A Copa do Mundo chegou ao fim neste domingo. Agora, as atenções dos torcedores brasileiros voltam para seus clubes e, consequentemente, para a disputa do Campeonato Brasileiro, que retorna suas atividades na quarta-feira, após 35 dias de pausa. Neste período, as equipes fizeram excursões no exterior, treinadores caíram, reforços chegaram e jovens foram vendidos. Diante desse cenário, os times tiveram um mês para consertar o que deu errado e aprimorar o que deu certo no primeiro semestre.
Líder antes da parada para o Mundial, o Flamengo pode ter dificuldade para manter o ótimo desempenho das primeiras 12 rodadas, nas quais perdeu apenas uma partida. A equipe comandada por Maurício Barbieri perdeu Vinícius Júnior, Felipe Vizeu e o volante Jonas. Em compensação, o colombiano Uribe chegou para reforçar o ataque. No rival Vasco, Jorginho, que assumiu o time uma semana antes da pausa para a Copa, teve mais de um mês para arrumar o time. Ocupando apenas a 11ª posição do campeonato nacional, o Gigante da Colina não contará com o zagueiro Erazo e o volante Wellington, liberados para acertar com outros clubes. Para piorar a situação, Paulinho jogará na Alemanha, e a diretoria só contratou o zagueiro Henríquez e o atacante Maxi Lopex para repor as saídas.
Fluminense e Botafogo vivem situação parecida, já que ambos trocaram de treinadores durante o Mundial. Abel Braga pediu demissão do Flu, enquanto Alberto Valentim deixou General Severiano após proposta tentadora do Pyramids, do Egito. O experiente Marcelo Oliveira e o vivido Marcos Paquetá, que volta a dirigir um time brasileiro após 14 anos, são os substitutos, respectivamente. Vivendo uma situação financeira crítica, o Glorioso não foi ao mercado. Já o Tricolor Carioca repatriou o zagueiro Digão e acertou com o atacante Luciano, ex-Corinthians. Tanto Oliveira quanto Paquetá assumem equipes do meio da tabela – o Botafogo é o nono colocado e o Fluminense é o 12º.
Mudanças nos paulistas
Santos e Palmeiras vivem situações opostas na tabela – o primeiro ocupa o 15º lugar e o segundo a 6ª posição -, mas ambos fizeram parte de sua preparação com amistosos na América do Norte e Central. Sem Keno, Tchê Tchê e Fernando, vendidos, mas com Gustavo Scarpa, liberado pela justiça, e Freire, contratado da Liga Holandesa, Roger Machado busca melhorar o rendimento do Verdão, aquém antes da parada da Copa. Pelo lado do Peixe, a diretoria abriu os cofres e trouxe o costarriquenho Bryan Ruiz e negocia com o uruguaio Carlos Sánchez, além de manter Jair Ventura, muito contestado pela torcida por causa dos resultados do semestre inicial.
São Paulo e Corinthians optaram por fazer a preparação para o decorrer da temporada em solo brasileiro. Com uma campanha acima da expectativa, o Tricolor Paulista, terceiro colocado, busca manter o ritmo, e para isso se reforçou com as chegadas de João Rojas e Bruno Peres. No entanto, Petros, Júnior Tavares, Bruno e Cueva deixaram o clube. Dono da 10ª posição, o Timão quer retomar com Osmar Loss os resultados positivos obtidos na época de Fabio Carille. Mas para isso, o comandante alvinegro terá que se superar, já que perdeu Balbuena, Maycon e Sidcley. Jonathas e Danilo Avelar, contudo, chegam para aumentar o leque de opções.
Desfalques e reforços
Vice-líder do Campeonato Brasileiro, o Atlético-MG não contará com Gustavo Blanco, que rompeu o ligamento do joelho, Bremer e o artilheiro da competição Róger Guedes, negociados, para o restante da temporada. Visto isso, a diretoria mineira foi às compras e confirmou um pacotão de reforços, formado por José Welison, Edinho, David Terans, Chará e Denílson. No lado azul de Belo Horizonte, o Cruzeiro foi cirúrgico e só contratou um reforço, Hernán Barcos. Com o “Pirata”, o clube mineiro quer melhorar o desempenho ofensivo, atordoado com as lesões de Fred e Sassá, para deixar a 8ª posição e subir na tabela.
Grêmio e Internacional começaram bem o primeiro terço do Campeonato Brasileiro – o primeiro é o quinto colocado, enquanto o segundo é o quarto – e, visto isso, as diretorias trabalharam para manter as peças do elenco e ir atrás de reforços pontuais. O Colorado assinou com Sarrafiore para suprir a ausência de um meia-armador. O Tricolor Gaúcho, por sua vez, assegurou a contratação do atacante Marinho, mas perdeu o meio-campista Arthur para o Barcelona, como já era esperado. Agora, tanto Odair Hellmann quanto Renato Gaúcho querem manter o bom desempenho pré-Copa para seguir entre os cabeças da elite nacional.
Após 14 jogos e apenas uma vitória, Fernando Diniz não resistiu e caiu durante o período de “intertemporada”. Tiago Nunes, que comandou os aspirantes do Atlético-PR no título estadual, dirigirá o penúltimo colocado na sequência do Brasileiro. No período, o elenco passou por uma reformulação: Rony, Marcelo Cirino, Bruno Nazário chegaram, já Pavez, Ribamar, Ederson saíram. Enquanto isso, o rival Paraná, antepenúltimo, não contará com Diego Gonçalves, Neris e Alemão, transferidos, mas terá Nadson, velho conhecido. Tanto Tiago Nunes quanto Rogério Micale, técnico do Tricolor da Vila, terão como missão livrar os clubes do rebaixamento.
Em mais de um mês de pausa, os treinadores tiveram tempo para arrumar as questões táticas e os jogadores para melhorar o condicionamento. Diante disso, a volta do campeonato nacional mais acirrado do planeta tem tudo para ser em grande nível.