As acusações sobre problemas nos gastos para a construção do estádio em Itaquera viraram uma grande dor de cabeça para o Corinthians. Até por isso, uma auditoria coordenada pelo escritório de advocacia Molina & Reis tem sido realizada no clube e analisa todo o processo realizado pela construtora Odebrecht na arena. Segundo o diretor de futebol Flávio Adauto, em entrevista ao Mesa Redonda, da TV Gazeta, novidades sobre o assunto serão conhecidas em breve.
"Temos um conselho com cinco membros eleitos para analisar essa auditoria. Até o momento não veio nada, são seis meses em busca de informações, mas posso dizer que teremos dados em duas ou três semanas", comentou o dirigente neste domingo.
A situação envolvendo a Arena Corinthians ficou ainda mais dramática recentemente. Primeiro, o Corinthians emitiu uma nota oficial confirmando que está investigando um suposto desvio de dinheiro da obra de Itaquera. Posteriormente, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski, autorizou a abertura de inquérito da Operação Lava Jato para analisar possíveis irregularidades envolvendo inclusive o ex-presidente do Timão, Andrés Sanchez, que teve atuação direta no projeto da nova casa corintiana junto com a Odebrecht.
O certo é que o Corinthians amarga grandes dificuldades para pagar a dívida do estádio, que chegaria a R$ 1,2 bilhão em função dos juros. Questionado sobre a chance de o clube suspender os pagamentos do estádio, Flávio Adauto preferiu ser vago:
"Essa situação pode vir a existir, são discutidas todas as vertentes, qual a dívida real, tudo é discutido e tem anuência da diretoria, mesmo com algumas ameaças. É o momento de compreensão, de conviver com os fatos. Não podemos esquecer, mas é difícil para o presidente, para os dirigentes, para todos trazerem afirmações, pois podemos ser surpreendidos. Mas falar em dar calote não rima com o Corinthians. Queremos ter conhecimento real do que está acontecendo", avisou.
Por fim, Flávio Adauto rejeita que os problemas internos tragam influência no desempenho da equipe dentro de campo. "Na minha visão, não interfere no resultado da equipe, os jogadores vivem o trabalho no dia a dia, não acho que tenha interferência. O clube sempre foi explosivo, muito agitado, com maremotos, e sobrevive como grande. Infelizmente, o Corinthians tem o nome na Lava Jato, mas o Corinthians, em quaisquer circunstâncias, por erro de dirigentes ou da construtora, é vítima nesta situação", destacou.
