Os argentinos do Palmeiras parecem cada vez mais adaptados aos costumes brasileiros. Depois do desinibido Cristaldo assumir seu gosto por feijão e pelo ritmo do forró, foi a vez de Allione, que encarou sua timidez para dar entrevista coletiva nesta quarta, explicar sua adaptação ao Brasil pouco mais de um ano e três meses após sua chegada. O meio-campista lembrou a contratação por intermédio de Ricardo Gareca e até citou o colega de elenco ao falar sobre as práticas cotidianas, dizendo-se fã de música sertaneja.
Questionado sobre sua maior apreensão da língua portuguesa, Allione assumiu que fez aulas de português para entender melhor o idioma e ter a comunicação no dia a dia facilitada. Nada comparado a Cristaldo, espécie de talismã da torcida que até virou homem propaganda do Verdão no lançamento do aplicativo Palmeiras APP, em que faz uma aparição ao lado de Lucas Barrios, o mais novo estrangeiro do elenco.
"Tento falar um pouco melhor porque a gente precisa. O Cristaldo é diferente", determinou, deixando escapar uma risada. "Ele já jogou com brasileiros (no Metalist, Cristaldo foi colega de grupo de Cleiton Xavier e Diego Souza), já tinha uma base. Eu sou tímido e ele não. Eu também curto música brasileira, o sertanejo, mas o Cristaldo é diferente e tem mais facilidade", comentou entre sorrisos.
Contratado pelo Verdão em julho de 2014, aos 19 anos de idade, Allione deixou o Vélez Sarsfield, time pelo qual conquistou o Apertura e o Campeonato Argentino entre 2012 e 2013, além da Supercopa Argentina, para rever Ricardo Gareca, seu treinador na Argentina, no Palmeiras. O comandante teve passagem rápida - foram menos de três meses no comando do Alviverde -, comandando a equipe em 13 jogos e somando quatro vitórias, um empate e oito derrotas.
Apesar de não ter deixado saudade na torcida, Gareca intermediou a chegada de outros três argentinos além do meia do Vélez: o zagueiro Fernando Tobio, e os atacantes Pablo Mouche e Jonathan Cristaldo. Allione, um dos poucos a seguir no elenco ao lado de Mouche e Cristaldo, não deixou de valorizar a confiança que lhe foi atribuída pelo ex-técnico apesar do passar do tempo.
Se os atacantes são especulados no futebol do exterior, em clubes da Rússia e do México, Allione tem contrato até julho de 2016, e com possibilidade de extensão por mais dois anos.
"Ele nos trouxe porque confiava na gente, sabia que tínhamos potencial para desenvolver aqui no Palmeiras. Tivemos uns momentos em que não jogamos muito; o Mouche se machucou e eu também. Agora estamos tendo mais chances, é o que conquistamos depois de trabalharmos tanto", declarou o meia, que ao contrário de Cristaldo, suspenso, e Mouche, opção no banco, deve ser titular no domingo, contra o Vasco, ocupando a vaga de Dudu.
* especial para a Gazeta Esportiva
