma proposta melhor do que um time que vai disputar aqui, em sexto, e ela arrisca sair fora, ganhar mais. Também pode ser uma proposta que vale muito a pena", completou a ex-atleta.


Um dos destinos que tem se tornado cada vez mais comum para as jogadoras é a Turquia, onde, por exemplo, atuam nomes como a levantadora Macris e a ponteira Gabi. Cada vez mais forte no esporte, a liga turca possui o maior campeão — o Vakifbank — e o atual vencedor do Mundial de clubes — o Eczacibasi.

Com passagem pelo país, entre 2010 e 2011, no Fenerbahçe, Fofão analisou a força do voleibol turco atualmente e traçou um comparativo com a Superliga brasileira, que fica atrás pelo investimento realizado pelas principais equipes.

"Eu joguei numa época lá [na Turquia] em que eles tinham pensamento de não abrir muito para estrangeiro, a fim de não prejudicar a seleção, para poder dar a oportunidade para as jogadoras. Porém, eles viram que para um clube ter nome e ficar forte, ele precisa ter estrangeiro. Então, acabou que estão pagando muito bem, os quatro times 'cabeças' pagam muito bem a jogadoras. Hoje em dia, vale muito a pena jogar lá. Isso leva as melhores jogadoras do mundo e, levando as melhores jogadoras, a competição fica mais forte. Se a gente comparar um pouco os quatro primeiros times da Turquia com o do Brasil, a gente acaba perdendo por esse investimento e valorização financeira que eles estão fazendo", finalizou.

Conteúdo Patrocinado