Ex-campeão da 9 de Julho supera lesão no quadril e volta a competir - Gazeta Esportiva
Ex-campeão da 9 de Julho supera lesão no quadril e volta a competir

Ex-campeão da 9 de Julho supera lesão no quadril e volta a competir

Gazeta Esportiva

Por Ana Carolina da Silva*

14/09/2015 às 10:30 • Atualizado: 14/09/2015 às 16:35

São Caetano do Sul, SP

Antes da lesão, Bruno Tabanez (na frente) conquistou a Prova 9 de Julho em 2009
Antes da lesão, Bruno Tabanez (na frente) conquistou a Prova 9 de Julho em 2009 (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


Em uma carreira curta como a de atleta, tudo pode mudar em pouco tempo. Essa é a história de Bruno Fernando de Oliveira Tabanez, que, em 2009, se sagrou campeão da Prova Ciclística 9 de Julho. Seis anos depois, o paulista de Santa Bárbara d'Oeste vive uma realidade diferente: neste domingo, na 18ª edição da Volta Ciclística Internacional do Grande ABCD, teve problemas mecânicos que o tiraram da disputa a 25 km da linha de chegada. Mesmo assim, o desvio na rota não parece ser um problema para o químico industrial e sua família.

“Sim, eu já imaginava que ele não completaria o circuito. Já era previsto. Ele compete pela equipe Memorial na categoria Elite, só que a preparação dele é diferente, fica difícil. O nível hoje é muito alto. A maioria dos competidores está vindo do Rio de Janeiro, mais preparados”, explicou o pai do atleta, o senhor Ezedequias. “Ele já competiu em alto nível, só que teve uma contusão. Segundo os médicos, ele não deveria nem ter condição de competir depois disso, mas estava aqui, mesmo sem competir tanto", prosseguiu.

“Foi grave... Sofri uma lesão no quadril em 2011 que me prejudica até hoje. Ainda estou competindo na Elite pela equipe Memorial Santos, mas hoje só corro provas de um dia. Não vou mais para voltas ciclísticas, tenho meu trabalho. Não quero mais voltar só a competir e viver apenas do ciclismo, pretendo continuar conciliando trabalho e esporte. Até por ser um meio instável”, confirmou o filho. "Eu treino de 500 a 600 quilômetros por semana, chego a fazer treinos de 150 quilômetros em um dia, mesmo no período da tarde.

"Em 2009, tinha esperança de competir fora do País. Tive muitos resultados expressivos, mas não tive oportunidade de sair do Brasil. A ideia era dar atenção total ao ciclismo. Já tinha estudado e acabado a faculdade e resolvi ir atrás dos meus objetivos pessoais no esporte", lamentou Bruno.

“O auge dele foi 2009, quando ganhou a 9 de Julho, mas aí teve esse problema. Faz parte do jogo, o importante é competir. Ele não pensa em voltar, está casado e trabalha com química industrial. Trabalha numa área que não é bem a dele, mas está trabalhando. Ele treina na parte da tarde, mas para competir de verdade no ciclismo tem que treinar em alto nível”, comentou Ezedequias, que foi à Avenida Guido Aliberti para receber o filho e acompanhar a chegada do restante do pelotão.

Neste domingo, Bruno não conseguiu cruzar a linha de chegada em São Caetano (foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)
Neste domingo, Bruno não conseguiu cruzar a linha de chegada em São Caetano (foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)


Além das categorias Elite masculina e feminina, a etapa do Grande ABCD também abriu espaço para o diálogo entre gerações diferentes. Este é o caso da equipe Associação Sertanezina de Ciclismo, de Sertãozinho, que levou atletas nas categorias Master e Juvenil. Para os jovens Lucca de Aquino e Pérola Borges, a ventania e a falta de experiência foram um obstáculo.

“Faltou um pouquinho de cabeça, de estratégia, mas me senti bem, consegui o sexto lugar. Imaginava um pódio, mas a gente nunca consegue o que a gente quer”, brincou a menina. “Eu estava pilotando muito forte devido ao vento, e esse frio não ajuda em nada, e acabou que tive algumas fugas ali. Terminei em sétimo fazendo muita força mesmo”, afirmou o adolescente.

A dupla conta com a parceria com “Seu” Donato, de 64 anos, participante na categoria Master B. Conhecido como o “vovô” da equipe, o ciclista exaltou o bom relacionamento com a garotada. "Vou fazer 65 anos, participo dos campeonatos e incentivo a molecada. O relacionamento com eles é o melhor possível, sou o vovô da equipe. Onde eles vão, a gente vai junto para passar o incentivo e o exemplo”, orgulhou-se.

*especial para a Gazeta Esportiva


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