Organizada tricolor protesta contra FPF e torcida única em clássicos - Gazeta Esportiva
Organizada tricolor protesta contra FPF e torcida única em clássicos

Organizada tricolor protesta contra FPF e torcida única em clássicos

Gazeta Esportiva

Por Tomás Rosolino

05/04/2016 às 21:09 • Atualizado: 05/04/2016 às 21:38

São Paulo, SP

Torcidas protesta antes da partida do São Paulo contra o Trujillanos da Venezuela, válida pela segunda fase do Grupo 1 da Copa Libertadores de 2016 na capital paulista (SP). 05/04/2016, Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press
São-paulinos protestaram contra a presença de torcida única nos clássicos (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


A Torcida Independente, principal organizada ligada ao São Paulo, realizou nessa terça-feira um protesto contra a Federação Paulista de Futebol (FPF) e a determinação do governo estadual de impedir a presença de torcedores visitantes nos clássicos. A manifestação durou cerca de meia hora e foi realizada em frente ao portão 1 do estádio do Morumbi, onde o Tricolor enfrentará o Trujillanos, às 21h45 (de Brasília).

O protesto ocorre um dia após a Secretaria de Segurança Pública implementar o esquema de torcida única nos clássicos paulistas que serão realizados até 31 de dezembro. A medida foi adotada após um idoso ser morto a tiros numa briga entre facções de Palmeiras e Corinthians, no último domingo. A confusão foi registrada em São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo, e, segundo a polícia, a vítima não participava da briga.

Aproximadamente 300 torcedores são-paulinos participaram do protesto. Eles entoaram cantos contra os dirigentes da FPF, o promotor Paulo Castilho e o deputado estadual Fernando Capez (PSDB). Castilho é um antigo adversário das uniformizadas e concedeu entrevistas nessa terça-feira exigindo a extinção das facções.

Já Capez transformou a luta contra as organizadas em uma bandeira política. Presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o político foi citado por delatores como um dos beneficiários de um esquema de pagamento de propina em contratos superfaturados de merenda escolar. Ele nega a acusação.

Torcidas protesta antes da partida do São Paulo contra o Trujillanos da Venezuela, válida pela segunda fase do Grupo 1 da Copa Libertadores de 2016 na capital paulista (SP). 05/04/2016, Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press
O deputado estadual Fernando Capez foi um dos alvos do protesto da organizada (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


"Capez, se orienta, roubou dinheiro das crianças e da merenda", cantaram os organizados. "P... que pariu, cadê a merenda, ninguém sabe, ninguém viu", prosseguiram. Também foram entoados gritos contra a administração do governador Geraldo Alckmin (PSDB). "Acabou o caô. Cadê o nosso metrô?" indagaram os torcedores, descontentes com os atrasos nas obras da Linha 4 Amarela do metrô. "Essa é de rir. Cadê nosso metrô? Não chegou no Morumbi".

Também foram ouvidos cantos contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O impedimento da mandatária é defendido por Alckmin. "Não vai ter golpe", bradaram os organizados. Torcidas uniformizadas ligadas ao Corinthians já haviam expressado apoio à manutenção da petista no cargo.

As organizadas corintianas, inclusive, têm entrado em conflito com a Polícia Militar por conta dos seguidos protestos realizados nas arquibancadas da Arena de Itaquera. Faixas estendidas durante os jogos criticam a CBF, a FPF, a Rede Globo e o deputado Capez. A Torcida Jovem, do Santos, tem realizado manifestações semelhantes na Vila Belmiro. A Mancha Alviverde, do Palmeiras, já entoou gritos contrários ao promotor Castilho nessa temporada.

Conteúdo Patrocinado