Kardec relata negociação relâmpago e avalia passagem com nota “6 ou 7” - Gazeta Esportiva
Kardec relata negociação relâmpago e avalia passagem com nota “6 ou 7”

Kardec relata negociação relâmpago e avalia passagem com nota “6 ou 7”

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar e José Victor Ligero

19/07/2016 às 19:36 • Atualizado: 19/07/2016 às 19:38

São Paulo, SP

Alan Kardec não deixou de reclamar da falta de oportunidades que o técnico Edgardo Bauza lhe deu em 2016 (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
Alan Kardec não deixou de reclamar da falta de oportunidades que o técnico Edgardo Bauza lhe deu em 2016 (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


A terça-feira de reapresentação do elenco são-paulino no CCT da Barra Funda foi marcada pela despedida de Alan Kardec, atacante que passou cerca de dois anos no clube e agora defenderá o Chongqing Lifan, da China. Após dar um último adeus, o jogador contou como tudo aconteceu, já que a notícia da negociação pegou muita gente, inclusive de dentro do clube, de surpresa. Aliás, por pouco o sono de Kardec não melou o negócio.


“Foi tudo muito rápido. Bem de surpresa mesmo. Uma oportunidade, uma experiência nova, que eu tive mais ou menos 12 horas para tomar uma decisão. Vim acordado da Colômbia, após a eliminação (da Libertadores). Não conseguia dormir. Cheguei em casa por volta de umas 10h30, fiquei brincando com a minha filha e, de repetene, o sono bateu. Deitei para dormir e minha esposa entra gritando no quarto dizendo ‘acorda, acorda, porque seu empresário quer falar com você’”, detalhou o centroavante, em entrevista coletiva.


“Eu falei ‘não enche, deixa eu dormir’. Foi até engraçado porque quando eu liguei para ele (o empresário), ele me explicou a situação. Falou ‘olha, está aparecendo uma situação da China, os valores são esses, o tempo é esse e a janela fecha amanhã (sexta), meio dia’. Eu falei ‘então, está bom’. Voltei a dormir. Oito horas da noite eu ligo e ‘olha, o negócio está andando’”, completou, encerrando suas explicações.


Com viagem programada para esta quarta-feira para assinar um contrato de dois anos e meio com o Chongqing Lifan, que luta para não cair no campeonato chinês, Alan Kardec ainda fez uma avaliação de sua passagem pelo São Paulo, onde marcou 25 gols em 94 partidas.


“Foram quase 100 jogos. Se colocar na balança, talvez tenham sido mais momentos bons do que maus momentos. Quando cheguei, no final do segundo semestre de 2014, fiquei meio ano jogando como titular, fazendo gols importantes, ajudando a equipe. No ano de 2015, foi a mesma coisa no começo do ano, fazendo alguns gols, e veio a lesão. Acabei me recuperando no segundo semestre, pude jogar algumas partidas no final do ano. E comecei 2016, onde as coisas não deram muito certo. Enfim, se colocar na balança, eu colocaria uma nota 6 ou 7”, opinou.


A atual temporada foi marcada por algumas entrevistas em que Alan Kardec não escondia sua chateação em ter de ficar na reserva de Jonathan Calleri. Coincidentemente, o técnico Edgardo Bauza perdeu os dois centroavantes na mesma semana. Mas, em sua última entrevista, Kardec refutou qualquer problema pessoal com o treinador, mas preferiu não falar em um possível retorno ao Tricolor.


“Não que tenha pesado (ser reserva). Claro que todo jogador quer trabalhar e jogar de titular. Comigo não é diferente, mas sempre respeitei todos os meus companheiros aqui, como o Calleri, que passou um primeiro semestre muito bom, como a forma do treinador pensar, que é extremamente compreensível. Mas não me sentia num lugar cômodo, porque também queria jogar. Mas sempre respeitando as decisões dele (Bauza), nunca faltando com o respeito”, afirmou, sem voltar atrás de suas recentes declarações.


“As portas estarão aberta, tenho certeza disso. O que fica aqui é reciproco. Mas, lá para frente, quem sabe (posso retornar). O momento não é pensar em voltar, e sim focar, para continuar trabalhando”, despistou.


Chongqing Lifan de R$ 18 milhões por 70% dos direitos econômicos de Alan Kardec dará um lucro de R$ 4 milhões ao São Paulo, que ainda permanecerá com 30% do atleta, com a possibilidade de aumentar seu lucro, já que pagou cerca de R$ 14 milhões ao Benfica, de Portugal, em 2014, para adquirir 100% do jogador.


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