Advogado da Chapecoense reprova sistema jurídico da Conmebol - Gazeta Esportiva
Advogado da Chapecoense reprova sistema jurídico da Conmebol

Advogado da Chapecoense reprova sistema jurídico da Conmebol

Gazeta Esportiva

Por Redação

23/05/2017 às 12:42

São Paulo, SP

O advogado de defesa da Chapecoense no "caso Luiz Otávio", Mário Bittencourt, criticou a maneira com que são conduzidos os processos jurídicos pela Conmebol. Em entrevista à ESPN, o profissional - o mesmo que defendeu o Fluminense no caso contra a Portuguesa em 2013 - demonstrou sua insatisfação com a entidade sul-americana e pediu maior transparência por parte da instituição no momento de administrar as suas ações jurídicas.

Luiz Otavio em ação na partida contra o Lanús (Foto: Eitan ABRAMOVICH/AFP PHOTO)


"Todo sistema jurídico brasileiro é muito diferente da Conmebol. Aqui, no STJD, você é intimado, comparece ao julgamento, apresenta sua defesa oral, conhece o resultado no mesmo dia, e no dia seguinte a CBF ainda publica a decisão. Na Conmebol você só é intimado a entregar a defesa escrita por e-mail, daí em diante o clube fica no escuro. Ele não sabe o dia do julgamento, este é feito por uma decisão monocrática, e o resultado fica a critério da Conmebol, que publica quando ela quiser publicar", explicou Mario Bittencourt.

"Nós não estamos acusando a Conmebol de má-fé, mas queremos informá-los que é um sistema que vai gerar falhas o tempo todo, porque é um sistema muito fechado. Eu sou o advogado da causa e não tenho ideia de que horas sairá decisão. Esta briga por uma mudança desse sistema é uma briga que não deve ser só da Chapecoense, mas de todos os clubes brasileiros", analisou.

O clube catarinense é acusado de ter escalado o zagueiro de maneira irregular na partida contra o Lanús-ARG, válida pela 5ª rodada da Copa Libertadores, quando os brasileiros venceram pelo placar de 2 a 1. O jogador estaria, segundo informa a Conmebol, punido por três partidas devido à expulsão na partida anterior. Entretanto, a equipe alega que não recebeu nenhum ofício informando esta sanção e argumenta que só foi informada da condenação minutos antes da partida na Argentina.

"Se a Conmebol entender que esta notificação minutos antes da partida é válida, ela deveria ter autorizado a troca do atleta naquele momento, o que não aconteceu. Além disso, no regulamento da Conmebol, ela diz que notificações só passam a ter valor no dia seguinte. Os jogos que Luiz Otávio ficaria de fora, então, seriam contra o Zulia e caso a Chapecoense avançasse na Libertadores", analisou.

Ainda sem saber o  resultado do caso Luiz Otávio, os brasileiros voltam a campo nesta terça-feira para encarar o Zulia, às 19h30 (de Brasília), na Arena Condá, pela última partida da fase de grupos. Levando só em consideração os resultados em campo, a Chapecoense depende de uma vitória simples para avançar à próxima fase da competição.

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