Jornalista português analisa estilo de Paulo Fonseca, um dos técnicos na mira do Corinthians - Gazeta Esportiva
Jornalista português analisa estilo de Paulo Fonseca, um dos técnicos na mira do Corinthians

Jornalista português analisa estilo de Paulo Fonseca, um dos técnicos na mira do Corinthians

Gazeta Esportiva

Por Marina Bufon

09/02/2022 às 05:00

São Paulo, SP

Após a demissão de Sylvinho, começaram os rumores de um novo comandante à frente do Corinthians logo no mesmo dia. Alguns nomes surgiram, entre eles o do português Paulo Fonseca, que já treinou, entre outros times, Porto, Braga, Shakhtar Donetsk e Roma. Atualmente ele está sem clube.

Para saber um pouco mais sobre as principais características do profissional de 48 anos, a Gazeta Esportiva conversou com Luís Mateus, jornalista e coordenador geral d'A BOLA TV, de Portugal, que trouxe um panorama sobre estilo de jogo de Fonseca, suas principais influências, problemas ou pontos a melhorar e opinião sobre ele ser (ou não) um dos melhores treinadores portugueses da atualidade. Confira!

Influências


Segundo Mateus, a maior influência de Fonseca talvez seja a de Jorge Jesus, que foi seu treinador em final de carreira como jogador. No entanto, “ele já declarou que seguiu o seu caminho, retirando aqui e ali um pouco do que ia vendo nos trabalhos de Pep Guardiola, José Mourinho, Vítor Pereira, André Villas-Boas e Leonardo Jardim”.

Estilo de jogo


Paulo Fonseca atua, de acordo com o jornalista, de forma ofensiva, com modelo “apoiado na posse e controle da partida, construção paciente e progressiva a partir da defesa, pressão sobre as linhas de passe nos momentos sem bola e uma linha defensiva alta para roubar espaço ao adversário”.

A formação preferida do treinador é o 4-2-3-1, tendo o 3-4-3 como sistema secundário, “em que o duplo pivô do meio-campo é complementar, ou seja, incorpora um 6 de equilíbrio, porém competente a nível do passe, e um 8 com capacidade para se juntar ao ataque, seja no transporte ou em momentos de associação com bola”.




“O preferido 4-2-3-1 é, em situações de construção baixa, um 3-4-3 com a descida do médio mais defensivo para junto dos centrais – sempre que tem matéria-prima para tal, Paulo Fonseca opta pela saída lavolpiana ou saída a três –, e a projeção dos laterais para ganhar largura. Os extremos procuram zonas entre linhas e os meios-espaços, por dentro. A rotação posicional, à exceção do médio mais defensivo, é frequente”.

No momento da organização defensiva, ele opta pelo 4-1-4-1 diante de adversários com maior capacidade de aproveitamento do espaço entre linhas ou o 4-4-2. Ele utiliza da pressão para encurralar os rivais junto às alas, “arriscando situações de superioridade numérica – e expondo, com risco assumido, outros espaços – para recuperar a bola e partir para a transição ofensiva, de que também não abdica”.

Problemas no modelo proposto


Para o jornalista d’A Bola, uma das situações que esse modelo não conseguiu resolver é em relação à transição defensiva, “sobretudo quando enfrenta adversários com maior resistência à pressão contrária”.

Além disso, ele afirma que o treinador, por não ser um técnico “de confronto”, diferente de Jorge Jesus, “ressente-se, por vezes, de arrogância e sente mais dificuldades em vestiários que apresentam estrelas ou jogadores consagrados”, dando como exemplos seus trabalhos no Porto e até na Roma, quando teve forte discussão com Dzeko nos bastidores.

Por outro lado, ele teria um relacionamento exemplar com jogadores, torcedores e imprensa, “alguém de fácil acesso e que não tem medo de falar as ideias”.

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“Não conformado”


De acordo com Mateus, Paulo Fonseca é um técnico “não conformado”, sempre em busca de soluções para problemas que apareçam (por exemplo, uma lesão ou suspensão de jogador). “A introdução de Mancini na Roma como camisa 6 é um bom exemplo da capacidade do português para procurar respostas”, disse.

Porém, “por ser um técnico com ideias muito específicas e vincadas e das quais não abdica, o fato de não ter os jogadores certos para determinadas posições, podem tornar o caminho para o sucesso tremendamente complicado”, avaliou.

Opinião


“Fonseca é um dos melhores treinadores portugueses da atualidade e já foi várias vezes apontado ao Benfica. O seu sucesso ou insucesso dependerá sempre muito de ter ou não os jogadores certos para as posições certas, uma vez que as equipes mostram sempre qualidade e refletem um trabalho muito competente nos treinos. Não há qualquer razão para não esperar um eventual impacto positivo no futebol brasileiro, desde que o futuro clube garanta soluções para o modelo de jogo que quer impor sempre por onde passa”, finalizou.

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