Por quase uma hora, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, deu sua primeira entrevista como presidente interino do São Paulo na tarde desta quinta-feira, no Morumbi. Entre as diversas questões direcionadas ao novo mandatário tricolor, chamaram mais a atenção as que abordaram o tema das próximas eleições, que, segundo ele, acontecerão no próximo dia 27.
Leco teria até o dia 12 de novembro para convocar o pleito, mas a intenção do dirigente é antecipá-lo para montar a nova diretoria tricolor o mais rápido possível. Ao menos por enquanto, ele é o único candidato à presidência, porém ainda há a chance de outra chapa se apresentar e concorrer contra o mandatário interino.
"Eu não pretendo que isso seja feito em 30 dias. Eu vou antecipá-lo e estou desenvolvendo a ideia de que poderá ser no dia 27, terça feira desse mês", anunciou oficialmente o novo mandatário do São Paulo.
Outro tema consecutivamente abordado na entrevista coletiva foi a gravação revelada pelo vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, em que possíveis irregularidades contratuais são admitidas pelo ex-presidente, Carlos Miguel Aidar. O ex-presidente renunciou ao cargo, na terça-feira, após ser acusado de desviar dinheiro oriundo das negociações de jogadores.
Em relação a isso, Leco ressaltou que a política do São Paulo não buscará um "revanchismo" contra Aidar, mas que o Conselho vai atuar com rigor para apurar com "tranquilidade" e solucionar o escândalo através dos trâmites oficiais e legais do estatuto tricolor.
"O São Paulo, apesar dos problemas, é um clube sério e de gente grande. Tem instâncias, uma dela, a maior, o Conselho Deliberativo. Temos comissões, sendo uma de ética, e regramentos escritos, que indicam como o clube deve se comportar diante desses fatos. No decorrer dos acontecimentos e no calor da emoção que isso causa, alguns procedimentos acontecem de forma a permitir a ideia de que de repente o clube acobertará situações. Mas eu asseguro que não", avisou Leco.
"Não nos anima a ideia de revanchismo, de perseguição por perseguição, mas de esclarecimento e de que o São Paulo honre sua grandeza e tradição fazendo o que deve ser feito em suas instâncias", prosseguiu.
Leco ainda frisou que ouviu apenas um minuto da gravação e que não é sua função trazer à tona neste momento os desdobramentos do caso. O presidente interino explicou que Ataíde será o responsável por dar continuidade às apurações, as quais devem ser cuidadosas a fim de não arranhar a imagem do clube.
"Não quero antecipar [o conteúdo da gravação]. Quero antecipar a lisura do São Paulo no enfrentamento desse problema. No mínimo, eu serei uma voz nesse sentido com a força que estiver e onde estiver. Não posso antecipar conclusão. Num mundo de tecnologia avançada, onde você está sendo monitorado a todo momento, onde tudo é visível, será impossível que as coisas que sejam apuradas não aflorem. Isso não acontecerá. A comunidade toda, nossos 20 milhões de torcedores, que são a razão de ser dessa instituição, terão naturalmente conhecimento das coisas. Espero que o conhecimento não seja traumático a ponto de magoar a instituição", encerrou.