Roberto banca Carille e se defende: "Não ponham tudo na minha conta" - Gazeta Esportiva
Roberto banca Carille e se defende: "Não ponham tudo na minha conta"

Roberto banca Carille e se defende: "Não ponham tudo na minha conta"

Gazeta Esportiva

Por Tomás Rosolino

18/09/2016 às 09:32 • Atualizado: 18/09/2016 às 09:32

São Paulo, SP




Os momentos de crise pelos quais passou o Corinthians desde a sua fundação, em 2010, normalmente tiveram como alvo da ira da torcida algum jogador ou técnico, principalmente após eliminações marcantes ou derrotas para arquirrivais. No Derby do último sábado, porém, quando foi superado por 2 a 0 pelo Palmeiras, dentro de casa, o Alvinegro viu a torcida direcionar sua raiva a um alvo inusitado: a diretoria.

Colocada em segundo plano nas críticas e xingamentos na maioria das vezes, salvo exceções como Wadih Helou e Alberto Dualib, os dirigentes viram muitos torcedores se virarem para o camarote onde estavam, no setor Oeste, e não tiveram sossego. Das torcidas organizadas, no Setor Norte, veio mais indignação. "Ei, Edu/Roberto, vai tomar no c..." foi o grito mais entoado nas fases intensas do protesto.

Revoltado com os xingamentos proferidos a si, o Roberto de Andrade respondeu alguns torcedores mostrando-lhes o dedo do meio e saindo do local onde acompanhava o jogo. No vestiário, mais calmo, tomou a decisão de demitir o técnico Cristóvão Borges e alçar Fábio Carille à condição de interino até o final do ano, tentando assegurar ao menos uma classificação contra o Fluminense, pela Copa do Brasil, na quarta-feira.

O nome agrada à diretoria por já conhecer o elenco há muito tempo (trabalha no clube desde 2009) e poder ser uma injeção de ânimo no grupo de atletas. Por isso, Roger Machado, dispensado pelo Grêmio na semana passada e procurado pelo Timão antes da contratação de Cristóvão Borges, foi descartado. Ao menos para a atual temporada.

"Só vou resolver quem será o treinador ao fim do Campeonato Brasileiro", disse Roberto, tratando de dar duras respostas àqueles que criticam seu trabalho tomando como base o desmanche da equipe campeã brasileira do ano passado. No total, 20 atletas daquele time deixaram o Alvinegro, sendo que oito deles foram titulares na maior parte da competição.

"Isso é consequência do futebol. É muito simples, vocês perguntaram se os atletas queriam ficar? Não adianta por só na minha conta, não trabalhamos com quem não quer ficar", apontou o dirigente. "A todos os atletas que saíram, surgiu uma proposta de salário melhor e uma condição de morar num lugar melhor. A negociação acaba dando certo, não é a minha vontade. Gostaria que todos tivesse ficado e nosso time seria um supertime", assegurou.

A esperança dos diretores é que a equipe consiga passar pelo Flu no meio da semana, novamente em Itaquera, para ganhar corpo e seguir na briga pelo G4 no Brasileiro. Por ter empatado por 1 a 1 no jogo de ida, disputado em Mesquita (RJ), os corintianos começam a partida classificados e precisam apenas de uma vitória simples para assegurar a passagem às quartas de final.

Internamente, também é avaliada como possível uma reação nos pontos corridos, principalmente pelo retorno de atletas machucados. Contra o Palmeiras, Fagner, Uendel, Giovanni Augusto e Guilherme não puderam estar em campo, por exemplo. A 10 pontos do arquirrival, líder da competição, o Timão já jogou a toalha na projeção do heptacampeonato, apesar de não admitir isso publicamente.

 

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