Jô celebra volta ao clube do coração e explica mudanças após 12 anos fora - Gazeta Esportiva
Jô celebra volta ao clube do coração e explica mudanças após 12 anos fora

Jô celebra volta ao clube do coração e explica mudanças após 12 anos fora

Gazeta Esportiva

Por Tomás Rosolino

03/11/2016 às 13:24 • Atualizado: 03/11/2016 às 14:25

São Paulo, SP

Atacante chega para ser o goleador da equipe na temporada 2017 (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
Atacante chega para ser o goleador da equipe na temporada 2017 (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


Jô tem apenas 29 anos, mas ouvi-lo relembrar de treinos sob o comando de Carlos Alberto Parreira, em 2002, dão a impressão de que o primeiro reforço do Corinthians para a próxima temporada é muito mais veterano do que sua idade aponta. Apresentado na manhã desta quinta-feira pelo clube alvinegro, o agora centroavante explicou o que mudou desde seus primeiros passos nas categorias de base do Timão e celebrou bastante a volta ao time do coração.

"Queria agradecer a Deus por esse retorno, minha esposa por esse período comigo, agradecer ao presidente, diretor, funcionários. Passa um filme na cabeça. Sentei aqui agora, realmente a emoção bate bem forte, eu nasci aqui. Cheguei com 7 anos, meu primeiro treinador foi o Paulo Borges. Lembro do meu primeiro treino no profissional, só subi para treinar, com 15 anos de idade", relatou o avante, que até hoje detém a marca de atleta mais novo a jogar pelo Corinthians, com 16 anos e três meses.

"Não é fácil. Estreei com 16 anos, morava na periferia de São Paulo, brincava, soltava pipa, de um tempo para o outro virei profissional. Tudo muito rápido", avaliou o jogador, campeão da Libertadores de 2013 pelo Atlético-MG e convocado para a última Copa do Mundo. Dos dois momentos, os quais trata como auge de sua carreira, Jô procura extrair o melhor, apesar dos problemas extra-campo que provocaram uma derrocada desde então.

Ciente dos problemas que causou fora das quatro linhas, principalmente com reclamações da torcida acerca de saídas à noite e falta de comprometimento, o jogador reconheceu que deu bastante trabalho. Sorridente, porém, assegurou que tudo isso ficou para trás no começo de 2015, quando tornou-se um homem religioso ao ver que poderia jogar toda sua carreira construída no futebol "no lixo", em suas próprias palavras.

"Depois fui para fora, erros aconteceram, só que quando se trata de jogador você é visado. Estou de volta para a minha casa, onde eu nasci e cresci. Quem me conheceu há muitos anos atrás sabe do meu caráter, minha índole, às vezes no futebol você traça um caminho que não é o correto, dá uma deslumbrada. Mas eu encontrei Deus na minha vida de dois anos para cá, as coisas se ajeitaram. Reconheço o erro, mas superei. Sou uma pessoa que eu era, só me desviei no caminho, agora voltei", afirmou.



Vendido ao CSKA Moscou no final de 2005, em negociação resolvida pelo mesmo Flavio Adauto, à época vice-presidente do clube, hoje diretor de futebol do Corinthians e responsável pela sua apresentação, Jô explicou que se sente melhor como centroavante do que como segundo atacante, posição em que surgiu para o futebol. Ainda assim, disse que vê em seus companheiros muitos com potencial para fazer também essa função.

"Não sou salvador da pátria, sou mais um jogador chegando para ajudar. Vejo que tem grandes atacantes, tem o Gustavo com potencial muito grande, tem o Guilherme, que faz bem essa função, tem o Romero. Não vim para ser salvador, sou mais um. Responsabilidade maior, mas eu, com sabedoria, treinamentos, dedicação, vou superar tudo isso. Corinthians sempre foi grande, um clube grande, onde se exige muito do jogador. E cresceu. Hoje tem uma estrutura que é realmente muito boa. Passei por clubes na Europa e são poucos que têm essa estrutura", disse o atleta.

Corintiano, Jô ainda relembrou momentos difíceis como torcedor, principalmente à época do rebaixamento para a Série B, em 2007, quando ainda estava na Rússia. Agora, guarda ensinamentos aprendidos dentro do próprio clube para se reerguer no futebol. "Eu realmente nunca neguei que sempre fui corintiano. Quando caiu em 2007 eu realmente fiquei triste, sempre torci. Sempre tive amigos que passaram por aqui. Nunca deixei de ser torcedor e sempre vou ser torcedor do Corinthians. O que posso dizer é que tenho juízo. Acho que essa é a palavra. Na adrenalina você faz coisa que não deveria fazer, agora eu penso mais", encerrou.

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