Duilio explica "apagão" nas redes do Corinthians e lamenta derrota no clássico: "Dói muito" - Gazeta Esportiva
Duilio explica "apagão" nas redes do Corinthians e lamenta derrota no clássico: "Dói muito"

Duilio explica "apagão" nas redes do Corinthians e lamenta derrota no clássico: "Dói muito"

Gazeta Esportiva

Por Marina Bufon

25/04/2022 às 14:59 • Atualizado: 25/04/2022 às 17:17

São Paulo, SP

O Corinthians voltou a falar com seu torcedor e com a imprensa após ter ficado desde a última sexta-feira até esta manhã de segunda em um "apagão" nas redes sociais com a finalidade de conscientizar a população sobre o atual momento pelo qual passa o futebol, com violência e ameaças. O presidente Duilio Monteiro Alves explicou o motivo e também falou sobre a derrota diante do Palmeiras, no último sábado, pelo Brasileirão.

"A gente optou por fazer uma campanha para chamar atenção ao que vivemos hoje, e aqui no Corinthians está passando dos limites, ódio, fake news. O Corinthians se sentiu na obrigação de fazer isso e ficou esse vácuo de informações, não pudemos informar coisas. Fizemos nesse momento porque é urgente, às vésperas de jogos importantes. Em todos os programas, todos os dias, nas redes sociais, dentro e fora do campo, tem alguma coisa. Intimidação, pedras em ônibus, é algo que está saindo do controle", iniciou em coletiva no CT Dr. Joaquim Grava na tarde desta segunda-feira.

"Quando saímos das redes sociais (nesses dias), é para a gente mostrar que 'chega'. A gente precisa se unir para fazer alguma coisa. Durante o apagão do Corinthians, o técnico Zé Ricardo, foi uma situação que não pode acontecer, é inadmissível. Também vimos agressões na Premier League, ameaça de bomba na casa do zagueiro do Manchester United. O Corinthians fez esse movimento. A gente foi para o jogo para ganhar. Não daríamos entrevista ganhando também", completou.

O técnico Vítor Pereira, que daria coletiva antes de Duilio, testou positivo para covid-19 e aguarda a contraprova. Portanto, perguntado sobre questões técnicas, o presidente comentou superficialmente, como ele mesmo caracterizou sua fala.




"Eu não quero entrar muito na parte técnica, não cabe a mim responder, mas como o Vítor infelizmente testou positivo, a gente aguarda a contraprova. Não tinha a previsão. O Cássio foi para o jogo normalmente, teve febre. Willian, na manhã do jogo, teve febre e dor no corpo, foi medicado. A intenção era eles saírem jogando. Esses dois casos, por exemplo, foi por isso (não terem jogado). O Cantillo, por exemplo, voltou de uma gripe, Paulinho também, Róger Guedes também passou dois, três dias bem mal", explicou o mandatário", revelou, para complementar falando sobre as derrotas em todos os clássicos do ano:

"Independente de quantos anos faz ou não, dói muito, não admito perder para o Palmeiras, me estraga o ano, mas acontece. No jogo, tem um vencedor e um perdedor. Tem uns anos atrás que fomos superiores em todos os clássicos. Neste ano, com o calendário também, só o primeiro clássico, contra o Santos, foi em casa, os outros todos fora. A gente tem que mudar isso, esperava um resultado positivo no jogo. Cobrança existe muito aqui dentro, diretoria, atletas, treinador, ninguém está satisfeito com o resultado. A gente começou o Brasileiro com duas vitórias e amanhã temos um jogo muito importante dentro de casa, com a nossa torcida, e a Fiel é diferente, vai empurrar o tempo todo. Sair amanhã (terça) com o resultado positivo".

O Corinthians treina nesta tarde para o duelo contra o Boca Juniors, pela terceira rodada da Libertadores, que acontece já nesta terça-feira, a partir das 21h30 (de Brasília). O time soma uma derrota e uma vitória e precisa do triunfo para ficar mais tranquilo na disputa e, também, acalmar a torcida.

Veja abaixo outros trechos da coletiva:

Preços dos ingressos

"O site não está enfrentando problemas como já enfrentou, melhorou muito. Temos quase 100 mil Fiéis Torcedores, alta procura por ingressos, realmente teve uma procura muito grande, recorde de acessos e o site caiu, mas também porque esgotaram os ingressos todos. Em relação aos valores, fizemos uma correção, alguns anos vinha sem corrigir. Se você comparar com outros clubes brasileiros na Libertadores, são os mais baratos. A gente tem contas para pagar, dívidas, mas não temos como manter todos felizes. É uma conta que foi feita e o nosso pessoal de finanças entendeu que eram os preços corretos".

Resultados da ação e próximos passos

"Acho que vamos ver muito mais lá na frente o resultado disso, mas estarmos falando disso já valeu. Sofremos críticas, jamais o Corinthians vai se esconder. A gente estar falando disso já valeu. O Corinthians, se tivesse falado nesses dias, teria sido muito mais fácil. Teríamos falado dos problemas que o treinador teve, dos jogadores com problemas, mas a gente não fez isso, apanhamos mais por isso, por uma causa que, como todos falam, 'basta'. Acho que valeu e não vamos parar por aqui. É uma bandeira que precisa ser levantada, precisamos mudar isso de alguma forma. Programamos algumas ações sim".

Distanciamento com a imprensa

"Não sei o que você pensa em democracia, mas não tem nada a ver uma coisa com a outra. Nós somos o reflexo da sociedade, tivemos dificuldades nesses dois anos de pandemia. A gente vê muitas coisas de agressões, discursos de ódio também pelo que as pessoas passaram nesses últimos dois anos. Vocês (imprensa) também ficaram muito tempo afastados, estão voltando agora. Isso não é o Corinthians, isso é o mundo. Existem alguns protocolos ainda, não estamos livres da doença, nosso treinador está com covid, alguns cuidados ainda temos que ter. Eu prefiro vocês estarem aqui para não imaginarem coisas, receberem informações de pessoas aqui de dentro e não ser correto. É muito mais fácil e as notícias serem mais fiéis com vocês aqui dentro. Muitas vezes a gente atende, nesses três dias sim (teve silêncio), mas foi uma forma de chamar atenção.

Willian

“Todo mundo ficou revoltado, assustado, preocupado… Isso é crime, ainda mais quando faz ameaça a uma criança, o Corinthians tomou todas as providências. Não dá para você jogar bola tranquilo sabendo que um resultado esportivo que não seja positivo, sua família vai ser ameaçada. Que a gente se una, não só para segurar o Willian, mas para não acontecer com ele e nenhum outro profissional do futebol. Temos que mudar esse cenário para não precisar convencer ninguém a ficar no futebol brasileiro”.

Taunsa e finanças

“Esse assunto já foi entregue ao Departamento Jurídico, que está tomando as providências. Com o dinheiro desse tamanho, estaríamos mais confortáveis, mas não é esse dinheiro que vai mudar a vida do Corinthians. Gastamos menos do que arrecadamos, então estamos no caminho certo, não dependemos desse dinheiro. A gente escutou muito sobre a falta de transparência, mas os números não foram divulgados porque o nosso Conselho precisa conhecer antes para poder liberar”.

"Não sei se foi a última (notificação), mas está para ser. Temos um prazo para receber. O Corinthians vai continuar tomando as medidas cabíveis. Está na Justiça, vamos receber de alguma forma. Não pagou e, chegando o prazo correto, o Corinthians vai fazer tudo o possível".

Boca Juniors

“Temos um treino agora (à tarde, após a coletiva), nosso treinador está aguardando a contraprova da covid. Além disso, é esperar a nota de pós-treino, não sei se todos se reapresentaram bem, aí sim teremos informações”.

"Para mim, perder do Palmeiras é pior do que qualquer coisa, mas todo jogo do Corinthians é importante, tem que entrar para ganhar, com raça, entrega. É o que a gente cobra, o que a gente quer ver e eles sabem. O Vítor vem tentando achar uma forma de jogar, com uma mescla dos mais jovens com mais experientes, não dá para falar que ele poupou jogadores. Willian e Cássio são casos que comentei. Não se pode falar que o treinador preferiu guardar forças para o jogo contra o Boca. Ele ainda não achou o time ideal".

Postura da equipe em campo

"Não concordo com você, esse último jogo nós vimos um Corinthians que não foi bem, tomou gol de bola parada, mas falta de vontade não, apatia. Vimos, no jogo do São Paulo, que realmente não foi bem, tinha motivos físicos. Mas falta de entrega, isso não concordo".

Luan

"O Luan é um atleta do clube. Vi, no jogo contra a Portuguesa, assisti pela TV, o Luan vinha em tratamento, teve um treino só. Ele não estava em campo porque não estava em condições. A diretoria não escala, o treinador escolhe quem ele vai utilizar. O Luan voltou de lesão há pouco tempo, tem trabalhando, chega no horário, faz a parte dele e não vem conseguindo fazer um bom futebol. A parte da diretoria é manter as condições de trabalho, cobrar, mas o treinador tem a liberdade total de escolher quem ele quer em campo".

Ameaças e fake news

"A Corinthians tomou atitude em relação às ameaças. Quem sofrer isso, tem que denunciar. Eu fui ameaçado, alguns atletas também. Fiz questão de juntar, conversar. Fomos até a delegacia. Eles vêm nos ajudado muito, identificaram imediatamente todos os envolvidos nas ameaças, foram à delegacia depor. O Corinthians e a Polícia estão fazendo todo o possível, com a limitação da lei. A gente fez e vai continuar fazendo. A gente tem obrigação de defender o clube e não dá para admitir que as pessoas ganhem like e dinheiro (com as fake news)".

Avaliação do trabalho de Vítor Pereira

"Estamos muito satisfeitos, mas não é de um dia para o outro. A gente vê uma mudança de postura, vê excelentes jogos, outros péssimos. Vai oscilar, mas a gente espera que evolua, essa é a ideia. Isso que a gente espera, com tempo de trabalho. Ainda é muito pouco, mas esperamos uma evolução".

Ingressos para o Boca

"A gente sentiu a procura por torcedores querendo assistir ao jogo na Argentina, então por isso foi essa quantidade, para atender torcedores aqui e lá. A gente sabe que com a Fiel do lado as coisas ficam muito melhores. O Corinthians vai fazer a venda de ingressos no site, pacotes em agência de viagem, a gente passa mais para frente melhor".

Panela dentro do time

"O estopim de tudo foi essa história de panela, ouvimos outras coisas também que põem fogo no ambiente, mas isso não existe. É só ver o time que joga. Muitos aqui não sabem o time titular do Corinthians, nem eu. Se fosse por nome, qualquer um escolheria. Força, idolatria... O time está pronto, não precisa nem de treinador. Para o time jogar bem, não precisa de ninguém para derrubar. Não existe. Se existisse, qualquer um de nós escalaria. Se houver, ele tem (carta branca) e terá para tirar (atletas em uma possível panela). A gente trouxe um técnico de ponta mundial, que ele faça o que ele quiser".

Bruno Mendez

"O Inter tem interesse e sempre falou, mas não fez nada para isso. Agora, recebemos uma sondagem por cima, mas efetivamente não. É um excelente jogador, jovem, posição que o Corinthians sempre precisa. A gente quer o jogador aqui. O Vítor conhece, gosta, pediu. O Inter tem esse direito, mas o prazo está acabando, não compraram".

Liga

"O Corinthians está sempre à frente, acompanhando de perto. A gente entende que esse é o melhor para o futebol brasileiro, demorou para acontecer. Para isso, os clubes têm que se unir. Isso que estamos tentando há muito tempo, às vezes cansa, mas vamos continuar. O melhor do futebol brasileiro são todos juntos, inclusive muitas coisas que discutimos aqui, ódio, fake news. É hora de todos os clubes entenderem isso".

Nova camisa

"A camisa vai ser lançada nos próximos dias, ficou bonita. Agora, o valor existe. É a fornecedora. Existe a camisa de jogo, mais cara pela tecnologia, tecido, um monte de coisa. E esse é um preço meio que mundial, meio padrão. Existe uma categoria torcedor, que é mais barato. Mas a gente sempre busca conseguir uma camisa que tenha um preço mais baixo para atender outra parte da torcida. Mas isso não depende só da gente".

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