O português foi suspenso por três partidas após afirmar que "é ruim para o sistema" o Palmeiras vencer a Série A do Campeonato Brasileiro duas vezes consecutivas.
O entendimento do Verdão é de que a punição demonstra falta de isonomia. Os casos de Felipão e Fernando Diniz são levados em conta pelo Alviverde: Scolari foi enquadrado no mesmo artigo (243-F) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) — que prevê punição por "ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto" — e recebeu pena mais branda, de dois jogos.
Há uma repetição de discurso: o Palmeiras não quer ser beneficiado, mas exige igualdade de tratamento — o que, segundo fontes dentro do clube, também não ocorreu no jogo de sábado, contra o Fluminense. Fernando Diniz protestou de forma veemente contra Ramon Abatti Abel — tópico levantado por Abel Ferreira após o jogo, inclusive —, direcionando xingamentos, e não foi nem sequer advertido.
Além disso, o Verdão lamenta a conduta do procurador Rafael Carneiro Machado Pereira no julgamento desta segunda-feira. O entendimento do Alviverde é de que, buscando condenar João Martins, o procurador foi preconceituoso em sua acusação de xenofobia.
Entenda o caso
Depois da partida entre Athletico-PR e Palmeiras, na Ligga Arena, válida pela 13ª rodada do Brasileirão, João Martins — que, à ocasião, comandou o Verdão no lugar do suspenso Abel Ferreira, como habitualmente ocorre — detonou a arbitragem nacional e apontou que "é ruim para o sistema o Palmeiras ganhar (o Brasileirão) dois anos seguidos".
Além disso, Martins declarou que "na Europa, não veem jogos do Brasileiro porque parece mais teatro do que futebol".
A fala gerou uma resposta contundente da CBF. A entidade nacional acusou o auxiliar de xenofobia, criticou pesadamente as declarações e reiterou que iria ao STJD "para que ele (João Martins) revele qual seria o esquema ou o sistema no futebol brasileiro que não permite que o melhor vença".
O Palmeiras logo contra-atacou. Em extensa nota, o Verdão defendeu o auxiliar, pediu isonomia, apontou agressividade da CBF e questionou a entidade em oito pontos diferentes, voltando a citar erros de arbitragem contra a equipe.
