Corinthians vai fazer um ano de jejum em antiga especialidade de Cristóvão - Gazeta Esportiva
Corinthians vai fazer um ano de jejum em antiga especialidade de Cristóvão

Corinthians vai fazer um ano de jejum em antiga especialidade de Cristóvão

Gazeta Esportiva

Por Helder Júnior e Tomás Rosolino

05/07/2016 às 08:52 • Atualizado: 05/07/2016 às 13:22

São Paulo, SP

Vinte anos depois, técnico tem muito a ensinar aos batedores de falta do Corinthians (foto: reprodução)
Trinta anos depois, técnico tem muito a ensinar aos batedores de falta do Corinthians (foto: reprodução/A Gazeta Esportiva)


O próximo jogo do Corinthians no Campeonato Brasileiro, contra a Chapecoense, no sábado, coincidirá com o aniversário de um ano do último gol de falta marcado pela equipe. Foi do meia Jadson, com um cruzamento da ponta esquerda que a defesa do Atlético-PR não cortou, fechando a vitória por 2 a 0 no dia 9 de julho de 2015, em Itaquera.

Três décadas antes de Jadson se transferir para o Tianjin Quanjian, da China, e deixar o Corinthians carente nas jogadas de bola parada, outro atleta chamava a atenção no Parque São Jorge em razão da mesma virtude. “Cristóvão, o ‘bom baiano’, especialista em cobrança de faltas”, destacou o jornal A Gazeta Esportiva de 11 de novembro de 1986, primeiro ano em que o hoje técnico Cristóvão Borges defendeu o clube paulista.

Naquela temporada – em que o meia Marcelinho Carioca ainda estava nas categorias de base do Flamengo –, o bom baiano já conseguia cativar alguns saudosistas no Corinthians com as suas cobranças de falta certeiras. Conforme o mesmo diário apontou: “Cristóvão faz lembrar os bons tempos do clube, à época de Rivellino e Zenon. Só que tem uma característica própria de bater na bola”.

A “característica própria” não chegava a ser tão diferente do usual, de acordo com o próprio Cristóvão. “Sempre procuro bater no meio da bola e por cima da barreira. Assim, a bola ganha velocidade e, quando chega ao gol, dificulta para o goleiro fazer a defesa”, contou, naquele período.

Este gol de Jadson, que fará um ano no sábado, foi o último de falta marcado pelo Corinthians (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
Este gol de Jadson, que fará um ano no sábado, foi o último de falta marcado pelo Corinthians (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


A dificuldade era sentida por Carlos, goleiro que atuou pelo Corinthians de 1984 a 1988 e estava na Seleção Brasileira quando era companheiro de Cristóvão. “Ele cobra as faltas com grande perfeição. Dependendo da formação da barreira, é infalível. Já nasceu com esse dom”, elogiava. O jornal A Gazeta Esportiva complementou: “Normalmente, nas faltas em que cobra, o goleiro não tem nem sequer iniciativa para esboçar defesa”.

Como não há nem um jogador sequer no atual elenco corintiano que possua o mesmo talento de nascença, Cristóvão Borges tem estimulado ainda mais os treinamentos de cobranças de falta no CT Joaquim Grava. O lateral direito Fagner é um dos que se dedicam após as atividades coletivas, porém ainda não conseguiu ver nos jogos o resultado do seu esforço.

Já em 1986, Cristóvão dizia que mesmo ele precisava praticar bastante. “A gente tem que aproveitar todo o tempo disponível para caprichar nesse tipo de treinamento. Caso contrário, perdemos a técnica de bater na bola”, ensinava o jogador que permaneceria no Corinthians apenas até a temporada seguinte, marcando 13 gols em 58 partidas disputadas. E que, após 30 anos, teria a missão de fazer um novo cobrador de faltas surgir no clube do Parque São Jorge.

Conteúdo Patrocinado