Bryan Ruiz processará o Santos "em breve". A informação foi confirmada à Gazeta Esportiva por Bichara Abidão Neto, um dos advogados do escritório contratado pelo atleta.
O costarriquenho rescindiu o contrato válido até dezembro de forma unilateral. Ou seja, sem a anuência do Peixe. O jogador de 34 anos baseou o pedido em dívida salarial e "dano moral".
O Alvinegro reconhece o débito em direitos de imagem e luvas. De acordo com o clube, o valor é de aproximadamente R$ 2 milhões. Bryan e seus advogados evitam falar em dinheiro, mas ele não recebeu nada em imagem e luvas combinadas na contratação durante 2020.
O Santos, porém, nega pendência nas normas da CLT (a não ser a redução desde abril durante a pandemia) e contesta o dano moral alegado por Bryan Ruiz. A diretoria entende que respaldou o meia e tentou ajudá-lo a render tecnicamente na Vila Belmiro.
Bryan reclama do "rebaixamento" ao time B, de treinar separadamente em algumas ocasiões no CT Rei Pelé e de "entrevistas inverídicas de representantes do Peixe", como no caso da "macumba". O Alvinegro lembra da reintegração para adquirir ritmo antes de defender a seleção da Costa Rica e reforça a torcida do presidente José Carlos Peres por mais chances em 2019.
Se Bryan Ruiz fosse útil ao atual elenco, o Santos tentaria reverter a rescisão. Como o armador não está nos planos do técnico Jesualdo Ferreira, o Peixe comemora por não precisar pagar todas as verbas trabalhistas até dezembro e segue à procura de acordo pela dívida pendente. O Alvinegro tentou por várias vezes uma rescisão amigável desde janeiro de 2019.
Bryan Ruiz recebia um dos maiores salários do elenco do Santos e foi contratado com status de titular em julho de 2018. Ele disputou apenas 14 partidas, sem marcar gols. A última ocorreu há 20 meses, na derrota por 1 a 0 para a Chapecoense, no Pacaembu.
Veja a nota oficial de Bryan Ruiz abaixo:
"Depois de dois anos pertencendo ao Santos Futebol Clube, comunico que hoje, 13 de julho, rescindi o contrato que me vinculava ao clube até dezembro de 2020.
Tomei a decisão respaldado no descumprimento do salário e pelo dano moral que recebi, provocado por decisões administrativas e esportivas que foram tomadas e pelas informações inverídicas comunicadas publicamente em diferentes oportunidades por parte da administração do clube, nas quais colocaram em dúvida meu profissionalismo como jogador.
Meu propósito ao chegar no Santos em julho de 2018 foi poder ajudar ao máximo para alcançar os objetivos em grupo, mas, lamentavelmente, não tive a oportunidade nem confiança para cumprir meu desejo.
Foi uma honra pertencer a este grande clube, que ocupará um lugar no meu coração; desejo o melhor para o futuro. Agradeço meus companheiros pela amizade e pelo apoio oferecido. Obrigado à torcida, a qual comprovei que é uma das melhores e maiores do mundo.
A partir desse momento sou um jogador livre e desejo continuar a carreira profissional a nível de clube e seleção, em condição física e técnica perfeita."
