Capivariano apanha da PM de Itu, fala em covardia, e árbitro apoia policiais - Gazeta Esportiva
Capivariano apanha da PM de Itu, fala em covardia, e árbitro apoia policiais

Capivariano apanha da PM de Itu, fala em covardia, e árbitro apoia policiais

Gazeta Esportiva

Por Marcela Attie*

29/02/2016 às 12:19

São Paulo, SP

A derrota do Capivariano para o Ituano, por 2 a 1, no estádio Novelli Júnior, foi marcada por polêmica. O árbitro Luiz Flávio de Oliveira marcou pênalti duvidoso aos 49 minutos do segundo tempo, revoltando a equipe visitante. Na saída para o vestiário, os jogadores foram reclamar e acabaram sendo agredidos pela Polícia Militar.

O assessor de imprensa do Capivariano, Lucas Oliveira, relatou a confusão. “No término do jogo, na saída para o vestiário, os jogadores foram contestar normalmente. A PM ficou na frente, mas não íamos furar o bloqueio, porque sabemos que dá punição. Os atletas estavam apenas reclamando, com a mão para trás. Só se protegeram quando os policiais começaram a bater. O trio de arbitragem, inclusive, até já tinha saído”, explicou.

“Na hora da reclamação, o árbitro riu na nossa cara e disse: ‘vou assistir o vídeo na TV. Se errei, me desculpem’. Ele falou de uma maneiro irônica”, lamentou, criticando a ação dos policias. “Foi covardia. Eu estava na frente, saindo para pegar meus documentos. Fui ferido na cabeça e terei que fazer uma tomografia. O preparador, o roupeiro, muitas pessoas foram atingidas. Pedimos para parar, mas não adiantou”, completou o assessor.

“Fomos à delegacia e fizemos um Boletim de Ocorrência, mas o delegado não quis dar continuidade”, revelou. “Tentamos filmar o ocorrido, mas a Federação Paulista mandou desligarmos os celulares”, concluiu.

Em nota de repúdio emitida pelo clube, são listados os seis membros atingidos: além de Lucas, que ficou com três hematomas na cabeça provenientes de trauma com cassetete, Denis Conselvan, supervisor de futebol, teve o dedo anelar da mão direita fraturado. Já o roupeiro Rodrigo Rodrigues sofreu luxação no antebraço, Evandro de Souza, gerente de futebol, foi ferido no braço, costas e pernas, o preparador de goleiros Ubiratan de Melo ficou com hematomas nos braços e o zagueiro e capitão Leandro Silva, com marca na face proveniente de pancada.

O zagueiro Leandro Silva ficou com hematoma na cabeça após a agressão da PM (Foto: Reprodução/Sportv)
O zagueiro Leandro Silva ficou com hematoma na cabeça após a agressão da PM (Foto: Reprodução/Sportv)


Já na súmula da partida, o relato do árbitro Luiz Flávio de Oliveira isentou a Polícia Militar. “Aos 87 minutos, expulsei o Sr. Tarcísio Pugliesi Barbúlio, técnico da equipe do Ituano, pois, conforme relato do árbitro assistente n° 1, o mesmo gesticulou muito e disse o seguinte direcionado a mim: ‘Luiz, é a terceira vez que você faz isso com a gente, você já veio marcado pra isso’. Após o término da partida, quando nos dirigíamos para nosso vestiário, no corredor de acesso ao mesmo, haviam vários dirigentes da equipe do Capivariano Futebol Clube, sendo possível identificar os seguintes: Sr. Evandro de Souza RG:27.129.446-2 (Gerente de futebol), Sr. Denis Conselvan Colanéri RG:42.608.943-7 (Supervisor de futebol), Sr. Tiago Aparecido da Silva Toledo RG:33.373.382-4 (Supervisor de futebol), Sr. Ubiratam Melo (Preparador de goleiros), Sr. Lucas Oliveira (assessor de imprensa) e Sr. Rodrigo Rodrigues (membro da comissão técnica), que, muito alterados e se forçando contra a barreira de policiais, proferiam palavras como: ‘vocês são safados, sem vergonha, roubaram a gente, vergonhoso, ladrões, pilantras, dois pênaltis inexistentes’. Como o acesso era muito estreito, aguardamos por pelo menos três minutos e a ação policial para que pudéssemos sair com segurança, momento no qual os referidos dirigentes forçaram para furar o bloqueio policial, que utilizou de força proporcional para preservação de nossa integridade física”, escreveu.

No Novelli Júnior, o Capivariano saiu à frente no placar, com gol aos 23 minutos do primeiro tempo, mas o Ituano conseguiu empatar aos sete da segunda etapa, após Claudinho ser derrubado por Leandro Silva dentro da área. O lance que gerou a maior revolta da equipe visitante ocorreu já nos acréscimos: o juiz viu um puxão de Bonfim em Marcão e assinalou a penalidade duvidosa que garantiu a vitória dos donos da casa.

*especial para a Gazeta Esportiva

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