Atento à Ponte, Basílio se anima com o Corinthians: “É idêntico ao de 77” - Gazeta Esportiva
Atento à Ponte, Basílio se anima com o Corinthians: “É idêntico ao de 77”

Atento à Ponte, Basílio se anima com o Corinthians: “É idêntico ao de 77”

Gazeta Esportiva

Por Helder Júnior

18/04/2017 às 08:00

São Paulo, SP

Geraldão, Vaguinho, Basílio, Wladimir e Tobias confiaram a camisa 77 ao meia Jadson (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


Basílio está animado com a possibilidade de rever uma disputa de título entre Corinthians e Ponte Preta, em vantagem sobre São Paulo e Palmeiras nas semifinais do Campeonato Paulista. Autor do histórico gol que assegurou a conquista estadual de 1977 ao clube paulistano, em cima justamente do campineiro, o ex-jogador já começou até a notar semelhanças entre as equipes alvinegras de 40 anos atrás e as atuais.

“Esse time do Corinthians é idêntico ao de 77”, empolgou-se Basílio, em uma conversa por telefone com a Gazeta Esportiva. “É um time muito simples, coletivo, que não tem individualidades afloradas. É exatamente como era o nosso”, continuou o protagonista do Estadual que encerrou um jejum de títulos expressivos de quase 23 anos amargado pelo Corinthians.

A Ponte Preta do técnico Gilson Kleina também mexeu com a memória de Basílio. “É uma equipe que tem a mesma intensidade daquela que enfrentamos, com dois laterais que apoiam bastante, assim como foram o Jair Picerni e o Odirlei. O Fernando Bob é um volante que joga de cabeça em pé, da mesma maneira que fazia o Vanderlei Paiva”, comparou.

Não é à toa que Basílio está nostálgico. Com a sua vida marcada pelo gol que anotou sobre a Ponte Preta em 13 de outubro de 1977, o ídolo tem sido ainda mais requisitado pelo Corinthians neste ano, em função das comemorações do 40º aniversário daquela conquista. Em 11 de fevereiro, por exemplo, pisou no gramado de Itaquera acompanhado dos também campeões Tobias, Wladimir, Vaguinho e Geraldão para entregar ao reforço Jadson a camisa 77, número que o meia usa em seu retorno.

Cauteloso, Basílio lembrou que São Paulo e Palmeiras ainda podem frustrar reedição de 1977 (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


Com Jadson em um camarote do estádio, pouco após a apresentação à torcida, o Corinthians não chegou a empolgar Basílio naquela noite. Foi derrotado por 2 a 0 pelo Santo André. “Falava-se muito de o time ser a quarta força do Estado, mas não era um pensamento errado. Ninguém dava nada pelo Corinthians, que vinha de uma sequência ruim já do ano passado. Era uma realidade. Só que houve uma mudança, principalmente por causa do treinador. Não foi milagre o que aconteceu, mas fruto da competência do Fábio Carille”, elogiou o herói de 1977.

Destacando que Carille é cria das “boas escolas” de Mano Menezes e Tite, além de ter desfrutado de “aprendizados gostosos” com Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira, Basílio só recomendou cautela ao comandante corintiano. Ele ressalvou que o São Paulo, derrotado por 2 a 0 no Morumbi, no domingo, segue com chances consideráveis de se classificar em Itaquera.

“Corinthians e Ponte têm 51% de condições de disputar a final. Ainda está aberto. Para que esse sonho de repetirmos a final de 77 seja concretizado, é preciso manter a calma e confirmar a vaga em outros 90 minutos”, disse Basílio, recobrando as críticas recentes aos semifinalistas alvinegros. “Até outro dia, o Corinthians estava desacreditado. Hoje, poderá vir a ser a segunda força do Paulista e, quem sabe, a primeira. Com a Ponte, a mesma coisa. Há três semanas, tudo estava do avesso. O time se acertou com a entrada do Kleina.”

Camisa com que Basílio virou o Pé de Anjo inspirará design do novo uniforme reserva do Corinthians (foto: acervo/Gazeta Press)


A prudência fica para os jogadores do presente. Na condição de torcedor, Basílio não hesitou em apontar alguns candidatos a também marcar um gol em uma hipotética final contra a Ponte. “Torço muito para que seja o Jadson, que está usando a camisa 77. Mas, para ser campeão, pode até ser o Cássio, de cabeça. Seria legal. E ainda torço pelo Jô, que foi rejeitado e está provando a sua capacidade. O Rodriguinho... ou o Romero, que é daqueles jogadores contestados, mas que os torcedores do Corinthians adoram”, elencou.

Com tamanha especulação sobre o cenário de uma eventual decisão entre Corinthians e Ponte Preta, Basílio achou graça quando escutou que, para alguns torcedores, seria melhor comemorar um título em cima do grande rival Palmeiras, superado por 3 a 0 no Moisés Lucarelli, no domingo. “A gente não sabe o que se passa na cabeça de cada um”, afirmou, sem esconder a sua preferência pelo clube do qual foi algoz.

Basílio tentará deixar um pouco de lado as emoções no fim de semana, quando serão definidos os finalistas do Campeonato Paulista, visto que estará ocupado na função de comentarista. Em Itaquera, contudo, ele já escalou os seus representantes. O ídolo se encarregou de obter ingressos para alguns dos campeões de 1977 estarem presentes no jogo entre Corinthians e São Paulo, no domingo. “Estão todos animados”, generalizou.

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