Racismo: uma longa história de protestos nos esportes dos EUA - Gazeta Esportiva
Racismo: uma longa história de protestos nos esportes dos EUA

Racismo: uma longa história de protestos nos esportes dos EUA

Gazeta Esportiva

Por AFP

28/08/2020 às 23:34

São Paulo, SP

De Jesse Owens ao Milwaukee Bucks passando por Mohamed Ali e Tommy Smith, grandes atletas realizaram protestos icônicos contra as desigualdades raciais nos Estados Unidos de diferentes maneiras.

Owens desafia Hitler
Vários atletas se recusaram a participar das Olimpíadas de Berlim de 1936 devido ao surgimento do anti-semitismo na Alemanha, mas não Jesse Owens, disposto a desafiar a falaciosa superioridade ariana proclamada por Adolf Hitler. O atleta afro-americano constrangeu Hitler diante de seu "povo" ao receber quatro medalhas de ouro no topo do pódio, incluindo a dos 100 metros.

Os sete da NYU
Em novembro de 1940, antes do jogo entre seus times de futebol americano, a Universidade de Missouri pediu à Universidade de Nova York que não escalasse o jogador negro Leonard Bates. A Universidade de Nova York concordou. Depois de uma reunião do conselho estudantil, sete estudantes denunciaram a cumplicidade de sua universidade com essa discriminação. Os alunos foram suspensos por vários meses em 1941, antes de serem homenageados pela Universidade de Nova York apenas 60 anos depois.



Jackie Robinson rompe barreiras no beisebol
Em 1947, Jackie Robinson se tornou o primeiro jogador negro de beisebol a entrar nas grandes ligas, quebrando 50 anos de segregação no esporte mais popular dos Estados Unidos. Robinson nunca parou de fazer campanha em defesa dos direitos civis.

Antes dos Bucks, Bill Russell
Ao visitar Lexington, no Kentucky, para um jogo amistoso em 1961, Bill Russell e os outros jogadores negros do Boston Celtics não foram servidos em um restaurante. Como resultado, eles se recusaram a entrar na quadra boicotando a partida. Russell, que acumulou um recorde de 11 anéis da NBA, também foi seu pioneiro na área do ativismo.

Ali se nega a se alistar
Em 1967, Mohamed Ali se recusou a se alistar no Exército dos Estados Unidos para lutar na Guerra do Vietnã, alegando que "nenhum vietnamita jamais me chamou de crioulo". Condenado por "fraude", o boxeador evitou a prisão, mas foi destituído de seu título mundial de peso-pesado e de sua licença esportiva. Ele teve que esperar quase quatro anos antes de poder voltar aos ringues.

Punhos erguidos no México
Em 17 de outubro de 1968, no pódio da prova dos 200m dos Jogos Olímpicos da Cidade do México, Tommie Smith e John Carlos ergueram os punhos, usando luvas pretas, durante o hino americano em protesto contra a discriminação racial em seu país.




"Não consigo respirar"
"Não consigo respirar" foram as últimas palavras de Eric Garner, sufocado pela polícia durante uma detenção em Nova York, em julho de 2014. Após a absolvição do oficial em dezembro, LeBron James e outros jogadores dos Cleveland Cavaliers da NBA vestiram camisetas com essa frase durante o aquecimento de uma partida. Seis anos depois, George Floyd disse as mesmas palavras antes de morrer, quando um policial de Minneapolis apoiou o joelho sobre seu pescoço por mais de oito minutos, provocando manifestações globais em que participaram vários astros da NBA, como Giannis Antetokounmpo.

Kaepernick se ajoelha
No dia 1º de setembro de 2016, o jogador do San Francisco 49ers, na NFL, Colin Kaepernick, se ajoelhou pela primeira vez durante a execução do hino norte-americano em protesto contra a violência policial contra a população negra. Este gesto, imitado por outros companheiros de equipe, lhe custou sua carreira na NFL e insultos do presidente Donald Tump antes de se tornar um símbolo da luta contra a injustiça racial em 2020.

Boicote dos Bucks
Indignados com o ataque da polícia contra o afro-americano Jacob Blake em Wisconsin, estado onde é localizada a sua sede, os jogadores do Milwaukee Bucks se recusaram a disputar uma partida dos playoffs contra o Orlando Magic. Este boicote foi seguido pelos demais jogadores da NBA durante dois dias, assim como times de beisebol, futebol, hóquei no gelo e até mesmo pela tenista japonesa Naomi Osaka, cujo anúncio de retirada forçou o torneio de Cincinnati a interromper suas atividades na quinta-feira.

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