A iniciativa é uma homenagem a Eleonora Mendonça, Melânia Luz, Érica Lopes, Silvina Pereira das Graças e Conceição Geremias, todas mulheres de destaque no atletismo, com produção do Instituto Eleonora Mendonça e EntreArte, curadoria de Carlos Bertão, e Design e Iluminação expográfica de Alê Teixeira.
Eleonora, a primeira brasileira a participar de uma maratona olímpica nos Jogos de Los Angeles-1984, foi recordista brasileira de todas as distâncias entre 1.500 metros e 42,195 km, uma pioneira. Ela se empenhou pessoalmente para viabilizar a exposição. Ela organizou as primeiras corridas de rua e a primeira corrida feminina na América Latina. Liderou um movimento de igualdade no esporte. Após 14 anos, em 1976, Eleonora subiu ao pódio da tradicional São Silvestre ao terminar a corrida em 5º lugar.
Também pioneira Melânia Luz foi a primeira atleta negra a integrar uma equipe brasileira olímpica de atletismo nos Jogos de Londres-1948. Participou de seis Campeonatos Sul-Americanos de 1947 a 1958, tendo subido ao pódio em seis eventos. Falecida em 2016, foi recordista sul-americana dos 100 e dos 200 metros.
Érica Lopes Silva passou para a história como Gazela Negra por dominar em seu tempo as provas de velocidade, tendo sido recordista brasileira e sul-americana dos 100 e dos 200 metros, em 1963. Participou dos Jogos Pan-Americanos de 1963, realizados em São Paulo, conquistando a medalha de bronze nos 4x100 metros.
Silvina Pereira também foi recordista sul-americana, sendo a primeira brasileira a ultrapassar barreira dos 6 metros no salto em distância. Foi medalha de prata no Pan-Americano de Cáli-1971 e de bronze no México-1975 – as duas vezes nos 200 metros. Participou ainda dos Jogos Olímpicos de Montreal-1976 nos 200 metros e no salto em distância.
Já Conceição Geremias brilhou nos Jogos Pan-Americanos de Caracas-1983 ao ganhar a medalha de ouro no heptatlo e bater o recorde sul-americano da especialidade. Participou nas Olimpíadas de Moscou-1980, Los Angeles-1984 e Seul-1988 e até hoje compete na categoria veteranos. A sua versatilidade era impressionante e disputou provas de 100, 200, 400, 400 com barreiras, 4x100 e 4x400 metros, salto em distância, salto em altura, salto triplo, salto com vara, pentatlo e heptatlo.
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— CBAt (@bra_atletismo) July 27, 2022
Além das peças que serão expostas, a mostra vai apresentar os trabalhos de três artistas plásticos - Camilla Sanpe, Mara da Costa Dutra e Igor Beac - que produziram obras especialmente para o evento para homenagear as damas.
O projeto tem como objetivo, segundo Eleonora Mendonça, resgatar as históricas e brilhantes carreiras das atletas, preservar e divulgá-las. "Conheci algumas das damas como colega de turma na universidade, colegas de equipe no clube e colega na equipe brasileira. Elas e outras foram modelos de perseverança, superação nas minhas primeiras passadas no atletismo", disse. "As suas trajetórias no esporte foram marcadas pelo amor ao atletismo defendendo seja a camisa do clube, da universidade, do estado ou do Brasil. Neste último ano fui conhecendo de primeira mão suas histórias. Elas são heroínas", comentou.
A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) será representada na abertura da exposição, neste sábado, por Rosângela Santos, atleta olímpica e recordista sul-americana dos 100 metros, e por Robson Maia, presidente da Federação Estadual Rio de Atletismo (FERAT).
A exposição estará aberta de 1º de outubro a 12 de novembro no Espaço Cultural Correios Niterói, que fica na Avenida Visconde de Rio Branco, 481, Centro. Os horários são de segunda a sexta-feira, das 11 às 18 horas, e nos sábados, das 13 às 17 horas, exceto feriados.
