Willian analisa chegada de Vítor Pereira ao Corinthians e pede tempo ao treinador - Gazeta Esportiva
Willian analisa chegada de Vítor Pereira ao Corinthians e pede tempo ao treinador

Willian analisa chegada de Vítor Pereira ao Corinthians e pede tempo ao treinador

Gazeta Esportiva

Por Redação

23/02/2022 às 13:01 • Atualizado: 23/02/2022 às 13:36

São Paulo, SP

O tema principal da coletiva dada pelo jogador Willian, do Corinthians, não poderia ser outro a não ser a confirmação do novo técnico do clube, o português Vítor Pereira. Com carreira internacional consolidada e tendo trabalhado com outros técnicos estrangeiros, ele revelou que já havia conhecido o profissional, mas que agora mesmo é que saberá como ele trabalha.

"Eu não gosto de ficar fazendo comparações sobre treinadores, porque já tive vários, cada um com sua maneira e filosofia de trabalho. O Vítor, para falar a verdade, eu conheci ele pessoalmente em Londres, em um jantar, não conversei muito, então não posso dizer sobre a carreira dele e sobre ele. Sei que ele conquistou alguns títulos por onde passou, mas sobre o trabalho dele em si não posso dizer, porque não conheço. Vou conhecer ele aqui, espero que possa nos ajudar muito, que é o que a gente quer, a gente quer o Corinthians brigando por títulos", iniciou nesta quarta-feira.

Ele também comentou sobre a paciência - que o Brasil não tem - com técnicos. Willian espera que todos deixem que Pereira consiga implementar seu estilo de jogo.




"Claro que no futebol o resultado é o que conta, principalmente no Brasil. Se você não tem, já começa a ser criticado, tem muita pressão. O que a gente espera é que ele possa ter esse tempo para trabalhar, para implantar a metodologia dele no nosso elenco e, consequentemente, conseguir os resultados positivos. Mas a gente sabe que aqui no Brasil isso não acontece, não tem essa paciência, essa espera. Às vezes, com um, dois, três resultados negativos já começa uma pressão para que o treinador. A gente espera que ele possa ser feliz aqui e, na adaptação dele, consiga implantar o método e a gente consiga colocar dentro de campo, para chegar às vitórias".

Willian ainda falou sobre Seleção e Copa do Mundo; seu físico e desempenho; estilo de jogo do novo treinador e o quinteto que ele forma com outros colegas estrelados; escola de técnicos portugueses; Diego Costa e se assistiu à final do Mundial de 2022.

Veja abaixo outros trechos da coletiva:


Estrutura do clube

“O Corinthians tem uma estrutura muito boa para receber qualquer profissional, mesmo que venha de fora, estrangeiro. Tem um Centro de Treinamento que muitos clubes da Europa não têm. Na fase de adaptação dele aqui pode ser que ele tenha um pouco de dificuldade, porque nunca trabalhou aqui e nunca viveu no Brasil, mas creio que ele vai conseguir se adaptar bem e nós também vamos procurar ajudá-lo ao máximo”.

Filosofias de treinadores

“Eu joguei pouco aqui, construí minha carreira lá fora. Joguei profissionalmente só dez meses e construí a carreira lá fora. Então, como falei, não gosto de fazer comparações entre treinadores, cada um tem sua maneira de trabalhar, independente se é brasileiro, inglês, português, holandês… Cada treinador tem sua filosofia de trabalho. Então, acho que os treinadores que estão vindo de fora estão fazendo sucesso aqui, conquistando títulos, o (Jorge) Jesus no Flamengo, foi feliz, conquistou títulos. O treinador do Palmeiras (Abel Ferreira) também. Cada treinador tem sua maneira de trabalhar. O Vítor chega com sua maneira, sua filosofia, vamos procurar entender ao máximo aquilo que ele quer para que a gente possa ter êxito dentro de campo e fazer o que a gente mais quer, que é com o que o Corinthians possa brigar por títulos neste ano”.

Tempo sem técnico

“Nós, jogadores, nos mantivemos tranquilos, fazendo nosso trabalho dentro de campo, nos treinamentos e nos jogos também. Com o Fernando Lázaro, ele trouxe bastante coisas importantes pra gente, claro que a ansiedade às vezes não consegue controlar, esperando quem seria o próximo treinador, mas, ao mesmo tempo, tentando ficar com a cabeça tranquila, trabalhando firme e forte para continuar vencendo os jogos”.

Primeiros meses de volta ao Corinthians

“Realmente, construí minha carreira lá fora e, voltar ao Brasil, realmente estou em fase de adaptação ainda. Eu fiquei 14 anos jogando lá, clima e calendários diferentes, campos diferentes, tudo diferente. Vocês viram, voltar ao Brasil, treinando no calor de hoje, por exemplo, coisas que não tinham lá, só treinava com frio. Então, realmente estou lutando para me adaptar e fazer aquilo que sempre fiz lá fora, ganhar uma sequência. Infelizmente, no ano passado acabei me lesionando e isso acabou atrapalhando um pouco essa sequência. Esse ano, depois de uma semana de treino após ter testado positivo para covid, joguei 80 minutos no primeiro jogo contra a Ferroviária. Depois acabei ficando dois jogos fora por recomendação do Departamento Médico para que eu pudesse ganhar uma carga maior, fazer trabalho de força e potência, para que eu tenha ganhos lá na frente. Eles querem o melhor para mim também”.

Primeiro gol na segunda passagem

“Emocionante poder fazer um gol na minha volta ao Corinthians, o clube que me projetou para o futebol, que eu tenho um enorme carinho, que eu amo, que sou torcedor mesmo antes de ter pisado aqui lá com nove anos de idade. Poder marcar ali, ter essa lembrança do lugar que eu treinava, onde tinha o CT de Itaquera, foi um dia especial para mim”.

Mentalidade dos jogadores

“Acho que nós temos jogadores experientes, que já estão no Corinthians há muitos anos e ganharam títulos importantes e que, com certeza, vão ajudá-lo no que ele precisar, como a adaptação. Temos um grupo forte, com a chegada dele a gente espera que fique mais forte ainda e, dentro de campo, traga resultados positivos”.

Posicionamento

“A gente não sabe a forma que ele vai querer que a equipe jogue, então não existiu essa conversa. Claro que vamos ver isso quando ele chegar e durante os treinamentos, entender aquilo que ele quer, a formação que ele quiser jogar. Mas, independentemente disso, nós, jogadores, temos que estar preparados para todas as situações, para a maneira que ele for colocar a gente para jogar”.

Estilo ofensivo e quinteto

“A nossa equipe tem qualidade, tem essa qualidade técnica para poder propor o jogo, jogar ofensivamente. Como você falou, os cinco jogadores que jogaram ali na frente, fizemos um bom jogo nesse dia, acho que a equipe jogou muito bem. Mas a equipe do Corinthians não são só esses cinco jogadores, é um coletivo, todos são importantes. Todo jogador se sente à vontade quando encontra um treinador que jogue para frente, mas sem a bola também procura obedecer taticamente e fazer uma marcação-pressão. Então, vamos procurar entender aquilo que ele quer e fazer o nosso melhor dentro de campo”.



Escola de técnicos portugueses

“Eu sei sobre o Mourinho, foi o único técnico português com quem trabalhei. Realmente fui muito feliz trabalhando com ele. Sempre disse nas minhas entrevistas e vou continuar dizendo: foi o melhor treinador que tive até hoje. Não sei se todos são iguais, mas ele, realmente, foi um cara especial, fui feliz e ele depositou total confiança no meu futebol, conseguiu elevar meu nível dentro de campo, então, sobre ele posso dizer. Sobre os outros não posso dizer, porque não conheço, mas, se tiver um pouco da metodologia dele, com certeza vai ser muito bom para mim e para o Corinthians também”.

Fernando Lázaro

“Ele realmente vem fazendo nesse período um trabalho muito bom, nos treinamentos e durante os jogos também, antes, no intervalo, dando instruções. Claro que, para assumir como treinador o Corinthians, uma equipe gigante, realmente não é fácil, mas ele está em um caminho importante, aprendendo. Tenho certeza que, se ele optar por virar treinador um dia, tem condições de ser um grande treinador”.

Sequência de jogo

“Infelizmente, quando cheguei ano passado, sofri aquela lesão que me deixou um tempo fora. Esse ano fiquei dois jogos fora. O que mais quero é ter sequência, minha carreira sempre foi assim. Sempre tive sequência de jogo, nunca tive problema físico, muito pelo contrário. No Chelsea, joguei mais de 90% dos jogos, nunca fui de ficar de fora. Sempre gostei de estar dentro de campo e espero que eu consiga essa sequência no Brasil também”.

Cobrança

“Posso dizer que a cobrança da minha esposa e das minhas filhas é maior que a da Fiel. Cobrando para fazer gols, mas sempre fiquei tranquilo quanto a isso, todo mundo quer fazer gols, eu também quero. Todo jogo, se puder, claro que quero, mas é uma coisa que me deixa tranquilo. Busco sempre meu desempenho individual e, claro, o coletivo, que vem primeiro que o individual, às vezes prefiro servir o companheiro, vou ficar feliz também. Nesse jogo, quando saiu o pênalti, o Fábio Santos falou que queria dar a bola para que eu batesse, a torcida também começou a gritar, então era o momento que eu esperava de estar podendo fazer esse gol. Saiu na hora certa, espero que possa vir mais”.

Convocação para Seleção e Copa do Mundo

“Não vou mentir e falar que não penso nisso, claro que penso. Para mim Seleção ainda não está no passado, creio que tenho condições de poder vestir a camisa da Seleção novamente. Mas meu primeiro objetivo é o Corinthians, pensar aqui e estar bem aqui, jogando bem, conseguir vitórias com a camisa do clube e, consequentemente, a Seleção pode chegar. Se eu tiver fazendo meu trabalho bem-feito, as chances de voltar à Seleção aumentam. Mas, claro, Copa do Mundo é um sonho e quero muito estar lá”.

Parte física

“Não sei te dizer exatamente quantos jogos (eu conseguiria fazer), mas vou procurar me cuidar e ir melhorando para fazer o maior número de jogos com a camisa do Corinthians. Como falei, sempre fui um jogador que não tinha problema físico, difícil ter algum tipo de lesão. No Chelsea joguei mais de 90% dos jogos nesses sete anos. Aqui espero fazer o mesmo, estar sempre dentro de campo. Claro, no início de temporada a gente não consegue chegar ao nosso auge fisicamente, mas a gente tenta cada dia, cada semana estar melhorando, para, durante os jogos e treinos, alcançar esse auge físico e manter na temporada”.

Adaptação

“Treinador novo chegando, tem que dar um tempo para ele poder trabalhar, adaptação. Estamos no início do ano ainda, esperamos que seja importante para o Corinthians. Com certeza ele vai chegar e vai ter que ter esse tempo de adaptação. A gente espera o mais rápido possível entender o que ele quer”.

Bola parada

“É uma coisa que a gente sempre vem treinando, desde a minha chegada aqui até agora, com o Fernando também. Sobre as faltas, não tem saído muitas na entrada da área para que possa bater. Mas o Corinthians tem jogadores que podem assumir essa responsabilidade na bola parada e eu, com certeza, estou à disposição para falta, escanteio, o Fagner também pode bater, Róger Guedes, Renato Augusto. Continuar treinando e nos esforçando para que consiga fazer os gols”.

Diego Costa

“Nada, não mandou nada. Eu vi ontem sobre essa notícia, mas não mandei mensagem para ele e nem ele para mim. Estou esperando, vamos ver”.

Faltas sofridas

“Acho que pode ser normal (o número de faltas sofridas). É uma forma de brecar uma jogada, de paralisar, mas acho que isso é bom para nós, quanto mais faltas sofrer, corre o risco do adversário tomar cartão, ser expulso, ou ter faltas perto da área, pênaltis para a gente bater. Então, eu não vou parar de ir para cima, de tentar o drible, tentar jogada. Isso com certeza vou continuar fazendo”.

Final do Mundial entre Palmeiras e Chelsea

“Vocês querem me complicar com essas perguntas. Sem dúvida torci para o Chelsea, não posso mentir. Tenho um carinho pelo clube, passei muitos anos por lá, tenho amigos, tenho carinho pelo torcedor também. Minha família toda gosta muito. Então, sem dúvida, torcemos para os Blues”.

Estreia do novo técnico contra o São Paulo

“É bom para ele ver como é o Brasil, né? Vai ser bom, um clássico, um jogo importante, contra o São Paulo, uma equipe grande também. Acho que a chegada dele vai, com certeza, trazer ainda mais confiança para o Corinthians e esperamos que no clássico a gente consiga, junto com ele, uma vitória importante”.

Crise entre Ucrânia e Rússia

“A gente fica triste, eu particularmente por essa situação, por ter vivido lá cinco anos e meio. Vi quanto eles queriam crescer no futebol, principalmente o Shakhtar (Donetsk), outros clubes também que levavam bastante brasileiros para continuar crescendo o campeonato. Infelizmente tem essa situação, difícil até para os brasileiros que estão lá, os ucranianos. O que espero é que possa passar e fique tudo bem”.

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