Leverkusen, o 'Onze da fábrica', Ballack e o fim de uma maldição - Gazeta Esportiva
Leverkusen, o 'Onze da fábrica', Ballack e o fim de uma maldição

Leverkusen, o 'Onze da fábrica', Ballack e o fim de uma maldição

Gazeta Esportiva

Por AFP

15/04/2024 às 08:55

São Paulo, SP

Fundado em 1904 pela empresa química Bayer, o Leverkusen conquistou neste domingo (14) o primeiro título do campeonato alemão de sua história, para finalmente se libertar do incômodo apelido 'Vizekusen', dado ao clube após cinco vice-campeonatos, incluindo os dois títulos que lhe escaparam dolorosamente em 2000 e 2002.


O clube da Bayer


A história do Bayer 04 Leverkusen começa com uma carta escrita em fevereiro de 1903 por dois funcionários da Bayer, Wilhelm Hauschild e August Kuhlmann, e assinada por 170 funcionários. Pedem a criação de um clube desportivo ligado ao grupo fundado em 1863 por Friedrich Bayer.

Após receber o sinal verde da diretoria da empresa química, o clube poliesportivo TuS 04 – nome que se tornaria Bayer 04 Leverkusen – nasceu em 1º de julho de 1904, e a seção de futebol disputou suas primeiras partidas três anos depois.

Os vínculos entre o clube e a empresa continuam fortes. Atualmente, o Bayer 04 Leverkusen Fussball GmbH é uma subsidiária 100% da Bayer AG. O logo do clube recupera a cruz da Bayer, o time é apelidado de 'Werkself', o 'Onze da fábrica', pois até a década de 1970 grande parte dos jogadores do elenco estavam ligados à fábrica.

O atual estádio do Leverkusen, inaugurado em agosto de 1958, foi inicialmente chamado de Ulrich-Haberland Stadion, em homenagem ao então técnico do Bayer, antes de ser renomeado como BayArena em 1998.

Ballack, jogador emblemático


Antes de se transferir para o Bayern de Munique em 2002 e se tornar capitão da seleção alemã em 2004, Michael Ballack passou pelo Bayer Leverkusen, ao qual chegou em 1999 vindo do Kaiserslautern, com quem se sagrou campeão em 1998.

Revelado no Chemnitz (antigo Karl-Marx-Stadt) nos anos 1980-1990, Ballack é o jogador mais emblemático que passou pelo Leverkusen. Outros grandes nomes alemães como Ulf Kirsten, Christian Worms e Rudi Völler também jogaram por este clube da periferia de Colônia.

Os atuais jogadores da seleção alemã Kai Havertz (Arsenal), Toni Kroos (Real Madrid) e Bernd Leno (Fulham) também passaram pelo Bayer Leverkusen, onde este ano brilha Florian Wirtz, num clube com fama de ser um trampolim para outros.

Os brasileiros Jorginho (campeão mundial em 1994), Lúcio (campeão mundial em 2002) e Zé Roberto iniciaram suas carreiras europeias no Leverkusen.

Na direção oposta, Rudi Völler se transferiu para o Bayer Leverkusen depois de ter jogado pela Roma e pelo Olympique de Marselha, mas foi neste clube que iniciou a sua carreira de treinador, tornando-se diretor esportivo em 1 de julho de 1996, logo após se aposentar como jogador.

O 'Vizekusen' dos anos 2000


O Leverkusen não é um dos 16 clubes que fundaram a Bundesliga em 1963. Depois de uma curta passagem pela terceira divisão, o clube finalmente ingressou na elite em 1979, para nunca mais ser rebaixado. Entre 1996 e 2002 se firmou no 'Top 4', terminando na segunda posição em 1997, 1999, 2000 e 2002.

O vice-campeonato no ano 2000 foi especialmente penoso. Na última rodada, o Bayer Leverkusen precisava de apenas um ponto na visita ao modesto Unterhaching, na periferia sul de Munique, que havia subido para a primeira divisão. Ballack marcou um gol contra, o Leverkusen perdeu por 2 a 0 e o Bayern de Munique conquistou o título ao vencer o Werder Bremen fora de casa. O Leverkusen passou a ser conhecido como 'Vizekusen' ou 'Neverkusen' (com a palavra 'never' que significa 'nunca' em inglês).

Em 2002, o Leverkusen inicia o mês de maio ainda disputando três competições. Na Bundesliga, o time desperdiçou uma vantagem de cinco pontos faltando três rodadas para o fim e o Dortmund se sagrou campeão.

Uma semana depois, o Leverkusen perde a final da Copa da Alemanha e, quatro dias depois, o 'Werkself' perde a final da Liga dos Campeões para o Real Madrid, com um voleio lendário de Zinedine Zidane. A síndrome de 'Vizekuzen' voltou a atacar, mas muitos anos depois a equipe de Xabi Alonso parece ter encontrado o antídoto.

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