Duelo de tetracampeões - Gazeta Esportiva
Fernanda Lucki Zalcman
São Paulo, SP
03/22/2018 09:00:21
 

A Fórmula 1 está de volta. A temporada de 2018 estreia na madrugada desta sexta-feira e a largada será dada no Grande Prêmio da Austrália. Com a presença de jovens pilotos, novas parcerias e mudanças nas regras e nos carros (confira nos próximos capítulos), o ano promete grande emoções, com destaque para uma disputa em especial: dois tetracampeões em busca de seu quinto título mundial na elite do automobilismo. De um lado, Lewis Hamilton, correndo pela Mercedes. De outro, Sebastian Vettel, pela Ferrari.

Hamilton é o atual campeão da categoria, enquanto Vettel não vence um Mundial há quatro anos. Em 2017, desbancou justamente o alemão da Ferrari, que surpreendeu a todos com um carro bastante competitivo Mas o primeiro título do inglês foi conquistado lá atrás, em 2008.

Nascido em Stevenage, no Reino Unido, Hamilton começou cedo no automobilismo através do kart. Inspirado pelo ídolo Ayrton Senna, fez sua estreia na Fórmula 1, correndo pela McLaren em 2007, aos 22 anos. Logo em seu primeiro ano, cravou pole positions, conquistou vitórias e pódios e terminou em segundo lugar, superando seu companheiro e bicampeão Fernando Alonso.

No ano seguinte, com apenas 23 anos, conquistou seu primeiro título – por um ponto de diferença para Felipe Massa – e começou a escrever seu nome na história do automobilismo. Na sequência, porém, Hamilton teve anos complicados, especialmente pela queda na competitividade no carro. Foram dois quintos lugares e dois quartos lugares, alternados, entre 2009 e 2012.

Foi exatamente nesse período de baixa do inglês que Vettel estabeleceu sua hegemonia. Sua estreia foi em 2006, mas a primeira temporada completa do alemão na F1 aconteceu há dez anos, quando ele se tornou o mais jovem a vencer um Grande Prêmio – Monza, na Itália, aos 21 anos.

O bom desempenho lhe rendeu uma promoção. Deixou sua vaga na Toro Rosso para correr pela equipe principal, a Red Bull, e não decepcionou, terminando o campeonato em segundo lugar. E o que se viu a seguir foi um reinado absoluto. De 2010 a 2013, Vettel foi soberano e levou o troféu de todas as quatro temporadas, quase sem concorrência de outros pilotos e outras escuderias.

O ano de 2013 marcou momentos diferentes para ambos os pilotos. Hamilton tomou uma decisão importante – e tida como arriscada por muitos – e trocou a McLaren pela recém-formada Mercedes. Enquanto Vettel conquistou seu último título, e dois anos depois, se transferiu para a Ferrari.

A partir de 2014, o cenário mudou e foi Hamilton quem reinou. Conquistou o bicampeonato, também quase sem concorrência, foi desbancado por seu companheiro Nico Rosberg em 2016, em uma temporada recheada de polêmicas, e voltou ao lugar mais alto da F1 em 2017.

Apesar dos números impressionantes conquistados ao longo destes anos, foi apenas no ano passado em que os pilotos de fato brigaram diretamente pelo título. E em 2018 a disputa promete ser ainda mais acirrada. A Mercedes pretende manter o favoritismo conquistado nos últimos anos, enquanto a Ferrari quer seguir melhorando seu desempenho, especialmente, diminuir os erros tidos no fim da temporada passada – que prejudicaram Vettel na briga pelo campeonato.

O que esperar para esta temporada

Fórmula 1 terá 21 corridas em 2018 (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)

As flechas pratas da Mercedes foram, sem dúvida, o melhor carro da F1 desde sua estreia da categoria em 2013. Em 2017, foi a primeira vez em que a escuderia alemã se viu desafiada pela concorrente Ferrari, que há anos não protagonizava uma disputa pelo título.

Neste ano, a equipe italiana mostrou um carro veloz nos testes da pré-temporada em Barcelona e espera quebrar a sequência negativa e conquistar o título após 11 anos – Kimi Raikkonen foi campeão em 2007 pela Ferrari. Enquanto a Mercedes escondeu um pouco o jogo na Espanha e quer manter sua hegemonia.

No entanto, a F1 irá muito além da briga pelo pentacampeonato – algo conquistado apenas por Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher – e algumas incógnitas ainda pairam sobre o grid. É o caso da Red Bull, equipe pela qual Vettel faturou seus quatro troféus, que figura entre a grande candidata a atrapalhar as duas favoritas. Com uma boa dupla de pilotos, Daniel Riccardo e Max Verstappen, a escuderia foi a única que conseguiu arrancar vitórias no circuito em 2017 e pretende fazer o mesmo neste ano.

No pelotão intermediário, a grande dúvida fica por conta da McLaren e como o carro vai se comportar com o novo motor Renault. A Renault, com uma dupla de pilotos já experiente, pode ser a grande surpresa. Enquanto isso, a Force India encabeça o grupo e tenta se manter como a quarta melhor equipe, posição conquistada nos últimos dois anos. Toro Rosso, Williams e Sauber dão espaço a jovens pilotos, que ainda precisarão se adaptar aos desafios da principal categoria do automobilismo, o que torna difícil prever seu rendimento.



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