Uma dessas famílias é a de Everton Kempes, ex-atacante e um dos 71 mortos na na maior tragédia esportiva da história.
A juíza do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região de Porto Alegre, Gloria Mariana da Silba Mota, sentenciou a Chapecoense a pagar um valor provisório de R$ 1,9 milhão à viúva de Kempes, Vanessa Fernandes Cesar Gonçalves, que cuida de dois filhos do ex-atleta, Júlia e João Gabriel. À época do acidente, Júlia tinha dois anos de idade e João Gabriel, sete.
O valor da causa é de R$ 5,9 milhões e os pedidos envolvem indenização para Vanessa e filhos por dano moral, dano material e existencial.
O processo ainda terá novas etapas, pois o clube promete recorrer até a última instância.
"O clube se reserva o direito de se manifestar em juízo e não comenta nenhuma decisão, seja contra a favor de sua tese, pelo respeito que possui às famílias dos envolvidos. O clube não quer discutir, quer indenizar! Precisa apenas ter condições de assumir e pagar", afirmou Ilan Bortoluzzi Nazário, vice-presidente jurídico da Chape, à Gazeta Esportiva.
A família de Kempes recebeu o seguro obrigatório, que gira em torno de R$ 850 mil, e mais R$ 700 mil, a complementação paga pela Chapecoense, em 36 parcelas.
À reportagem, Flavio Torres, advogado que representa a família, também garantiu que irá recorrer, apesar da sentença favorável.
"A gente entende que não se deve descontar o valor do seguro. A juíza entendeu que a responsabilidade da Chapecoense não foi por culpa, mas objetiva. Vamos recorrer para responsabilidade com culpa".
O avião que levava a delegação da Chapecoense para a primeira final da Copa Sul-Americana de 2016, partida que aconteceria contra o Atlético Nacional de Medellín, sofreu um acidente após uma pane elétrica e um pouso forçado na região de Antióquia, na Colômbia.
A aeronave estava com 77 pessoas a bordo: 68 passageiros e nove tripulantes - eram 22 jogadores e outras 25 pessoas ligadas ao clube catarinense.