Palmeiras arrecada quase R$150 milhões, mas não investe em reforços - Gazeta Esportiva
Bruno Calió
São Paulo, SP
07/15/2018 18:22:48
 

Quando o Palmeiras entrar em campo para encarar o Santos, nesta quinta-feira, às 20h (de Brasília), no Pacaembu, terão se passado 36 dias desde o último jogo do Verdão pelo Campeonato Brasileiro. O tempo pode não parecer tanto, mas foi suficiente para mudar muita coisa na equipe comandada por Roger Machado.

Pouco antes da pausa para a Copa do Mundo, o Alviverde já havia negociado o volante Tchê Tchê com o Dínamo Kiev-UCR por 4,8 milhões de euros (R$ 20 milhões). O ex-camisa 8, no entanto, foi apenas a primeira de uma série de negociações do clube.

Em seguida, outros suplentes foram embora. Quarta opção entre os goleiros e sem nunca ter estreado pela equipe profissional, Daniel Fuzato, de 21 anos, foi liberado de seu contrato, que se encerrava em dezembro, por 500 mil euros (R$ 2,2 milhões) desembolsados pela Roma. Já o atacante Fernando, de 19 anos, assinou com o Shakhtar Donetsk por 5,5 milhões de euros – o Verdão lucrou R$ 21,6 milhões por ter 90% dos direitos econômicos.

Do elenco que treinava diariamente na Academia de Futebol, Keno foi o último vendido. Único titular entre todos os atletas a saírem, o atacante assinou com o Pyramids, do Egito, por por US$ 10 milhões (R$ 37 milhões na época).

Sem causar impacto no grupo treinado por Roger Machado, ainda saíram João Pedro, que estava emprestado ao Bahia, e o artilheiro do Brasileirão, Róger Guedes. O lateral acertou com o Porto em transação que rendeu R$ 9,2 milhões ao Verdão (que detinha 50% do atleta). Já o atacante que estava cedido ao Atlético-MG foi para o Shandong Luneng por 9,5 milhões de euros (cerca de R$ 43 milhões) – o Palmeiras receberá R$ 19,4 milhões.

No total, o Palestra arrecadou cerca de R$ 148 milhões com a venda de atletas este ano (Yerry Mina já havia sido vendido no início da temporada). A política do clube, porém, impediu grandes investimentos na parada do Mundial.

Mauricio Galiotte tem mandato presidencial apenas até o final do ano e não pretende fazer investimentos que onerem a gestão futura, apesar de as chances serem grandes de o mandatário ser reeleito. Além disso, no último mês, o COF (Conselho de Orientação Fiscal) reprovou as contas de janeiro da equipe.

Por decisão da Receita Federal, os atletas comprados pela Crefisa precisam ser necessariamente pagos pelo clube de volta à empresa. Antes, se um destes jogadores fosse vendido, o Palmeiras devolveria o dinheiro investido, caso contrário, a patrocinadora arcaria com o prejuízo. O acordo foi modificado em contrato em dezembro do último ano, mas sem a anuência do COF, que questiona o caso.

De mãos atadas, o Palmeiras aproveitou a janela apenas para trazer o desconhecido Nicolás Freire, zagueiro argentino que atuava pelo Zwolle, da Holanda, e assinou empréstimo de um ano. Mas se o defensor não empolga por enquanto, um ‘reforço’ já conhecido animou os palestrinos. O meia Gustavo Scarpa conseguiu sua liberação do Fluminense através de um habeas corpus no TST (Tribunal Superior do Trabalho) e recusou ofertas do Benfica e da Arábia para reassinar seu contrato com o Maior Campeão do Brasil.

Em compensação, Roger também perdeu o centroavante Borja, que precisou passar por uma artroscopia no joelho direito e ainda deverá ficar de quatro a cinco semanas afastado.



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