É um bom nome, de acordo com o jornalista António Pires, subchefe da redação do jornal “O Jogo”, de Portugal.
“Vítor Pereira vai chegar ao Brasil e ao Corinthians já com vasta experiência como treinador, inclusive no estrangeiro, depois de experiências, umas mais bem sucedidas do que outras, no futebol grego, turco, alemão, saudita e chinês. Após encerrar bem cedo, aos 28 anos, uma carreira de jogador, onde nunca atingiu patamar de destaque, ele foi estudar para continuar a sua ligação ao futebol”, explicou à Gazeta Esportiva.
“Formou-se em Educação Física na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto e, depois, acabou o IV nível de treinador da Federação Portuguesa, como segundo melhor aluno dessa turma, com uma média final de 19 valores”, complementou.
Histórico e características
Segundo Pires, Vítor Pereira é estudioso e metódico e teve algumas experiências como treinador adjunto antes de deslanchar na carreira. Como já foi bastante falado, começou como treinador do sub-15 do Padroense e, depois, em 2003-04, nas categorias de base do Porto, cruzando com José Mourinho. No ano seguinte, teve sua primeira experiência como técnico principal, no Sanjoanense, substituindo Luís Castro - coincidência?
Voltou ao Porto, ainda nas categorias inferiores, foi para o Santa Clara e, por fim, aceitou integrar a equipe técnica de André Villas-Boas, “mesmo tendo mercado”.
“Embora o rosto principal dessa época inesquecível dos Dragões – vitórias no campeonato, Taça, Supertaça e Liga Europa – fosse Villas-Boas, muito do mérito do sucesso deve ser repartido com Pereira, um auxiliar com papel importante, sobretudo no trabalho do dia a dia do plantel”, analisou o subchefe de redação de “O Jogo”.
Após esse sucesso, Villas-Boas foi para o Chelsea e, então, “Pinto da Costa, presidente dos Dragões, apostou em Vítor Pereira e não se arrependeu”. Em duas temporadas, foi bicampeão, com apenas uma derrota em 60 jogos no campeonato nacional, ainda com duas Supertaças.
“Apesar dos êxitos, ele nem sempre foi bem aceito pelos torcedores, que achavam o estilo de jogo da equipe muito calculista e, sobretudo, em comparação com a época de Villas-Boas, muito menos atrativo e ofensivo”.
Ainda segundo o jornalista, o novo técnico do Corinthians não é alguém que corre muitos riscos. “As suas equipes assentam na solidez defensiva e organização, preferencialmente em 4-3-3, mas não obrigatoriamente”.
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Outros clubes
O português também soma passagens por Olympiacos, onde conquistou uma Copa da Grécia e uma Superliga. Seguiu para o Fenerbahce, aventurou-se no futebol alemão, no debilitado Munique 1860 e, depois, migrou para a China e, por fim, retornou ao Fenerbahce, de onde saiu em dezembro.
“Em termos de êxitos, os mais recentes aconteceram na China, onde conduziu o Shanghai SIGP a uma inédita conquista do campeonato local e ao triunfo na Supertaça, chegando ainda a uma final da Champions da Ásia”, comentou Pires.
E o Corinthians?
Por último, mas o mais importante, António Pires analisou, claro, como Vítor Pereira se encaixa no Timão… E o que a torcida pode esperar em alguns aspectos.
“Como treinador, o Corinthians garante certamente alguém profundamente conhecedor do jogo e com capacidade organizativa, podendo, inclusive, dar uma ajuda importante ao nível da formação para que ela trabalhe, também, a pensar na equipe principal, criando métodos e rotinas semelhantes”, contou.
“Vítor Pereira é também um treinador direto e sem papas na língua, frontal e sem medo do ‘confronto’ e discussão de ideias com quem discorda dele. No Corinthians, estou certo, não será diferente, e o eventual sucesso vai também depender de haver sintonia entre clube e treinador. Caso contrário, dificilmente permanecerá no Timão por muito tempo”, finalizou.
A estreia do novo comandante está prevista para acontecer no dia 5 de março, logo de cara um clássico contra o São Paulo, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista.
