De um lado Fernando Marchiori, o jovem treinador de 39 anos, em seu primeiro trabalho no futebol paulista depois de sucesso adquirido dirigindo o Cuiabá, onde conquistou a Copa Verde de 2015, e no Maringá. Do outro, o experiente Sérgio Soares, ídolo do Ramalhão, mas hoje treinador do Bernô e motivado a tirar o time da incômoda zona do rebaixamento.
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"Eu tive etapas importantes na minha vida como treinador. Passei por auxiliar, depois iniciei no Cuiabá, onde tive conquistas inéditas, depois fui para o Maringá e agora estou muito feliz de estar em um mercado como São Paulo, que dá boa visibilidade, com a tradição do Santo André, campeão de Copa do Brasil. O momento ainda é difícil, mas estamos trabalhando dentro das possibilidades e está sendo uma experiência maravilhosa", disse Fernando em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.
Motivado pela primeira oportunidade em um grande centro do futebol, Fernando Marchiori revelou já ter absorvido a essência que envolve o clássico entre Santo André e São Bernardo. E de acordo com o próprio, a motivação já é diferenciada e a adrenalina é diferente, mas a concentração e o equilíbrio são as chaves da partida.
"Dá aquela ansiedade, a adrenalina fica mais acelerada. Mas temos que ter tranquilidade, passar isso para os atletas, porque vale os mesmos três pontos que qualquer outro jogo. Claro que é diferente, existe a rivalidade, a pressão, mas temos que ter equilíbrio para fazer um bom jogo e conseguir um bom resultado", ressaltou o treinador do Ramalhão.
Enquanto do lado do Santo André a aposta é em um novato no eixo paulista, o São Bernardo, que teve um início ruim de Campeonato Paulista, apostou na experiência e na identificação de Sérgio Soares, com passagem pelo clube e com história pelo Ramalhão. E o treinador, conhecedor do ambiente pré-clássico na cidade, exaltou a motivação extra, mas alertou para a concentração.
"Clássico é diferente. A preparação é diferente, os ânimos ficam exaltados, porque todos sabem que é um jogo de alta tensão. E eu conheço bem o outro lado e sei que o torcedor move a semana dos times, porque o futebol do ABC é de tradição. Os dois times tiveram a semana cheia, são dois times conhecidos e o clima é tenso. Você, ao mesmo tempo, tem que ser o contraponto como treinador, porque a motivação já existe", disse em entrevista à Gazeta Esportiva.
"Tem que tirar a ansiedade, a motivação exagerada para que não ultrapasse e chegue na violência. Você tem que estar motivado, mas em um nível de jogo para fazer uma boa partida. Do outro lado tem pessoas que me conhecem, então será um jogo grande e duro para os dois times", ressaltou Sérgio Soares.
Respeito máximo e relação de amizade
Adversários dentro das quatro linhas, Fernando e Sérgio defendem o clima amistoso dentro e fora das quatro linhas. E isso se deve, também, a amizade entre ambos, que se conhecem dos tempos de Juventus, da Mooca. "Eu conheço o Fernando da Mooca né (risos). Ele fez um grande trabalho no Cuiabá, no Maringá, é um treinador que está buscando seu espaço e fiquei muito feliz quando soube da contratação dele pelo Santo André", disse o comandante do Bernô.
"Acho que também pelo Fernando será um jogo interessante. Vimos alguns jogos do Santo André e é um time determinado, que tem qualidade para jogar e conta com um treinador honesto, profissional e capacitado para seguir um caminho de sucesso no futebol não sábado, mas depois disso", brincou Sérgio Soares.
Mais jovem e procurando seu espaço no mercado, Fernando revelou admiração pelo rival deste sábado, muito por conta da identidade e da história adquirida justamente no Santo André. Além disso, exaltou a força do São Bernardo, principalmente com os comandos do Sérgio Soares
"O São Bernardo é um clube com um grande investimento e agora conta com o Sergio (Soares) no comando, que é um grande treinador. O clube tem peças fora da realidade da A2, tem um elenco forte e inicialmente não se encaixaram. Mas agora devem melhorar e temos que ter respeito pelo nível do adversário e pelo equilíbrio que é natural de um clássico", comentou.
"Ele trabalhou com o nosso preparador físico quando era atleta, eu também conheço o Sergio, que é um ser-humano ímpar. Então é muito legal ver um ídolo do outro lado. Além disso, ele tem cinco passagens pelo Santo André e isso ajuda a explicar o quão bom profissional ele é, a identificação que tem. E esperamos que, acima de tudo, seja um ótimo espetáculo", finalizou Fernando.
