“Acho que os jogadores não têm que se meter na parte política. O que acontece lá em cima não interfere tanto. Temos o nosso ambiente de trabalho, que é no campo. O Morumbi e o centro de treinamento para nós é um ambiente de trabalho, não tem nada a ver com parte política. Essas coisas aí não interferem em nada”, garantiu o camisa 14, mostrando-se alheio aos recentes acontecimentos políticos do clube.
Na parada que compreendeu os jogos da Seleção Brasileira nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, enquanto Kardec aproveitava o calendário vazio para intensificar os trabalhos, já na parte final de recuperação, as polêmicas envolvendo as questões políticas do São Paulo não pararam de surgir.
Após se desentender com o ex-vice-presidente Ataíde Gil Guerreiro e anunciar a demissão de grande parte da diretoria na última semana, o presidente Aidar segue com a renúncia marcada para esta terça, apesar de ter cancelado uma reunião presencial com seus ex-dirigentes. Nada que surpreenda ou atrapalhe os planos de Alan Kardec. “Sobre os noticiários turbulentos, acho que cabe a nós dar ouvidos ou não. Eu não dou ouvido. Estamos aqui para receber ordens, temos uma comissão que nos dita o trabalho e nos dá condição para trabalhar. A parte política não nos cabe tanto”, falou.
“O Doriva, neste curto tempo que está aqui, deu trabalhos bem específicos e passou confiança aos atletas. Diretoria zero, ninguém falou de questão de bastidores. Estamos em uma reta final, com duas competições em disputa, e não dá para desviar o foco para outros assuntos”, complementou, alternando suas respostas na coletiva ao comentar sobre a crise política e falar sobre a expectativa de retomar a carreira.
Protagonista em uma das muitas polêmicas do mandato de Aidar, ao ser contratado do Palmeiras após desentendimentos sobre a renovação, em negociação cujos trâmites foram rechaçados pelo presidente alviverde Paulo Nobre, Alan Kardec reforçou que o ainda presidente tricolor não prestou explicações ao grupo de jogadores sobre sua saída, mas fez questão de agradecer toda a atenção para com ele despendida e ressaltar o “aspecto humano”.
“Não tivemos conversa. Não fui pego de surpresa, até porque o tanto que foi falado... Não tenho noção da dimensão política disso, vou continuar trabalhando. Se eu tivesse que falar, falaria muito mais do lado humano do que do profissional. É uma pessoa que me acolheu, sempre me tratou com carinho e com respeito. Se eu tivesse que falar, agradeceria pelo respeito que ele teve, que sempre foi recíproco”, ressaltou o jogador.