Ajudante na preleção de 2012, torcedor espera trazer sorte ao Verdão - Gazeta Esportiva
Ajudante na preleção de 2012, torcedor espera trazer sorte ao Verdão

Ajudante na preleção de 2012, torcedor espera trazer sorte ao Verdão

Gazeta Esportiva

Por Theo Chacon*

25/11/2015 às 09:00 • Atualizado: 25/11/2015 às 09:11

São Paulo, SP

Autor de vídeo usado em preleção de Felipão, Gabriel Santoro quase viu hobby se profissionalizar (Foto:Acervo Pessoal)
Autor de vídeo usado em preleção de Felipão, Gabriel Santoro quase viu hobby se profissionalizar (Foto:Acervo Pessoal)


O último título do Palmeiras na Copa do Brasil, em 2012, foi comemorado de forma especial pelo paulista Gabriel Santoro. À convite do clube, o torcedor produziu o clipe que serviu de incentivo aos atletas na preleção de Felipão, já no Couto Pereira, momentos antes da decisão contra o Coritiba. Em troca, teve a chance de viver momentos únicos ao lado do grupo campeão. Agora, no clássico contra o Santos, espera dar sorte ao time novamente.

Na última segunda-feira, através de seu canal no Youtube - com pouco mais de seis mil inscritos -, o designer de 32 anos publicou o vídeo "Queremos a Copa!", que reúne a campanha do Verdão no mata mata e opiniões da mídia esportiva, formando uma narrativa que, de alguma forma, transmite o discurso do torcedor palmeirense, conforme o próprio autor classifica. Até o momento da publicação da matéria, o vídeo tinha 98.403 visualizações.

https://www.youtube.com/watch?v=MpC5Op5738U

Torcedor fanático, Gabriel já produziu uma série de quase dez vídeos baseados em um roteiro similar: seja por meio de uma retomada histórica das conquistas ou pela oposição ao discurso da mídia, tenta ressaltar a força da torcida e a superação do elenco em diversas situações. No entanto, começou a trajetória na edição ainda em 2004, quando o Youtube sequer tinha sido lançado, e o projeto das redes sociais apenas engatinhava.

A iniciativa despretensiosa, que começou com vídeo do Flamengo na Copa do Brasil, tomou contornos profissionais em 2012, quando um de seus vídeos foi repercutido na televisão e trouxe uma projeção ainda maior aquilo que, até então, era tido apenas como um hobby nas horas vagas. Alguns clipes, inclusive, foram feitos com apoio da diretoria do Palmeiras, como o que remete à reta final do Brasileiro em que o Verdão acabou rebaixado.

Em bate-papo com a Gazeta Esportivacontrolando a expectativa por mais uma decisão - que dessa vez será vista apenas da televisão e da arquibancada - Gabriel contou detalhes do que viveu em Curitiba (PR), ao lado do grupo que trouxe o bicampeonato da Copa do Brasil ao Palestra Itália, falou sobre convites recebidos e outros projetos.

Gabriel é um dos sócios torcedores que esgotou as entradas para o segundo jogo no Palestra (Foto:Acervo Pessoal)
Gabriel é um dos sócios torcedores que esgotou as entradas para o segundo jogo no Palestra (Foto:Acervo Pessoal)


Gazeta Esportiva - Como começou esse projeto dos vídeos vinculados ao Palmeiras?

Gabriel Santoro - Comecei com os vídeos há muito tempo, acho que 2004. Fazia de forma independente, sem vínculo nenhum. Comecei a retratar os jogos decisivos do Palmeiras, um registro. Só que ai passou na TV um dos vídeos que eu fiz e tomou uma proporção muito grande. Eu fiz um vídeo do jogo contra o Grêmio, lá no Sul, e depois o Palmeiras me chamou.

Gazeta Esportiva - Qual a sua sensação, como torcedor, de ter feito um vídeo para o Palmeiras e ter visto o título de perto?

Gabriel Santoro - O Palmeiras pediu um vídeo para a preleção do Felipão na final, e tive que fazer em uma noite, porque eles iam sair para Curitiba na manhã seguinte. Eles estavam em um hotel na Marginal Tietê, mas eu só consegui terminar o trabalho lá pras 11 da noite. Quando cheguei lá, o Felipão já tinha botado todo mundo pra dormir, mas disseram que iam passar o vídeo em Curitiba.

Eles me deram passagem e hospedagem em um hotel em frente ao do elenco. No dia lá, no Couto Pereira, me falaram que os jogadores ficaram pilhados pra c... Até o Marcos Assunção falou em uma entrevista depois do título que ver o noticiário esportivo desacreditando do Palmeiras foi um combustível a mais. Depois do título a gente ficou no hall do hotel, todos estavam lá. Foi o mais gratificante. Saber que sou parte do 0,1% da torcida que teve uma participação efetiva.

https://www.youtube.com/watch?v=JOBatJO0u2A

Gazeta Esportiva - E a parceria com o Palmeiras em termos profissionais?

Gabriel Santoro - Fiz outras coisas. Quando o time tava para cair no segundo turno, eles me pediram para fazer um vídeo para convocar a torcida a ir ao estádio, porque a média de torcedores tava muito pequena, algo perto de 12 mil. Aí contra o Sport lotou o Pacaembu, deu 35 mil pessoas, e os caras começaram a trabalhar mais comigo. Em contrapartida, a torcida achou que eu estava apoiando o Tirone. Fiz as coisas sem nenhum tipo de censura da parte deles, davam total liberdade para eu criar.

Gazeta Esportiva - Três anos depois, você fez um vídeo por conta própria. Espera que isso dê resultado dentro de campo e profissionalmente?

Gabriel Santoro - Fiquei muito tempo sem fazer. Senti que era o momento de fazer um vídeo porque o Palmeiras está de novo como azarão. Quando eu voltei a fazer, a TV Palmeiras me procurou para me contratar e trabalhar com eles. Eu não aceitei porque ia perder essa linha criativa, tem todo um envolvimento mercadológico. Eu ia perder a essência dos vídeos, que é retratar aquilo que o palmeirense pensa.

É aquela coisa, se deu certo em 2012, vamos tentar de novo agora. Se eu for fazer outro vídeo agora é só depois do título, acho que não vou fazer outro para o segundo jogo da final. Estou trabalhando, casei recentemente, tenho freela pra fazer. Não dormi de domingo para segunda para fazer o vídeo. Acho que se eu fizer outro vídeo agora a minha esposa me mata, fiquei quase uma semana trabalhando direto (risos).

* especial para Gazeta Esportiva

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