Perfil estudioso e "portas abertas" na Premier League: quem é Bruno Lage, novo alvo do Corinthians - Gazeta Esportiva
Perfil estudioso e "portas abertas" na Premier League: quem é Bruno Lage, novo alvo do Corinthians

Perfil estudioso e "portas abertas" na Premier League: quem é Bruno Lage, novo alvo do Corinthians

Gazeta Esportiva

Por Marina Bufon

18/11/2022 às 08:00

São Paulo, SP

O nome do treinador português Bruno Lage, de 46 anos, ganhou força nos noticiários nacionais para assumir o comando do Corinthians na próxima temporada após a saída do conterrâneo Vítor Pereira, que não renovou seu vínculo por problemas familiares.

A tendência da diretoria é manter a escola portuguesa, que, em sua análise, deu certo. E o nome de Lage aparece como forte candidato.

Seu último trabalho foi na Premier League, com o Wolverhampton, e, por isso, o jornalista português David Novo, editor executivo do Record, de Portugal, acredita que ele não "desista" tão fácil do Velho Continente.

"Agora, ele é um treinador sem clube. Confesso que, embora o Corinthians seja um gigante do futebol brasileiro e até campeão do Mundo, a prioridade de Bruno Lage é continuar no futebol europeu, numa lógica de que, depois de aberta a porta de um dos maiores campeonatos como a Premier League, o objetivo passe por não fechá-la", iniciou em entrevista à Gazeta Esportiva.

Porém, o profissional também leva em consideração o sucesso de outros portugueses no País, casos de Abel Ferreira, técnico multicampeão com o Palmeiras, e Jorge Jesus, ex-Flamengo.

"Ainda assim, admito que a recente presença de treinadores portugueses no Brasil, com bastante sucesso, sirva como uma espécie de convite a outros treinadores lusos", complementou.

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Carreira como treinador


Bruno Lage iniciou sua carreira como treinador nas categorias de base do Benfica, depois de ter sido auxiliar e preparador físico em equipes menores de Portugal. Sua passagem pelos Encarnados permitiu-lhe trabalhar com Bernardo Silva e João Cancelo, ambos no Manchester City atualmente.

Depois, ele fez parte da equipe técnica de Carlos Carvalhal (com quem escreveu um livro, aliás) - um treinador que chegou a ser sondado pelo Flamengo - em passagem pelo exterior, como no Sheffield Wednesday e no Swansea - para, então, em 2018, assumir a equipe B do Benfica. Com a saída de Rui Vitória da equipe principal, acabou "promovido".

"O impacto foi imediato: recuperação na tabela de sete pontos de desvantagem para campeão com dois pontos de vantagem. Nessa equipe destacaram-se jovens como João Félix, Florentino e Rúben Dias e, mais experiente, o brasileiro Jonas", falou David Novo.

"A temporada seguinte começou com a conquista da Supertaça, com uma goleada de 5 a 0 sobre o grande rival Sporting. Esse foi o último título conquistado pelo Benfica. Depois, ele saiu do clube antes de a época terminar e, após uma parada longa de praticamente um ano, regressou pela porta grande do Wolverhampton, já que é agenciado por Jorge Mendes, empresário com forte influência no clube inglês", complementou.


Esquema e personalidade


Uma das marcas registradas do Benfica de Bruno Lage foi o esquema 4-4-2, quando João Félix e Jonas, por exemplo, acabaram se destacando.

Assim como VP, ele também gosta de um futebol forte taticamente e pressionante, além de valorizar muito os treinos. Diante disso, uma pré-temporada cairia muito bem, algo que não aconteceu com o conterrâneo e fez falta ao longo do ano.

O perfil do treinador é visto como tranquilo, o chamado low profile, e é "dedicado ao que faz", sendo muito estudioso, algo que tem em comum com outros treinadores portugueses. Para além disso, o jornalista do Record trouxe uma curiosidade: o português aposta no humor.

"Ele é também um treinador com um discurso diferente, por vezes com toques de humor. Por exemplo, uma vez usou uma série de desenhos animados no Canal Panda para mostrar, tal como na série mencionada, o futebol é jogado em equipe", finalizou.

Última experiência 


Sua última experiência foi no Wolverhampton, da Inglaterra, onde ficou por 16 meses e acabou desligado no início de outubro. Em oito rodadas na temporada 2022/23, venceu apenas um, empatou três vezes e perdeu quatro, com somente três gols marcados.

Em 2021/22, ele comandou 51 jogos dos Wolves, com 19 vitórias, nove empates e 23 derrotas, 52 gols marcados e 56 sofridos.

Sua equipe costuma envolver cinco auxiliares técnicos. Já seu salário em seu último clube era de 2,5 milhões de libras por temporada, o que daria R$ 16,12 milhões por ano ou R$ 1,35 milhão por mês - estima-se que VP e sua comissão ganhassem um pouco a mais mensalmente.

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