Presidentes divergem sobre uso do VAR no Paulistão 2019 - Gazeta Esportiva
Presidentes divergem sobre uso do VAR no Paulistão 2019

Presidentes divergem sobre uso do VAR no Paulistão 2019

Gazeta Esportiva

Por José Victor Ligero e Theo Certain

24/10/2018 às 08:00

São Paulo, SP



A principal novidade apresentada pela Federação Paulista de Futebol (FPF) nesta terça-feira, no primeiro Congresso Técnico do Campeonato Paulista 2019, sem dúvidas, foi a implantação da vídeo-arbitragem a partir da fase de quartas de final. O tema, porém, ainda gera muita polêmica no mundo do futebol, e a decisão foi alvo de grande divergência de opiniões por parte dos presidentes Andrés Sanchez, do Corinthians, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, do São Paulo, e José Carlos Peres, do Santos.

Ciente de toda a discussão que envolve a utilização do VAR, o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, explicou a opção, admitindo que ainda há muito a ser feito para que a nova medida dê certo no futebol nacional.

"É um processo muito novo. A implantação, tanto na Libertadores quanto na Copa do Brasil, criou diversas polêmicas. Não é só capacitar os árbitros, precisamos treinar muito eles. As regras são absolutamente claras, e os clubes foram muito felizes. Eles querem que seja uma coisa definida de forma enxuta, concreta, que todos saibam onde é que o VAR irá atuar", esclareceu, ao passar pela zona mista.

Reinaldo Carneiro Bastos admitiu que o VAR precisa ser aperfeiçoado (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


Andrés Sanchez, por outro lado, se mostrou contra a utilização do VAR, tal como já havia feito em outras oportunidades. De acordo com o corintiano, a tecnologia ainda não é bem utilizada no em território nacional.

"Se o VAR não seguir o protocolo correto, não fizer as coisas corretas, vai dar problema e a reclamação que era para o árbitro de campo vai para o VAR. O VAR é para confirmar o negócio ou para apitar o jogo? Hoje, o VAR no Brasil está apitando o jogo", contestou.

Segundo Leco, a capacidade do vídeo-árbitro em dar suporte aos juízes é inquestionável, mas o mesmo não pode assumir o papel principal em uma partida de futebol.

"Não compete aos clubes profissionalizar a arbitragem. Interessados nós somos, evidentemente. O problema é que o VAR se limite a ser um expediente importante para facilitar, informar, para dar à arbitragem uma condição melhor. É importante que o VAR não queira ser protagonista. Se o VAR for auxiliar, ele certamente poderá dar à arbitragem uma possibilidade menor de erro", ponderou.



José Carlos Peres, por sua vez, não apenas defendeu a adoção da VAR, como foi além. De acordo com o santista, a tecnologia deveria ser usada de forma semelhante ao vôlei, em que os técnicos têm direito a desafiar as decisões dos árbitros quando questionam suas marcações.

"Eu sempre aprovei o VAR, acho que é interessante para o futebol. E eu ainda discuto que devia ter o desafio, como tem no vôlei, em que cada treinador teria duas, três oportunidades de rever os lances polêmicos. A Federação Paulista está inovando, todos os clubes aprovaram e acho que é um grande teste. Nós ainda estamos aprendendo com o VAR. Não só os juízes, mas nós também", opinou.

Ainda sem o VAR, o Paulistão 2019 tem início previsto para o dia 20 de janeiro, data da rodada de estreia da competição. A grande final está marcada para o dia 21 de abril, quando será conhecido o mais novo campeão estadual de São Paulo.

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