André Heller assume Comissão de Atletas do vôlei para dar voz ativa aos jogadores - Gazeta Esportiva
André Heller assume Comissão de Atletas do vôlei para dar voz ativa aos jogadores

André Heller assume Comissão de Atletas do vôlei para dar voz ativa aos jogadores

Gazeta Esportiva

Por Marcelo Baseggio*

26/02/2016 às 12:11 • Atualizado: 26/02/2016 às 12:54

São Paulo, SP

Campeão Olímpico em Atenas e medalha de prata em Pequim, André Heller agora exerce cargo executivo (Foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)
Campeão Olímpico em Atenas e medalha de prata em Pequim, André Heller agora exerce cargo executivo (Foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)


André Heller se prepara para assumir um importante cargo fora das quadras. Após sua aposentadoria, em maio de 2014, o ex-jogador do Brasil Kirin e da Seleção Brasileira de vôlei será o presidente da Comissão de Atletas e trabalhará em conjunto com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), fazendo a ponte entre a instituição e a realidade dos atletas da modalidade. O antigo central irá liderar uma organização que conta com outros nomes do esporte como Gilmar Teixeira, também conhecido como Kid, que será vice-presidente, e mais três membros: Fabi, Renatinha e Lucarelli.

André e Emanuel, do vôlei de praia, tiveram a ideia de montar uma Comissão de Atletas e conversaram com a CBV para formalizar essa organização e iniciarem um trabalho conjunto, visando melhorias do esporte no país, principalmente em relação aos jogadores. O ex-central já havia integrado um comitê de apoio ao Conselho Diretor da CBV e passou a se interessar no funcionamento das instituições que regulam o esporte brasileiro.

Segundo André, a ideia é criar um sentimento de pertencimento em todos os atletas e fazer com que construam juntos um vôlei mais forte, atrativo e bem estruturado. Através de eleições que contaram com o voto de jogadores e ex-jogadores pela internet, o campeão olímpico em Atenas foi o escolhido para implementar, como ele próprio denomina, um “trabalho de formiguinha”.

“Eu e o Emanuel trocamos algumas ideias sobre a Comissão de Atletas e gostaríamos de dar esse primeiro passo, porque os atletas sempre pleitearam um espaço dentro da CBV, buscando fazer parte do processo de decisão. Essas decisões afetam os atletas, os clubes e não havia nenhuma inciativa nesse sentido. Conversamos com a CBV nesses últimos 12 meses e ela abriu as portas para a gente, fizemos reuniões para entender o processo democrático, aí veio a ideia da eleição que atingiu o maior número de atletas e ex-atletas possíveis e isso foi muito bacana”, explicou em entrevista à Gazeta Esportiva.

Engajamento dos atletas no projeto


Na visão de André Heller, não há hierarquia dentro da organização. Todos os membros tem papel importante na elaboração das medidas para promover o vôlei no país. O ex-jogador declarou que apenas foi eleito presidente pelo fato de estar mais envolvido nos últimos meses com o projeto e ressaltou que todos os jogadores, independentemente da categoria, terão voz ativa e serão escutados em busca do aprimoramento.

“Existe ali uma distribuição de funções, porém não existe uma hierarquia. A comissão foi formada depois de muitas conversas com esses atletas e nós formamos uma unidade. Cada um tem participação importante. Estou envolvido nesse processo há quase 12 meses e talvez esteja inserido melhor em tudo o que aconteceu, por isso sou o presidente. Teremos dentro da comissão um advogado, Leandro Andreotti, que irá nos ajudar com todas as questões jurídicas. A Fabi tem um envolvimento com todo o voleibol feminino e isso é muito importante. A Renatinha é primordial para representar o maior percentual da classe de jogadores de voleibol no Brasil, então ela é extremamente importante mesmo. E o Lucarelli tem um perfil do cara bacana que já deixou de ser uma promessa, é um dos ídolos do Brasil e é legal tê-lo por perto, já que ele tem anos na Seleção Brasileira. Acho que é importante a participação de todos os atletas. Todos os jogadores de todas as divisões são importantes, não tem uma participação mais importante que a outra. Não há diferença de categoria entre nós. Pode ser da Superliga, Superliga B ou de qualquer outro nível. Desde o mais experiente até o garoto de 19 anos que está começando a carreira profissional. Todos são atletas e todos tem a mesa importância dentro da Comissão”.



André Heller ao lado do presidente da CBV, Ari Graça (Foto: Divulgação)
André Heller ao lado do presidente da CBV, Ari Graça (Foto: Divulgação)


O principal objetivo inicial da gestão de André Heller na Comissão de Atletas é fazer com que os jogadores fiquem mais ligados nas questões de bastidores do esporte. Segundo ele, os atletas acabam não se inteirando sobre o que acontece fora das quadras até pelo fato de terem que concentrar, treinar e jogar. O hexacampeão da Liga Mundial ainda acredita que o atual estágio do vôlei está longe do ideal, e para seguir melhorando é preciso trata-lo como um negócio.

“Estamos longe do ideal, mas estamos nos aproximando. Estamos na direção certa. Isso é uma questão que a CBV tem uma grande responsabilidade, mas vem muito da gestão profissional que a entidade está implantando. Os atletas vão se mobilizando cada vez mais e isso é preciso, os clubes também, temos que entender que precisamos tratar nossa modalidade como um negócio, porque é um belo negócio e o retorno para os parceiros é garantido. A prioridade nesse ano é criar uma cultura de envolvimento. Vejo a maioria dos atletas e das pessoas colocando o modelo americano como ideal, porque eles têm uma cultura de envolvimento que não acontece só dentro da quadra. Mobilização, organização... E essas são uma das grandes missões da Comissão de Atletas”, disse.

Apesar de ser um trabalho conjunto com a Confederação Brasileira de Vôlei, a Comissão de Atletas não terá nenhuma influência política em seu projeto. Ela fará uma integração com a outra Comissão de Atletas, a do vôlei de praia, liderada por Emanuel. Gustavo Endres também exercerá um papel importante dentro da organização, já que será um dos membros de honra previsto no regimento. O ex-jogador que também defendeu a Seleção Brasileira chegou a iniciar um movimento ainda em 2014 para que houvesse melhorias no vôlei brasileiro.

“O Emanuel também foi eleito com a chapa dele no vôlei de praia e vamos fazer essa integração bem intensa. Eles têm uma outra maneira de gestão, estão mais mobilizados nesse sentido e iremos fazer uma interação bem bacana. O Gustavo não está na Comissão, mas com certeza será um dos nossos membros de honra, previsto no regimento, assim como o Emanuel. Ambos têm uma importância imensa no meio e contamos com a ajuda deles para alcançar nossos objetivos nessa organização. Só para deixar bem claro, não haverá nenhum tipo de influência política no nosso projeto”, finalizou o ex-central.

*especial para a Gazeta Esportiva

 

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