Em sua terceira temporada pelo Porto, o zagueiro Felipe consolidou-se como um dos principais jogadores do time português. Ao lado de Militão e mais recentemente Pepe, o defensor forma uma zaga sólida na equipe que briga cabeça a cabeça com o Benfica pela liderança do campeonato nacional e que recentemente conseguiu a classificação para as quartas de final da Liga dos Campeões. O bom desempenho do zagueiro credenciou-o a vestir a camisa da Seleção Brasileira, que em junho iniciará a disputa pela Copa América.
Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, Felipe relembrou o dia que entrou pela primeira vez em campo com a amarelinha, na goleada por 5 a 0 contra El Salvador em 2018. Apesar de já ter sido convocado em 2016, o zagueiro revelou que o momento da estreia no ano passado foi um dia inesquecível.
"Foi a melhor experiência da minha vida. Todo jogador sonha com isso e no ano passado pude ter esse gostinho de vestir a camisa da Seleção. Eu já havia sido convocado em 2016, pelo Dunga, mas não entrei. Desta vez, com o Tite, joguei pela primeira vez, foi uma emoção muito grande", relembrou o zagueiro.
Felipe acredita que pode estar na Copa América deste ano caso permaneça atuando em alto nível pelo Porto.
"Acho que a convocação é uma consequência do meu trabalho no clube, então estou focado no Porto, em vencer as competições aqui, e uma nova ida à Seleção, se tiver que acontecer, vai acontecer", afirmou o defensor. Na última convocação, os zagueiros chamados foram Thiago Silva, Miranda, Marquinhos e Militão.
Acreditando que vive seu melhor momento na carreira, Felipe considera que pôde evoluir em diversos aspectos desde que chegou a Portugal em 2016. Além do desenvolver tecnicamente seu futebol, o brasileiro enxerga uma evolução em relação à sua maturidade devido à exigência no futebol europeu.
"Pude amadurecer e evoluir como pessoa e profissional. O modelo de jogo e os treinamentos são diferentes, e poder disputar jogos em alto nível, em grandes competições, ajuda muito também. Eu mudei a composição muscular, ganhei massa e força desde que cheguei, e também tive que me adaptar a isso", conta o zagueiro.
"Eu tinha uma boa base de escola defensiva no Corinthians, e no Porto também tenho vivido um grande aprendizado, pois, desde que cheguei, entrei em um sistema defensivo muito sólido, uma equipe em que todos ajudam a marcar e brigam até a última bola, e isso facilita os homens da defesa", completou.
Lembranças de Corinthians e Tite
Felipe chegou ao Corinthians em 2012, após se destacar na campanha da Série B do ano anterior pelo Bragantino. No início, sofreu com a desconfiança e cobrança da torcida após algumas atuações irregulares. Com o passar do tempo, consolidou-se como titular na zaga com Tite e formou a dupla campeã do Brasileiro de 2015 com Gil.
Três anos depois de deixar o Timão, Felipe é ainda muito grato pelo apoio dado por Tite e toda a comissão técnica, que segundo o zagueiro foi essencial para sua evolução no clube do Parque São Jorge.
"Tite me ajudou muito na carreira. Ele, o Carille, todos da comissão técnica. Passei por um momento difícil, pois não tive base e precisei aprender no dia a dia de um grande clube como o Corinthians, entrando nos jogos e sofrendo pressão. Mas eles me deram muita confiança, sempre conversavam comigo, me tranquilizavam, e me ensinavam em campo", rememorou o defensor.
Felipe tem boas memórias de sua passagem no Corinthians, porém, no momento, não pensa em um retorno ao Timão já que vive ótimo momento na Europa. Segundo o site especializado em transferências Transfermarket, o brasileiro de 29 anos está avaliado em 17 milhões de euros (cerca de 75 milhões de euros). Mesmo assim, o zagueiro faz questão de visitar as dependências do Corinthians sempre que possível.
"Guardo muito carinho e ainda tenho muitos amigos no clube. Sempre que posso, nas férias, vou rever ex-companheiros no Centro de Treinamento. É difícil prever qualquer coisa, pois estou na Europa, adaptado, com contrato... e o futuro a Deus pertence",
"Mas certamente é um clube que está na marcado na minha vida, assim como o Porto, que se tornou o clube pelo qual mais atuei e mais fiz gols na carreira. O importante é isso, é lá na frente poder olhar para trás e ver lugares em que pude mostrar meu futebol e fazer história, conquistando títulos", finalizou.
Especial para a Gazeta Esportiva*
