GUILLERMO STÁBILE - Gazeta Esportiva

Baixinho endiabrado, o artilheiro da primeira Copa do Mundo

Argentino, de baixa estatura, endiabrado com a bola nos pés, habilidoso e artilheiro. Tal descrição poderia ser a de Lionel Messi ou de Diego Armando Maradona. Mas, antes destes dois, Guillermo Stábile, nascido em Buenos Aires no dia 17 de janeiro de 1905, foi o pioneiro da lista.

Com 1,68m, um centímetro menor que Messi e três mais alto que Maradona, Stábile foi a sensação e o goleador da Copa do Mundo de 1930, disputada no Uruguai. Embora tenha iniciado o Mundial na reserva e perdido a estreia argentina contra a França, Guillermo Stábile, então no Huracán, só conseguiu a vaga no time titular graças a um evento inusitado.

A grande oportunidade

Seu companheiro de posição, Roberto Cherro, sofreu uma crise de pânico na véspera do jogo diante do México, devido ao clima hostil e à pressão que a Argentina sentia em Montevidéu por ser a maior rival do país sede, o Uruguai.

A partir daí Gullermo Stábile se transformou em um fenômeno. Balançou as redes em três oportunidades na vitória contra o México e mais duas vezes contra o Chile. Nas semifinais da competição, o pequeno atacante voltou a anotar dois tentos, e mesmo na derrota para o Uruguai na final, Stábile deixou sua marca, totalizando assim oito gols na Copa do Mundo e conquistando a artilharia do torneio.

Tal performance no Mundial uruguaio fez o atacante, que tinha atuado apenas pelo Club Atletico Huracán durante toda sua carreira, entrar nos holofotes do poderoso Genoa, da Itália, equipe por qual assinou ainda em 1930. Em sua estreia com a camisa azul e vermelha, o avante não poderia fazer melhor, anotando três vezes sobre os arquirrivais do Bologna.

Transferência para o Napoli

Após cinco anos defendendo as cores do time genovês, Stábile se transferiu ao Napoli, clube em que quase 50 anos depois brilharia seu “sucessor”, Diego Armando Maradona. Depois da equipe napolitana, Stábile aventurou-se pela França, no Red Star Paris, onde foi jogador e técnico ao mesmo tempo na temporada de 1939, quando pendurou as chuteiras e passou definitivamente a comandar o time do banco de reservas.

Professor

Posteriormente, assumiu o cargo de técnico da seleção argentina em 1939, ficando longínquos 21 anos no cargo até sair em 1960, conquistando seis vezes a Copa América, mas jamais conseguindo vencer a Copa do Mundo. Simultaneamente, o argentino treinou o San Lorenzo, o Huracán e o Racing.

* Narração: Marcos Antomil. Edição de áudio: Bruna Matos